A FSSPX INFILTRADA POR GNÓSTICOS - PARTE II

Cada vez é mais fácil constatar o desenvolvimento de uma doença que nos corrói, o câncer gnóstico, com seus tumores neo-pagãos ou esotéricos.

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A FSSPX INFILTRADA POR GNÓSTICOS - PARTE II

A primeira parte deste documento pode ser encontrada aqui.

"Cada vez é mais fácil constatar o desenvolvimento de uma doença que nos corrói, o câncer gnóstico, com seus tumores neo-pagãos ou esotéricos." Padre Christophe Beaublat. (Le Bachais, Boletim do Priorado Saint Pierre-Julien Eymard n° 56, novembro-dezembro de 2004)

O Padre Coache, um dos primeiros veteranos da Tradição na França que trabalhou incansavelmente, junto a Monsenhor Lefebvre por muitos anos e que foi um dos sacerdotes que tomaram a Igreja de São Nicolau de Chardonnet, nos adverte no número 17 dos "Cadernos Barruel" em uma carta intitulada PERIGO, de março de 1987:

"Já chamamos a atenção várias vezes sobre o perigo que representa a nova gnose do professor Borella. Seja por atraídos pela novidade, seja pela tentação de querer ser sábio no seio da Tradição, algumas revistas e sacerdotes se deixam levar por esse veneno que pretende guardar a fidelidade da doutrina, e portanto é a ressurreição da mais antiga heresia da história da Igreja, o gnosticismo: religião natural, deísmo, esoterismo, explicação da revelação pela natureza, etc. Ficamos estupefatos que uma revista como "La Pensée Catholique" possa dar tribuna a um escritor tão falaz e que sacerdotes sérios se deixem levar.

(...)

Estilo enfático, incompreensível e pedante. Seria risível se não escondesse sob essa verborragia o veneno de uma religião pagã - bem camuflada! Que mina os fundamentos da Revelação. Nós já o denunciamos, demos o sinal de alarme (Combate da Fé n° 76, 74, 67, 65, 63, 62) mas os superiores não querem levar isso em conta!

(...)

Eu sou um dos poucos a denunciar esse grande perigo, perigo especialmente para os jovens sacerdotes, pois podem ser facilmente seduzidos pela semi-profundidade dessa teologia e correm o risco de serem contaminados. Quando trabalhamos pela restauração da Igreja, que uma nova heresia surja do seio da Tradição não pode senão arruiná-la!

"Muitos sacerdotes influentes veem, sabem e... ficam calados. Tanto pior, eu já cumpri meu dever. Mais tarde será tarde demais. Padre Louis Coache, março de 1987."

Quem eram esses Superiores? Esses influentes? Os "maiores"? Naquela época, o Superior Geral da Fraternidade era o Padre Schmidberger. O Diretor do Seminário de Ecône era o Padre Lorans. O Superior de Distrito da França era o Padre Aulagnier (que depois se tornou o segundo assistente do superior geral). TODOS ELES CONCILIADORES.

Sobre o Padre Aulagnier, o Padre Lelong diz em seu livro "Pela Necessária Reconciliação":

"Um lugar muito importante é dado ao padre Aulagnier, que começou, antes mesmo da fundação do GREC em 1992, a entabular o diálogo com os conciliares (notadamente com o padre abade de Randol, Dom de Lesquen), quando ele era superior do distrito da França. Ele continuou com esse papel mais tarde quando se tornou membro do IBP."

"Fiquei muito feliz em iniciar desde 1992, sendo superior do distrito da França da FSSPX, novos contatos com as autoridades eclesiásticas reconhecidas. Passando um dia por Randol (...) o padre abade Dom de Lesquen discutia com um jovem na praça do mosteiro. Sabendo do papel que ele desempenhou com Dom Gérard quando foi sua aproximação de 10 de julho de 1988 com Roma, abordei-o e falei-lhe (...) da grande aproximação com Roma, de uma normalização da FSSPX com Roma (...)" (Padre Aulagnier, pág. 104)

Max Barret nos diz em seu Courrier de Tychique nº 277:

"Entre os discípulos deste professor tão perigoso (Borella) estava... o Padre Célier! O Padre Célier, que deve sua ordenação sacerdotal à forte pressão exercida pelo Padre Auglanier, que não deixou de assegurar sua promoção desde então. Mas ele não está sozinho. Pouco antes de sua morte em 1992, Jean Vaquié elaborou uma lista de padres e seminaristas "subversivos"... daí o rancor exalado pelo Padre Célier em relação a Jean Vaquié em sua obra "La Paille et le Sycomore". Infelizmente, não tendo sido expulsos como são atualmente os autênticos defensores da fé e do sacerdócio católico, tornaram-se cada vez mais influentes e agora estão posicionados em cargos estratégicos".

"Vejam como tudo se explica!... seu péssimo livro "o Deus Mortal" ainda figura nos catálogos das edições "Clovis" (Catálogo geral 2009, pág. 8), embora o padre Célier não seja mais o diretor, e outras de suas obras também estão listadas, submersas junto a outros bons livros, usando o método descrito por São Pio X em Pascendi. Abriu-se a porta de todos os priorados para preparar os espíritos para o acordo com Roma através da venda de seu livro "Bento XVI e os Tradicionalistas" (...) é verdade que já é muito tarde. Em uma carta que Monsenhor Lefebvre me dirigiu em 1987, onde me escreveu que "é verdade que o padre Leschesne esteve ligado a esse meio perigoso de Nancy" (...) comunicarei esta carta ao Padre Aulagnier e ao padre Lorans para que tenham os olhos abertos sobre essas ações tão perigosas para o combate que levamos a cabo" (mesma carta mencionada no início deste artigo)._

Monsenhor Lefebvre alertou o Padre Aulagnier e o Padre Lorans... por que eles não fizeram nada? O Padre Aulagnier, sendo superior da França, pressionou para a ordenação do Padre Célier. Também sob seu comando foi ordenado o padre Leschenne. Além disso, os padres Laguerie, Hery e Tanouarn são seus protegidos.

Embora o Padre Aulagnier tenha sido expulso da FSSPX por apoiar a queda de Campos, seus protegidos permaneceram em seus lugares. Mas antes de sair da Fraternidade, ele já havia participado de outras atividades pró-acordo: por exemplo, sua participação na peregrinação romana organizada de 24 a 26 de outubro de 1998 pela Fraternidade São Pedro e pela Una Voce por ocasião do décimo aniversário da instituição da Comissão Ecclesia Dei, depois da excomunhão de Mons. Lefebvre. Participou da conferência do Cardeal Ratzinger em 24 de outubro, dando o sinal dos aplausos, jantou com padres "Ecclesia Dei" que haviam rompido com a Fraternidade, celebrou missa em São Pedro, cantou o Credo na missa do Papa João Paulo II, assistiu à missa celebrada na igreja de Santo Inácio para os peregrinos... também participou de um congresso na Mutualité de Paris para o décimo aniversário das consagrações, em 21 de junho, que reuniu padres da Fraternidade - entre outros o Padre de Tanoüarn - e alguns representantes de "católicos Ecclesia Dei" e outros meios conservadores. (Aulagnier, La Tradición sin miedo, págs. 229-237.)

Quanto ao padre Tanöuarn, foi ordenado sacerdote em 1989 em Ecône. Foi professor do Instituto São Pio X em Paris, fundou as revistas Pacte e Certitudes. Foi também vigário de São Nicolau de Chardonnet, o mais importante local de culto da FSSPX. Brilhante carreira, não é?

Em colaboração com o padre Célier (também conhecido como Paul Sernine ou Abbé Michel Beaumont), especialmente após a publicação de "La Paille et le Sycomore", ele lançou uma ofensiva, com o apoio de revistas, jornais e Rádio Courtoisie, contra os católicos anti-liberais, atacando as denúncias de Jean Vaquié e Etienne Couvert sobre a gnose, o esoterismo e a Nova Direita.

No número 14 de sua revista "Certitudes", o padre de Tanouarn entrevistou Emile Poulat, ex-sacerdote reduzido ao estado laico, muito influente nos meios conciliares e intelectuais da revista "Communio", que está ligada a meios esotéricos da revista "Politica Hermetica". Depois, sob seu pseudônimo de Joël Prieur, ele fez uma apologia do laicismo de Poulat, ou seja, da liberdade religiosa do Vaticano II, que destrói a doutrina do reino social de Nosso Senhor.

Também amigo de Alain de Benoist, sobre o qual se disse que "poderia ser feito um livro inteiro de todas as suas blasfêmias". Tão amigos são, que o Sr. Benoist dedica ao Padre de Tanouarn seu artigo blasfemo "Jesus e seus irmãos". Em troca, o Padre lhe oferece uma homenagem em um artigo publicado na revista Liber Amicorum (dezembro de 2003) pelo 60º aniversário de seu "querido Alain".

O Padre Coache também escreveu alertando sobre o perigo da revista "Certitudes" do padre de Tanouarn:

"Mesmo a efêmera revista Quark (do Padre Héry, nota do autor), de uma originalidade decepcionante e ineficaz, já me decepcionou muito e pareceu-me estranha à nossa luta. A que a seguiu, Certitudes, me surpreende muito e não parece digna do objetivo e da maneira da FSSPX.

De fato, estou estupefato que a Fraternidade, por meio de um de seus sacerdotes ou através de seus estudantes, possa deixar publicar tal revista. Quem perdeu a cabeça? Para onde se desviam?

Conclusão: revista inútil, vazia, nefasta. Própria para prejudicar a Tradição. A Fraternidade endossa nela uma obra maligna. Ela se desvia do plano doutrinário e apostólico.

Padre Coache, maio de 1994

O Padre de Tanouarn foi expulso da Fraternidade em 2004. E junto com o Padre Laguérie, o Padre Aulagnier e o Padre Héry, fundaram o Instituto do Bom Pastor, que, aliás, tirou muitos fiéis da Fraternidade.

Continua...