Mons. Williamson[1]: A verdade sobre 14 anos de jogadas de um político mitrado contra Mons. Fellay[2]
Parte n°4 – O Lobo que virou pastor – Sua ação direta ou através de intermediários para afastar os homens que frustram seu plano
Terça-feira, 18 de março de 2008
Parte n°4 – O Lobo que virou pastor – Sua ação direta ou através de intermediários para afastar os homens que frustram seu plano
O lobo que virou pastor (La Fontaine) – O ex-anglicano Mons. Williamson, ‘Cunctator’ da Rosa
A fábula de La Fontaine, ‘O lobo que virou pastor’, aplicada ao bispo britânico com a simbólica Rosacruz. A ação direta do ex-anglicano através de seu intermediário na internet (Traditio.com), com o objetivo de tentar expulsar o padre Méramo por Mons. Fellay. A ação da dupla Williamson-Schmidberger para expulsar o padre Aulagnier por Mons. Fellay em 2003. Mons. Williamson afasta, por meio de intermediários, os homens que frustram seu plano de tomar o controle da FSSPX, organização mundial fundada para garantir a sobrevivência do Sacerdócio Sacrificial Católico.
Na Parte n°5, trataremos de um novo aspecto de Mons. Williamson.
O jogo de infiltração e subversão da FSSPX por Mons. Williamson à luz da fábula de La Fontaine: ‘O lobo que virou pastor’
Explicamos na parte N°3 deste estudo em vários capítulos sobre o ex-anglicano, como ele tenta se autoproclamar chefe da futura oposição ao acordo com a Igreja conciliar anticristo de Joseph Ratzinger, e como ele se opõe, sutilmente, mas de maneira real, ao atual Superior, Mons. Fellay, buscando desestabilizá-lo e comprometê-lo.
Pensamos que a fábula de La Fontaine ‘O lobo que virou pastor’ ilustra perfeitamente esse comportamento do antigo aluno de Muggeridge que, ao invés de simplesmente fazer o que se esperaria primeiramente de um simples padre, e depois de um bispo verdadeiramente católico, continua a multiplicar intrigas e intervenções midiáticas para se impor e impor suas orientações à FSSPX.
O pastor legítimo atual da FSSPX é Mons. Fellay, e não poupamos críticas a ele por sua duplicidade e sua vontade de diálogo e continuação das ‘discussões’ com Ratzinger, ‘discussões’ cujo princípio o Fundador da FSSPX havia condenado pouco antes de sua morte súbita (cf. mensagem em áudio na abertura do site Virgo-Maria). Porém, a ação de Mons. Williamson é infinitamente mais grave, pois este ex-anglicano aparece cada vez mais como o chefe da "Orquestra Negra"[3], esse núcleo de infiltrados que tentam, por todos os meios, obter a adesão da obra sacerdotal de Mons. Lefebvre à Roma dos ‘anticristos’, e assim pôr fim à transmissão do Sacerdócio Sacrificial Católico, sacramentalmente válido.
Será que o humor totalmente britânico do ex-anglicano, Mons. Williamson, conseguirá, aplicado ao seu caso, apreciar todo o humor e a sabedoria do célebre fabulista que, mais do que ninguém, possui esse gênio próprio do espírito francês para retratar e resumir situações sutis, tirando delas uma moral cheia de verdade e compreensível para todos?
'O lobo que virou pastor' representação de 1772, por Oudry – Mons. Williamson
Aqui está o texto da fábula de La Fontaine: ‘O lobo que virou pastor’
Um lobo, que começava a ter pouca parte
Nas ovelhas de seu vizinho,
Achou que precisava se valer da pele da raposa,
E assumir um novo personagem.
Vestiu-se de pastor, colocou um hoqueton,
Fez seu houlette de um bastão,
Sem esquecer a gaita de foles.
Para levar a farsa até o fim,
Ele teria escrito de bom grado em seu chapéu:
“Sou eu, Guillot, o pastor deste rebanho.”
Sua figura estava, assim, feita,
E suas patas dianteiras apoiadas no cajado,
Guillot, o sicofanta, se aproximou devagar.
Guillot, o verdadeiro Guillot, deitado na grama,
Dormia profundamente;
Seu cachorro também dormia, assim como sua musette:
A maioria das ovelhas também dormia.
O hipócrita deixou todos assim,
E, para poder levar as ovelhas ao seu fort,
Ele quis acrescentar palavras às vestes,
Coisa que achava necessária.
Mas isso estragou sua trama,
Ele não conseguiu imitar a voz do pastor.
O tom de sua fala ecoou pelos bosques,
E revelou todo o mistério.
Todos acordaram com aquele som,
As ovelhas, o cão, o rapaz.
O pobre lobo, em meio a essa confusão,
Impedido por seu colete,
Não pôde nem fugir, nem se defender.
Sempre por algum lado os trapaceiros são pegos
Quem é lobo aja como lobo:
É o mais seguro, de longe.
Se valer da pele da raposa: Agir com astúcia. Expressão proverbial do tempo de La Fontaine, referindo-se à esperteza da raposa. A expressão remonta ao menos a Plutarco, que escrevia em “As Vidas dos Homens Ilustres”, capítulo XI: "Quando a pele do leão não for suficiente, é preciso costurar também a da raposoa". Jacques Schiffrin destaca que, em sua “Carta a Monsieur de Turenne”, La Fontaine escreve: “O quê! A bravura e as manhas?... / Sabes costurar... / Pele de leão com pele de raposa” ("La Fontaine - Obras completas, tomo I"; prefácio de E. Pilon; edição estabelecida e anotada por R. Groos e J. Schiffrin; NRF Gallimard; biblioteca da Pléiade; 1954, p. 692).
Um hoqueton: Uma túnica camponesa feita de tecido grosso, curta e sem mangas (a palavra vem do árabe al-qoton, que significa “algodão”).
La houlette: Esse é o bastão de pastor, que termina em uma extremidade com uma lâmina em forma de pá (para lançar torrões de terra às ovelhas que se afastam) e, na outra, com um gancho para agarrar os animais por uma pata.
A gaita de foles: Os pastores frequentemente usavam este instrumento de sopro composto de tubos com palhetas e um odre para armazenar o ar, liberado pelo músico conforme seu desejo.
Guillot: Diminutivo de Guillaume (Guilherme). La Fontaine usa-o frequentemente, como em “O Pastor e seu rebanho” (Livro IX, fábula 19, versos 12 e 23) e no conto “O beijo retribuído” (terceira parte, conto 9, versos 1, 5, 10 e 11).
O sicofanta: O sentido de trapaceiro, enganador, já era dado pelos comediantes latinos — como Plauto — a essa palavra de origem grega, que designava delatores profissionais e oficiais.
A musette: Aqui, refere-se à gaita de foles.
O fort: O refúgio de uma fera selvagem.
Que qualquer um que seja lobo aja como lobo: La Fontaine retomará esse tema em sua ópera “O Florentino”: “Pois um lobo deve sempre manter seu caráter”, escreve ele no verso 5.
E o sábio e sagaz La Fontaine conclui sua fábula com a seguinte moral: “Quem é lobo aja como lobo: Isso é de longe o mais certo”.
Aplicado a Monsenhor Williamson e ao seu emblema altamente simbólico, poderíamos dizer: “Quem ostenta em seu emblema uma simbologia de Rosacruzes aja como Rosacruzes: é o mais certo de muitos.”
Um bispo com simbologia de Rosacruzes que pretende ser o pastor das forças vivas da Tradição?
Quem Monsenhor Williamson espera enganar com tal tolice?
Monsenhor Williamson teria ativado seu canal TRADITIO.COM para provocar a expulsão do padre Méramo por Monsenhor Fellay?
Já vimos como Traditio.com se comporta como o canal sedevacantista e secreto do bispo da Rosa.
Recentemente, esse site realizou uma valorização muito suspeita do padre Méramo, esse prior da FSSPX que, por sua ação no Capítulo Geral de 1994, foi a causa direta da carreira de Monsenhor Fellay à frente da obra de Monsenhor Lefebvre, para desagrado de Monsenhor Williamson e do padre Schmidberger.
De fato, Traditio.com se congratula com um texto recente do padre Méramo, sobre o Motu Proprio, no qual o padre da FSSPX demonstra toda a astúcia e a armadilha. Já havíamos sinalizado esse texto.
Artigo de Traditio.com que opõe o padre Méramo a Monsenhor Fellay
Observamos dois aspectos que tratamos sucessivamente: o modo e o sentido.
O modo de tratamento da informação por Traditio.com (ou seja, Monsenhor Williamson)
Traditio.Com publica, com um atraso de quase dois meses, um texto já conhecido desde o final de 2007. Qual seria a razão no final de fevereiro para destacar o texto do padre Méramo? Curiosamente, essa promoção suspeita ocorre enquanto Monsenhor Williamson está em uma intensa campanha midiática na França com o vídeo encomendado pelos padres de Suresnes (Celier, Cocault-Duverger), e Monsenhor Williamson, que acaba de encontrar os sedevacantistas em Flavigny, mantém em privado as melhores relações com alguns sedevacantistas anti-Fellay durante sua passagem pela França.
Outro ponto sobre o modo de ação de Traditio.com: este site reproduz integralmente o texto do padre Méramo, o que é excepcional, enquanto o site sempre se destacou por citar apenas trechos e não fornecer referências das informações que divulga. No caso do padre Méramo, o site Traditio.com é, de fato, o mais preciso possível.
O sentido dado por Traditio.com (ou seja, Monsenhor Williamson) a este texto do padre Méramo
Traditio.com apresenta o texto do padre Méramo como uma oposição pública ao seu Superior, Monsenhor Fellay. O tom elogioso e bajulador do canal de Monsenhor Williamson é suspeito e parece forçado ao extremo. A simpatia excessiva do suposto meio sedevacantista tem o efeito de tentar comprometer completamente o padre Méramo, enquanto Traditio.com sabe perfeitamente que uma suspeita de sedevacantismo na FSSPX (sob o regime de terror do duo Williamson-Schmidberger) resulta em demissão imediata.
Aqui estão as bajulações de Traditio.com em relação ao padre Méramo:
“Um prior da FSSPX rompe com seu Superior Fellay e está de acordo com a rede TRADITIO (…)
O padre Basilio Merano, Prior da FSSPX no México, destacou-se de seu superior, Nanard Fellay, ao aprovar a posição da rede TRADITIO (…)
O padre Basilio Merano, Prior da FSSPX no México, residente na Capela do Sagrado Coração de Jesus em Orizaba, México, rejeitou publicamente a recepção entusiástica da Missa do "Motu" de Bento-Ratzinger por parte do Superior da FSSPX, Nanard Fellay, e aprovou a posição da rede TRADITIO (…)
Bons Católicos, trata-se de uma das análises mais perspicazes por parte de um membro da FSSPX sobre o modus operandi real de Bento-Ratzinger (…)
No entanto, o padre Merano não foi enganado. Lamentamos que a Fraternidade São Pio X tenha um Superior, Nanard Fellay, que tenha caído na armadilha.”[4]
Monsenhor Fellay, qualificado como ‘Bernie’ Fellay (expressão que se traduziria como ‘Nanard’ Fellay), é tratado de maneira desrespeitosa, em oposição ao tratamento reservado ao padre Méramo pelo site sedevacantista, como se isso fosse fazer com que o Superior da FSSPX se enfurecesse ainda mais contra o padre sírio para provocar sua expulsão.
Tudo no tratamento dessa informação por Traditio.com cheira muito mal: a exumação de um texto com dois meses de idade, sua valorização excepcional por meio de uma citação integral (prática incomum para este site), a apresentação do sentido deste texto como uma polêmica anti-Monsenhor Fellay que Traditio.com ridiculariza no processo.
Portanto, a manobra de Traditio.com é exatamente o oposto do que afirma ser: em vez de ser uma valorização do padre Méramo, trata-se de um golpe baixo para tentar expulsá-lo da FSSPX.
Também nossos olhares não podem deixar de se voltar para o verdadeiro ‘herói’ do site sedevacantista, o ex-Anglicano, Monsenhor Williamson, que aparece então como o verdadeiro beneficiário, senão o encomendador, desse elogio secretamente assassino.
Monsenhor Williamson estaria então tentando fazer com que o padre Méramo fosse eliminado da FSSPX. O que significa que o Prior de Vera Cruz no México teria se tornado um obstáculo aos planos do duo Williamson-Schmidberger para avançar com o plano de raliamento.
Mas, na realidade, assim como no lobo da fábula, essa manobra agora se volta contra Monsenhor Williamson. O jogo de Traditio.com, como revez do bispo britânico, é agora conhecido. E o truque parece ser ainda mais evidente.
A expulsão do padre Méramo por Monsenhor Fellay também seria uma forma para o duo Williamson-Schmidberger de obter uma espécie de revanche contra o padre, apreciado por Monsenhor Tissier de Mallerais devido a seus trabalhos sobre a gnose de Jean Borella, e que privou em 1994 o padre Schmidberger de um controle total e definitivo sobre a FSSPX.
Em 2003, a expulsão habilidosa do padre Aulagnier pelo duo Monsenhor Williamson-Padre Schmidberger
Esse ataque sutil, e muito britânico, contra o padre Méramo, lembra um precedente: o do padre Aulagnier. Não se engane, não temos a intenção de expressar o menor arrependimento pela expulsão do padre Aulagnier. Como escreveu o padre Méramo quatro meses antes da demissão do padre Aulagnier, ele corria o risco de ‘contaminar o sacrário’, e a decisão de Monsenhor Fellay livrou a FSSPX de um perigo.
No entanto, o recente livro do padre Aulagnier, ‘L’enjeu de l’Eglise’[5], publicado em 2007 pela Editora Héligoland, revela os bastidores de uma demissão que carrega a marca do bispo da Rosa e de seu parceiro o padre Schmidberger.
Como o padre Aulagnier afirma, na página 605 de seu livro, não ter conseguido entender bem o que lhe aconteceu ao expressar sua surpresa, quatro anos após os fatos:
« Eu fiquei atônito… As declarações que fiz [na entrevista ao Wanderer que justificou sua demissão] eram condenáveis? Não podia-se falar sobre isso? Não! Isso não me foi proposto… A única solução possível, viável, era a demissão! Ah, bom! » Padre Aulagnier
Vamos explicar isso aqui, para ajudar a entender melhor e resolver essa irritante enigmas.
O relato do próprio sobre a expulsão do padre Aulagnier
O padre Aulagnier se destacou de 1998 a 2002 por suas iniciativas pessoais e intempestivas em favor do raliamento da FSSPX. Ele foi o responsável pela queda de Campos em 2002, e considera isso um mérito:
« No dia 18 de janeiro de 2002, foi a data escolhida por Roma para a assinatura oficial dos documentos. Eu estava lá, como prometido, no meio deles. Uma palavra é uma palavra. Isso foi criticado... Mas a proibição estava longe de ser clara e fundamentada...
Mais uma vez, eu considerava tudo sob a ótica da Missa. Para mim, era uma vitória. Uma vitória em favor da Missa de sempre. Provei isso em um artigo da Nouvelles de Chrétienté, na edição nº 72. Dediquei-o totalmente a essa questão. (…)
Como a questão era de importância, retornei a ela no segundo número de Item, que eu acabava de fundar enquanto estava na Bélgica, como prior em Bruxelas – no Item, já que Nouvelles de Chrétienté me foi «arrancado». A autoridade pode fazer tudo, pensava ela! Será o capítulo IV. Complementei-o, em anexo, com o artigo sobre a carta que o secretário da Congregação do Clero enviou a Monsenhor Rangel. Este artigo, que não é meu – tendo sido proibido de escrever, mas não de dar entrevistas (isso para uma simples anedota e espírito « brincalhão »…) – confirma a validade da minha análise sobre os textos constitutivos da Administração Apostólica São João Maria Vianney.
Essas duas publicações contrariaram Monsenhor Fellay, certamente o padre Schmidberger, assim como Monsenhor Williamson que havia escrito, ele, um artigo em sua Carta aos amigos e benfeitores do seminário de Winona, nos Estados Unidos: Campos is fallen. A oposição era total.
A paciência tinha se esgotado. Era necessária a minha expulsão! Ela ocorreu em setembro de 2003, quando eu acabava de ser nomeado e confirmado como prior no priorado de Shawanigam, no Canadá… »[6] Padre Aulagnier
« Durante minha estadia no Canadá, conheci várias pessoas influentes e, numa noite, recebi uma ligação dos Estados Unidos, de jornalistas do The Wanderer, um jornal americano. Eles pediram minha opinião sobre a evolução dos "assuntos" na FSSPX. Aceitei, naturalmente. Levou um certo tempo para estabelecer as « perguntas ». Elas me foram rapidamente enviadas em francês.
Eu respondi com alegria e empenho. Elas me interessavam profundamente e me obrigavam à reflexão.
A tradução para o inglês foi feita pelos jornalistas. E tudo foi publicado no jornal The Wanderer nos Estados Unidos.
A notícia atravessou rapidamente o Atlântico.
Foi a gota d'água que fez transbordar o copo... e que aparentemente cansou a "paciência" de Monsenhor Fellay.
Sem se demorar a discutir o fundo das minhas « considerações », o simples fato da publicação deste artigo no jornal foi a razão – digamos a ocasião próxima – para minha expulsão da FSSPX. Fiquei atônito...
O que eu disse [na entrevista ao Wanderer que justificou sua expulsão] era condenável? Não se podia falar sobre isso? Não! Isso não me foi proposto... A única solução possível e viável era a expulsão! Ah, é? » [7] Padre Aulagnier
A aparição da dupla Williamson-Schmidberger para pressionar Monsenhor Fellay a expulsar o padre Aulagnier
O padre Aulagnier revela que estava em oposição a Monsenhor Williamson e ao padre Schmidberger: veja, veja... mais uma vez a dupla... Esse padre Schmidberger sobre o qual Monsenhor Williamson se queixava, no início de 2006, sob a forma de uma falsa confidência, dizendo que ele lhe escrevia cartas ofensivas! E agora, lá estão o britânico e o alemão unidos para enfrentar o Auvernho:
« Essas duas publicações contrariaram Monsenhor Fellay, certamente o padre Schmidberger assim como Monsenhor Williamson que havia escrito, ele, um artigo em sua Carta aos amigos e benfeitores do seminário de Winona, nos Estados Unidos: Campos is fallen. A oposição era total. »
No dia 1º de fevereiro de 2002, Monsenhor Williamson escreveu « Campos est tombé »[8], na mesma época em que o padre Aulagnier voltava do Brasil, onde havia apoiado a apostasia dos filhos espirituais de Monsenhor de Castro-Mayer. O padre Aulagnier, portanto, aparecia como o liberal, o 'Montanês' da FSSPX, enquanto Monsenhor Williamson cultivava sua imagem de « duro », de anti-liberal, destinada a enganar os opositores mais firmes ao raliamento. Essa união da dupla se manifestará na votação unânime do Capítulo Geral de 2006, que ratificará três anos depois a decisão de expulsar o padre Aulagnier por Monsenhor Fellay.
A entrevista ao Wanderer foi uma armadilha do ex-anglicano para o padre Aulagnier, visando forçá-lo ao erro?
As razões para uma ação nos bastidores da dupla Williamson-Schmidberger devem ser procuradas na natureza imprevisível e incontrolável do ardente Ex-Superior do Distrito da França.
Sabemos que ele negociou um acordo com prelados conciliares para a FSSPX, quando estava na Bélgica, e que esse acordo incluía cláusulas secretas que ele escondeu de Monsenhor Fellay, comunicando-lhe apenas algumas cláusulas.
Tal comportamento não podia deixar de preocupar o ex-Anglicano, que não queria ver um intruso desajeitado perturbar sua alta e delicada missão. Pois a obra do Coagula é uma obra meticulosa, de alta precisão, enquanto a fase do Solve não exige tanta finesse e habilidade: é mais fácil destruir em massa do que fabricar uma falsificação que engane as mentes mais perspicazes.
Podemos supor, então, que era necessário que o comportamento muito pessoal do padre Aulagnier cessasse de interferir e prejudicar o plano do bispo da Rosa para controlar a nova fase delicada do Coagula que se abria para a « normalização » final buscada para a Fraternidade São Pio X.
Era necessário, então, que o padre Aulagnier, o inconveniente, saísse.
Para isso, o padre Schmidberger pressionava Monsenhor Fellay, mas ainda faltava o que o padre Aulagnier chama de ‘ocasião próxima’. Ela não existia? Não havia problema, era só criá-la.
O que seria mais eficaz e audacioso do que uma entrevista? E, após 20 anos nos Estados Unidos, Monsenhor Williamson havia estabelecido muitos contatos e ligações nos meios jornalísticos. Ele sabia exatamente quem acionar para obter uma entrevista por um meio de comunicação americano.
Submetido à tentação midiática do Wanderer, o padre Aulagnier, carente de reconhecimento, não conseguiu resistir.
Foi um passo a mais, um passo fatal. O padre Aulagnier se expôs. A dupla tinha seu pretexto; restava apenas pressionar Monsenhor Fellay para fazê-lo perder a paciência e conseguir o golpe final contra o padre Aulagnier.
Com a expulsão do padre Aulagnier, a dupla Williamson-Schmidberger havia eliminado a « ultra-esquerda », a « Montanha », e a revolução tranquila dos novos termidorianos podia continuar pacificamente e sem contratempos.
O ‘Montanês’ Aulagnier ainda hoje está surpreso por ter sido destituído repentinamente e ainda não compreendeu o papel do ‘Termidoriano’ Williamson.
Restava então a Monsenhor Williamson e sua rede colocar Monsenhor Fellay em dificuldades para evitar sua reeleição em 2006 e afastá-lo, com o objetivo de colocar um homem de palha do tandem Williamson-Schmidberger na liderança da FSSPX.
Foi exatamente isso que foi tentado com a operação de desestabilização de Monsenhor Fellay pelos « mutineiros » no verão de 2004, com a chegada do bispo apóstata Wojtyla-JPII a Lourdes. O padre Lorans serviria como detonador, incitando o impulsivo padre Laguérie ao erro, através de uma insistência telefônica repetida por volta de meados de julho de 2004.
Continua...
Continuemos a boa luta
A Redação de Virgo-Maria
© 2008 Virgo-Maria.org
Na Parte n°5, abordaremos um novo aspecto de Monsenhor Williamson.
ANEXO – Artigo de Traditio.com que opõe o padre Méramo a Monsenhor Fellay
Prior da FSSPX no México Rompe com o Superior Fellay e Concorda com a Rede TRADITIO:
Chama a Missa do "Motu" de Bento-Ratzinger de um "Ardil" Inteligente
De: Os Pais
O Prior da FSSPX no México, Pe. Basilio Merano, Rompeu com Seu Superior, Bernie Fellay
E Concordou Publicamente com a Rede TRADITIO que a Missa do "Motu" de Bento-Ratzinger
É uma "Manobra Sutil, Inteligente e Astuta" para Eliminar o Catolicismo Tradicional
O Prior da FSSPX no México, Pe. Basilio Merano, residente na Capela do Sagrado Coração de Jesus em Orizaba, México, rejeitou publicamente o acolhimento da Missa do "Motu" de Bento-Ratzinger por parte do Superior Geral da FSSPX, Bernie Fellay, e concordou com a Rede TRADITIO que o "Motu" é uma farsa de Bento-Ratzinger para minar o Movimento Católico Tradicional. Merano já havia adotado posições públicas contra as posições pro-Novo Ordem de Fellay. O Pe. Merano publicou em 13 de dezembro de 2007, um documento para sua congregação sobre a Missa do "Motu" de Bento-Ratzinger, que reproduzimos aqui na íntegra.
Sob a Aparência de Bem, o Diabo Se Faz de Anjo de Luz
Pe. Basilio Meramo, Prior da FSSPX no México
13 de dezembro de 2007
A Sagrada Escritura nos adverte que Satanás frequentemente se transforma em Anjo de Luz (II Coríntios XI:14), ou seja, como um bem aparente, para seduzir os fiéis. "Porque o Diabo, como leão que ruge, anda em derredor, buscando a quem possa devorar" (I Pedro V:8). Por isso, São Pedro nos exorta a ser sóbrios e vigilantes.
Muitos, se não a grande maioria, dos defensores da Missa Tradicional e da doutrina viram o Motu Proprio de Bento XVI como um grande bem, na medida em que reconheceu que a Missa Tradicional em Latim nunca foi ab-rogada. Este "reconhecimento" é visto por aqueles que mantêm essa visão "otimista" como algo parecido com uma terra ressequida que acolheria uma chuva suave após uma longa seca. E, ainda mais, vemos como estão tão tomados de gratidão que estão prevendo os horizontes mais promissores para um futuro feliz, de verdura e flores brilhantes e bonitas.
Mas, se analisarmos os fatos de forma imparcial e à luz clara da Fé, veremos que a bela paisagem desaparece diante de nossos olhos, como a ilusão vã e perigosa que realmente é. Nada poderia ser mais perspicaz do que reconhecer que a Missa Tradicional nunca foi legalmente ab-rogada, embora tenha sido suprimida de maneira abusiva, como sempre sustentaram o Arcebispo Lefebvre e os católicos tradicionais.
Portanto, a declaração de Bento XVI afirmando que a Missa verdadeira nunca foi abolida parece, à primeira vista, ser uma vitória. No entanto, após uma análise mais detalhada da declaração, percebe-se tanto a sutileza quanto a inteligência dessa ação. Bento XVI está tentando, de maneira audaciosa e eficaz, alcançar seu objetivo mais profundo e desejado de acordo com sua mentalidade modernista, de modo que muitos críticos do Modernismo não conseguiram apreciar totalmente a vastidão de seus objetivos ou a sutileza de sua estratégia.
Bento XVI, que tem uma mente aguda e penetrante, pretende legitimar a Nova Missa tentando apresentá-la como um desenvolvimento legítimo e fiel do antigo rito romano. Para ter sucesso, ele precisou curar a ruptura criada pela tentativa de supressão da Missa Tradicional, primeiro negando que a Missa Tradicional tivesse sido abolida. Pois a Missa Tradicional era a expressão fiel da Missa romana antiga, tanto em seu desenvolvimento histórico quanto em seu conteúdo dogmático, promulgada perpetuamente.
Historicamente, não se podia afirmar que tivesse ocorrido uma ruptura esquismática no desenvolvimento do rito, como declarou Joseph Ratzinger em sua autobiografia. Mas isso foi, de fato, o que foi declarado ter acontecido quando a Nova Missa foi introduzida, então era necessário reparar a ruptura. O segundo grande evento que ocorreu no início dos meus anos em Ratisbona foi a publicação do Missal de Paulo VI, com a quase total proibição do Missal Tradicional. Mas fiquei perplexo com a proibição do Missal Tradicional, pois nada semelhante havia ocorrido na história da liturgia. Não se pode falar de uma proibição do Missal mais antigo e, até então, legitimamente válido, cujo desenvolvimento ao longo dos séculos pode ser rastreado até os Sacramentários da Igreja primitiva. Isso trouxe uma ruptura na história da liturgia, cujas consequências poderiam ser apenas trágicas (Joseph Ratzinger, Mi Vida, ed. Encuentro, Madrid, 2005, pp. 148-149).
Podemos ver então que, para o Cardeal Ratzinger, a ruptura histórica não pode ser legitimamente defendida, e essa ruptura precisava ser curada, especialmente dado seu plano de retratar a Nova Missa como uma continuação legítima e desenvolvimento do Missal Tradicional e como uma expressão autêntica do Rito Romano da Missa. Com sua mente dialética e ecumenista, ele podia perceber que não poderia ser afirmado que o Novo Missal era um desenvolvimento legítimo do Rito Romano, se por outro lado se afirmasse que o Missal Tradicional não era.
Portanto, se ambos os Missais são desenvolvimentos legítimos do antigo Rito Romano, então é incoerente afirmar que o Missal Tradicional está proibido ou foi abolido, especialmente se se pretende apresentar a Nova Missa, descrita pelo Arcebispo Lefebvre como um rito protestantizado e bastardo, como um desenvolvimento e expressão igualmente legítimos do antigo Rito Romano, como o Rito Tradicional era de fato. O que nos leva ao objetivo final de Bento XVI.
A tentativa de reconciliar a Nova Missa com a Missa Tradicional é o primeiro passo em seu plano para promover uma reconciliação entre os ensinamentos do Vaticano II e a Verdadeira Fé. Ele não pode permitir que uma ruptura ou separação permaneça, o que impediria sua síntese dialética, pois, como declarou quando era Cardeal Ratzinger: "Para a vida da Igreja, é dramaticamente urgente que ocorra uma renovação da consciência litúrgica que reconheça novamente a unidade da história da liturgia e entenda o Vaticano II não como uma ruptura, mas como um momento de desenvolvimento" (ibidem). Agora se manifesta claramente qual era a verdadeira motivação por trás do reconhecimento do fato de que o Missal Tradicional nunca foi abrogado. É a conhecida estratégia de um passo para trás/dois passos para frente.
Seria ingênuo pensar que Bento XVI tomou essas medidas porque está se aproximando da Missa Tradicional e da Verdadeira Fé. Pois, segundo suas próprias palavras, o objetivo dessas medidas é a consolidação e legitimação da Nova Missa e do Vaticano II. Ele está tentando isso não através de medidas brutais e dramáticas que rompem com o passado, mas usando o método de uma evolução sutil e gradual [como "Pe." Ratzinger fez no Vaticano II], espera reconciliar e convencer todos os opositores do Vaticano II e da Nova Missa sobre sua legitimidade.
Bento XVI está procedendo de forma gentil, mas firme, para estabelecer que a Nova Missa e o Vaticano II não constituem uma ruptura com o passado, nem litúrgica nem doutrinariamente, mas que são fruto de um crescimento e desenvolvimento orgânicos dentro da Igreja e devem ser aceitos por todos os fiéis. Portanto, a Missa Tradicional é a expressão de um passado histórico, e a Nova Missa é a expressão fiel do presente vital e a promessa de um futuro ainda mais glorioso.
Não se pode conceber uma manobra mais sutil, inteligente e astuta que claramente pretende eliminar as forças que compõem a resistência católica às inovações e que defendem a Missa Tradicional e as doutrinas da Igreja Católica. Essa eliminação deve ocorrer sem confrontos dramáticos ou brutais, como foi tentado no passado, mas sim com um caloroso abraço ecumênico, que não deixará para trás cadáveres podres que poderiam macular o cenário irenista e bucólico. Não é assim que se procede em nossa era democrática, pois agora destruímos por substituição dialética.
Bons católicos, esta é uma das análises mais penetrantes de um representante da SSPX sobre o verdadeiro modus operandi de Bento-Ratzinger, Modernista no Vaticano II, Modernista agora, que enganou muitos conservadores e semi-tradicionalistas da Nova Igreja com um astuto embuste. O Pe. Merano, no entanto, não foi enganado. Lamentável para a Sociedade de São Pio X que seu superior, Bernie Fellay, tenha sido enganado.
[1] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-02-C-00-Societes_secretes_europeennes.pdf
http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-17-A-00-Mgr_Williamson_Muggeridge.pdf
http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-17-B-00-Mgr_Williamson_Actions_US.pdf
[2] Continuação de uma série de artigos sobre a ação verdadeira e oculta do ex-anglicano dentro da FSSPX (Fraternidade Sacerdotal de São Pio X) para entregar a Tradição Católica às mãos da Igreja Conciliar de Ratzinger. Após a publicação da série de artigos, um dossiê será compilado reunindo todos os textos em um único documento, que constituirá uma referência sobre o bispo da rosa. Estas publicações concretizam um trabalho de pesquisa, cruzamento de informações e reflexão sobre a ação particularmente temível do antigo anglicano dentro da obra de Mons. Lefebvre. A parte 1 desta série foi publicada: http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-03-05-B-00-Mgr_Williamson-contre-Mgr_Fellay.pdf
[[3]] Cf. http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-02-23-A-00-Orchestre_noir_de_la_FSSPX_V3.pdf
[4] http://www.traditio.com/comment/com0802.htm
[5] http://www.lenjeu.info/Bienvenue.html
[6] « L’enjeu de l’Eglise », p486, Abbé Paul Aulagnier, 2007, Les éditions d’Héligoland
[7] « L’enjeu de l’Eglise », p605, Abbé Paul Aulagnier, 2007, Les éditions d’Héligoland
[8] http://www.sspx.ca/Documents/Bishop-Williamson/February1-2002.htm