OS CAMINHOS PARA A RESTAURAÇÃO:

UM PLANO DE RECONSTRUÇÃO TRADICIONAL

OS CAMINHOS PARA A RESTAURAÇÃO:
UM PLANO DE RECONSTRUÇÃO TRADICIONAL


Mateus Larsan
Líder da Ação Restauracionista

Após diagnosticados os problemas temporais e espirituais da modernidade, surge naturalmente, na consciência católica, o questionamento sobre como essas questões serão resolvidas. Trata-se de uma dúvida comum, que frequentemente inquieta o espírito dos fiéis e, por isso, demanda uma resposta clara e satisfatória.

O início do processo de Restauração dependerá da elevação da consciência individual por meio da exposição sistemática da tradição em oposição à modernidade. Os espíritos serão iluminados à medida que os efeitos da revolução se tornarem evidentes em suas vidas. Quando os homens reconhecerem os grilhões morais, sociais, espirituais e profissionais que os aprisionam, estarão mais propensos a reagir. Essa reação ocorrerá tanto no plano intelectual quanto no material.

No âmbito intelectual, o esforço divide-se entre compreender e transmitir. O trabalho de compreensão cabe aos agentes intelectuais, que devem aprofundar-se no entendimento da Restauração em si e em sua relação com a revolução. Já a transmissão busca disseminar, de maneira acessível, as conclusões alcançadas pelo núcleo do movimento, ampliando seu alcance entre as massas.

A reação material, por sua vez, pode ser esquematicamente dividida entre os âmbitos público e privado. A esfera privada, diretamente sob o controle de cada indivíduo, antecede a esfera pública, que abrange desde pequenas comunidades até o cenário global. Assim, a reação privada é o ponto de partida e um pré-requisito para qualquer ação pública.

Uma mobilização em larga escala só será possível quando os indivíduos estiverem habituados, de maneira consistente, a reagir em suas vidas privadas. Essa reação começa pelo boicote, entendido como a recusa em cooperar com os mecanismos da revolução. Diante da inviabilidade de demolição do estado moderno, resta anular sua ingerência na vida particular. Afastar a interferência da modernidade implica trabalhar para viabilizar uma existência fundamentada na tradição católica e livre da influência revolucionária. Esse objetivo requer uma busca ativa pela autossuficiência, pois, sem ela, qualquer reação mais ampla será inviável.

Embora evidente, é importante enfatizar que o futuro do movimento restauracionista encontra-se no meio rural, e não no urbano.

Aqueles que não possuem aptidão para o combate intelectual devem dedicar-se à Restauração material, que só será alcançada por meio de autonomia e autossustentabilidade. A modernidade depende da contínua desagregação das famílias e das comunidades; por isso, o movimento restauracionista deve concentrar esforços na união e na associação de seus membros. Enquanto alguns alcançarão a autossuficiência com facilidade, outros necessitarão de apoio — o que impõe aos mais abastados o dever moral de cooperar com os necessitados.

Como se infere da imagem após a tabela, todos precisam se aperceber das duas artes: a arte liberal (intelectual) e a arte mecânica (prática). 

A Restauração é uma luta diária, enraizada no verdadeiro tradicionalismo católico, que se dá pelas vias intelectuais e materiais. No âmbito intelectual, exige um esforço contínuo para compreender sistematicamente os diversos aspectos da revolução e apresentar os resultados ao público de forma clara e acessível. No plano material, requer, primeiramente, a eliminação da influência revolucionária na vida privada e, em seguida, a construção de comunidades sólidas que possibilitem a expansão do movimento.

AS ARTES LIBERAIS E MECÂNICAS COMO ESTRATÉGIA RESTAURACIONISTA

VIDA INTELECTUAL

VIDA PRÁTICA

1. ENTENDER A CRISE

1. ENTENDER E SAIR DA CRISE RELIGIOSA

2. CONHECER A TRADIÇÃO

2. ENTENDER O PROBLEMA DA SOCIEDADE INDUSTRIAL

3. DESINTOXICAR-SE DA MODERNIDADE

3. DESVINCULAR-SE DO SISTEMA MONETÁRIO

4. PRODUZIR INTELECTUALMENTE

4. APRENDER AS ARTES MECÂNICAS VISANDO À AUTO-SUFICIÊNCIA

5. DEMOLIR INTELECTUALMENTE AS BASES DA MODERNIDADE

5. DAR O PRIMEIRO PASSO EM DIREÇÃO À VIDA RURAL

6. CRIAR TESES NOVAS CONTRA A MODERNIDADE AFIRMANDO A TRADIÇÃO

6. CONSOLIDAR A AUTONOMIA RURAL

7. EXPANDIR AS TESES PARA AS MASSAS ATRAVÉS DE AULAS, LIVROS E PRODUÇÕES AUDIOVISUAL

7. FORMAR COMUNIDADES E EXPANDIR O MOVIMENTO