[Virgo Maria] O ex-Anglicano, Mons. Williamson à Rosa[1], e o padre Laguérie tentam desviar a atenção para ocultar o novo rito conciliar ecumênico radicalmente inválido de 'consagração' episcopal (18 de junho de 1968)

Preocupado com a conscientização que está se alargando no seio da FSSPX, da missão confiada à sua obra por Mons. Lefebvre...

Outros Formatos

O ex-Anglicano, Mons. Williamson à Rosa[1], e o padre Laguérie tentam desviar a atenção para ocultar o novo rito conciliar ecumênico radicalmente inválido de "consagração" episcopal (18 de junho de 1968)

Terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Preocupado com a conscientização que está se alargando no seio da FSSPX, da missão confiada à sua obra por Mons. Lefebvre de perpetuar o Sacerdócio sacrificial católico sacramentalmente válido, o bispo à Rosa da FSSPX, Mons. Williamson, tenta acender um contrafogo desviando a atenção do novo rito conciliar de « consagração » episcopal (mudado e « reinventado » 100% em 1968 por Montini-Paulo VI) para o novo rito conciliar de « ordenação » presbiterial (ligeiramente, mas astuciosamente modificado).

Muito significativamente o graduado de Cambridge, discípulo de Muggeridge (ex(?)-Fabien), infiltrado desde 1972 ao lado de Mons. Lefebvre, intervém por sua vez algumas semanas depois que - em uma carta pública ao padre Bouchacourt - o padre Laguérie tenha ele mesmo tentado dissuadir Mons. Fellay de proceder a uma nova ordenação sub conditione de um clérigo transfuga do IBP (o Padre G.) que se juntou à FSSPX após ter sido ordenado no IBP por um pseudo-« bispo » conciliar sacramentalmente inválido.

Para melhor desorientar seus colegas clérigos da FSSPX, assim como os fiéis da Tradição que se preocupam com a validade sacramental de seus padres, Mons. Williamson tenta em 15 de novembro de 2008 em seu blog (cf. anexo) introduzir um novo sofisma baseado em uma dupla negação, absolutamente anticatólica e contrária aos termos especificados infalivelmente por Leão XIII em sua Bula de 1896 Apostolicae Curae, verdadeira vitória de Lepanto litúrgica do Sacerdócio sacrificial católico, termos pelos quais o grande papa podia concluir com toda a força lógica declarando as pseudo-« Ordens » Anglicanas são « Absolutamente nulas e inteiramente vãs ».

O ex(?)-Anglicano, bispo da FSSPX alega de fato agora que:

« Enquanto o novo rito puder ser considerado como não excluindo o sacerdócio autêntico, ele poderá servir para ordenar válidamente verdadeiros padres. »

Para isso, o bispo britânico da FSSPX menciona:

« as modificações introduzidas nos ritos sacramentais da Igreja Latina – por Papa Paulo VI, em particular »

e responde àqueles que consideram que essas mudanças

« tornam esses ritos automaticamente inválidos ».

Mas onde a artimanha bastante grosseira de Mons. Williamson se revela imediatamente, é quando ele reduz a questão da validade sacramental das « ordenações » conciliares ao único problema levantado pelo novo rito conciliar das « ordenações » presbiterais:

« os termos da nova Forma da Ordenação sacerdotal não foram eles próprios nitidamente modificados ».

Mas o ex-Anglicano não menciona de forma alguma o novo rito de consagração episcopal, para o qual TODA a forma foi modificada e inteiramente « reinventada », uma vez que o texto do rito da Igreja latina foi substituído por aquele completamente fabricado, por Dom Botte a partir de pequenos fragmentos pseudepigráficos dispersos provenientes de manuscritos redigidos em diversas línguas e em diversas épocas, de uma suposta « Tradição apostólica » falsamente atribuída a Hipólito de Roma.

Esta nova forma sacramental essencial inteiramente inventada com objetivos de « ecumenismo » conciliar por Dom Botte e o padre Lécuyer[2] do rito conciliar de pseudo-« consagração » episcopal é totalmente nova, e não existe nenhuma prova histórica – e por razões - de que tenha sido utilizada uma única vez num sentido sacramental pela Igreja.

Monsenhor Williamson continua sua enganação, esperando que seus ouvintes sejam os ignorantes que ele presume[3] :

« é verdade que os termos da Forma sacerdotal permaneceram intactos em sua essência ».

E para o novo rito EPISCOPAL? Não resta nada da forma tradicional.

« O novo rito de ordenação pode omitir muitos traços da ordenação católica, mas não introduz nada que exclua positivamente uma ordenação autêntica. »

diz ainda o bispo à Rosa, enquanto o novo rito conciliar de « consagração » episcopal contém uma heresia transitiva neo-nestoriana proclamada, embora tenha sido condenada por três concílios, e que não satisfaz às duas condições exigidas infalivelmente para a validade sacramental de uma forma sacramental essencial[4] pelo Papa Pio XII em sua Constituição Apostólica Sacramentum Ordinis de 1947.

« Seu texto ainda pode ser utilizado validamente »

conclui o compadre do padre Schmidberger, chegando ao fim de sua tromperia.

Este assunto reúne sobre um mesmo tema, o dueto de 2004, na época em que, em 17 de outubro de 2004, Dom Williamson fez um sermão estrondoso na igreja Saint-Nicolas-du-Chardonnet para apoiar o padre Laguérie em motim contra Dom Fellay (cf. mensagens de VM sobre o caso dos « mutinos » de 2004)

« Inútil reordená-lo sob condições »

*já suplicava o padre Laguérie em 23 de setembro de 2008, sobre o

« Padre G. que deixa o Instituto para a Fraternidade ».

« Último de seus argumentos, que não são, e graças a Deus, o caso do Padre G. que deixa o Instituto para se juntar à Fraternidade. Este é o único improviso de seu texto. Você poderia, ao menos, agradecer. Ele celebrou a forma ordinária, há dois anos. Nós lhe ensinamos tudo, regularizamos tudo em Roma, bom trabalho. Por questões de conforto (vocês são ricos e nós somos pobres; estamos perseguidos, vocês não o estão mais; sua casa na Argentina é luxuosa e há sua família, nossa casa em Santiago é miserável e o padre Navas está sofrendo), ele decide se juntar a vocês. Vamos lá! Não vou gritar ao cisma e espero que ele não pague caro demais por suas origens. Inútil reordená-lo sob condições e evitem os Kerguelen: vocês têm tantas casas confortáveis onde se vive tão bem. »

Evidentemente, o padre Laguérie não ignora as cerimônias de ordenação sob condição das quais Dom Lefebvre fez a regra para os membros do clero conciliar que se juntam à FSSPX, a fim de estar em conformidade com a doutrina tutiorista da Igreja, para garantir e assegurar os fiéis – como é seu primeiro direito – da certeza da validade das Ordens dos clérigos membros da FSSPX.

E o padre Ugo Carandino, ex-sacristão de Dom Lefebvre, revelava durante o verão de 2007 (como relata o padre Jocelyn Le Gal de Verrua):

« Quando eu era sacristão em Écône, preparei várias vezes as cerimônias de ordenação sob condição, conferidas por Dom Lefebvre a padres ordenados com o novo rito e que desejavam se aproximar da FSSPX. » [5]

Este renovamento da ordenação sob condição era preconizado pelo Papa Leão XIII no caso da única ausência da porreção dos instrumentos (embora não faça parte da forma essencial, como promulgado em 1947 pelo Papa Pio XII em Sacramentis Ordinis), e Leão XIII impunha a ordenação absoluta em relação aos Anglicanos:

« "Uma observação se impõe: Gordon ele mesmo, é verdade, então em questão, e alguns consultores invocaram entre outros motivos de nulidade a ordenação de Parker com o caráter que lhe era atribuído naquela época; mas quando se tratou de pronunciar a sentença, afastou-se absolutamente essa razão, como provam documentos dignos de toda confiança, e reteve-se como motivo apenas um defeito de forma e intenção. Para emitir um juízo mais completo e seguro sobre essa forma, teve-se o cuidado de ter em mãos um exemplar do Ordinário anglicano, que foi comparado às formas de ordenação usadas nos diversos ritos orientais e ocidentais. Então, Clemente XI, após parecer conforme dos cardeais a quem o caso pertencia, proferiu ele mesmo, na quinta-feira, 17 de abril de 1704, o seguinte decreto: « Que João-Clemente Gordon receba ex integro et absolute todos os Ordens, mesmo os Ordens sagrados e principalmente o sacerdócio, e se não foi confirmado, que receba primeiro o sacramento da Confirmação. » Esta decisão, notemos bem, não levou em consideração o defeito de tradição dos instrumentos, caso contrário o uso prescrevia renovar a ordenação sob condição. É ainda mais importante observar que esta mesma sentença do Papa diz respeito de forma geral às ordenações anglicanas" Papa Leão XIII, Apostolicae Curae, 1896

E todo vício de forma em uma ordenação, como declara Leão XIII, é suficiente para obrigar a que ela seja renovada:

"Embora se referisse, de fato, a um caso especial, ela não se apoiava, no entanto, em um motivo particular, mas em um vício de forma do qual são afetadas todas essas ordenações, tanto que, posteriormente, todas as vezes que foi necessário decidir um caso análogo, respondeu-se com o mesmo decreto de Clemente XI." Papa Leão XIII, Apostolicae Curae, 1896

Na situação de 2008, onde a quase totalidade dos bispos conciliares[6] foram "sagrados" em um rito RADICALMENTE INVÁLIDO cujo elemento sacramental essencial – por razões de uma vontade de “ecumenismo” conciliar com os protestantes luteranos e anglicanos e, portanto, de conformidade com a natureza do « Sacerdoce » aceita entre estes últimos - não possui 0% de elementos em comum com a forma sacramental essencial do rito tradicional latino que foi repudiado em 100%, é evidente que a ordenação deve ser administrada novamente e absoluta.

É isso que o padre Laguérie gostaria de evitar para o Padre G.

A razão é que o Padre Laguérie conhece muito bem a falta de episcopado católico sacramentalmente válido entre os pseudo-«bispos» conciliares, que, como outrora o padre apóstata Castrillon Hoyos, pseudo-«bispo» conciliar completamente desprovido de toda Potestas Ordinis episcopale católica, convida, no entanto, a vir conferir a ordenação católica a seus seminaristas do IBP, QUANDO SABE MUITO BEM QUE ESTES PSEUDO-« BISPOS » CONCILIARES SÃO RADICALMENTE INCAPAZES de transmitir sacramentalmente o Sagrado Sacerdócio Sacrificial católico autêntico.

Quem é esse Padre G.?

Chamamos os que o souberem a nos transmitir a informação.

E o que fez Dom Fellay? Ele fez renovar a ordenação sob condição?

Dom Fellay teria confiado os fiéis da Fraternidade e suas famílias a esse clérigo conciliar sem tê-lo consagrado novamente e sem avisar esses fiéis?

Se isso fosse verdade, seria UM ABOMINÁVEL ESCÂNDALO.

Continuemos a boa luta.

A Redação de Virgo-Maria

© 2008 virgo-maria.org


Dossiê das Referências Virgo Maria sobre o ex(?)Anglicano da FSSPX Dom Richard Williamson à Rosa

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-02-C-00-Societes_secretes_europeennes.pdf

http://sww.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-15-A-00-Blason_Williamson_Cunctator.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-18-A-00-Coat-of-arms_Williamson_Cunctator.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-03-B-00-Anglicans_Rose_Croix-FM.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-04-08-B-00-Williamson-Round_Table.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-13-A-00-Bond_Williamson.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-10-D-00-Schmidberger-Urrutigoity.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-01-A-00-Williamson-Urrutigoity.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-20-A-00-Vatican-Homosexuel.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09-07-C-00-Williamson_Urrutigoity-n2_EN.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-05-03-A-00-Williamson_Urrutigoity-n1-ENG.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-05-02-A-00-Mgr_Williamson_Blason_de_Luther.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-04-06-A-00-Hoyos_ment.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09_20-A-00-VM_Pages_FSSPX.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-17-B-00-Mgr_Williamson_Actions_US.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-03-18-A-00-Williamson-Loup.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-03-15-A-00-Williamson-Diaporama.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-03-15-Diaporama_Williamson_2_anneaux.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-01-A-00-Williamson-Urrutigoity.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-20-A-00-Vatican-Homosexuel.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-16-A-00-Hoyos_liberte_religieuse_Colombie.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-17-A-00-Mgr_Williamson_Muggeridge.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-11-A-00-Mgr_Williamson_Muggeridge.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles_HTML/2007/006_2007/VM-2007-06-06/VM-2007-06-06-B-00-Avrille_bloque_face_a_Celier.htm

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-04-24-A-00-Rore_refute_l_abbe_Calderon_2.pdf

http://rore-sanctifica.org/etudes/2007/RORE-2007-04-24-FR_Refutation_de_l_abbe_Calderon.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-03-24-B-00-Mgr_Williamson_tente_de_desarmorcer_VM_2.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-03-24-A-00-Abbe_Cekada_reordinations_2.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-01-28-A-00-Abbe_Cekada_refute_abbe_Calderon_1.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-12-18-B-00-Mgr_Williamson_Omission_d_Avrille_1.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-12-09-A-00-Hoyos_Versailles.pdf


ANEXO – Mensagem de Dom Williamson em seu Blog

Site das mensagens semanais de Dom Richard Williamson, da Fraternidade Sacerdotal São Pio X

Sábado, 15 de novembro de 2008

Confusão magistral

Comentários Eleison LXXII

Desde o Vaticano II (1962-1965), espíritos católicos tão inteligentes quanto sérios esforçam-se para demonstrar que as modificações feitas nos ritos sacramentais da Igreja latina – pelo Papa Paulo VI, em particular – tornam esses ritos automaticamente inválidos. Tem-se vontade de respondê-los: se ao menos as coisas fossem tão simples! Mas a simplicidade não pode substituir a verdade.

Aqui está como um desses espíritos procura provar que o novo rito de ordenação dos padres é automaticamente inválido, e seu argumento não é sem valor:

Maior: Sempre que as palavras de uma Forma sacramental, essenciais para a validade do sacramento, são notoriamente modificadas, ou sempre que no contexto em questão, se dá a essas mesmas palavras um significado claramente diferente, a Forma, e com ela o sacramento, não pode ser senão inválida.

Menor: Ora, as palavras da nova Forma da ordenação sacerdotal não foram elas mesmas notoriamente modificadas, mas no contexto do novo rito tomado como um todo, a palavra “sacerdote” recebe um significado claramente diferente, conforme à revolução total do sacerdócio católico operada pelo Concílio.

Conclusão: É por isso que um padre nunca pode ser validamente ordenado no novo rito.

Neste argumento, a maior não apresenta problemas, pois não é outra coisa senão a doutrina católica. Quanto à menor, é verdade que as palavras da Forma permaneceram intactas em essência. Também é verdade que toda a deriva do Vaticano II e das reformas pós-conciliares tende a esvaziar de substância o sacerdócio católico, assim como a totalidade da religião católica, para substituí-la por uma religião do homem. Mas, para chegar validamente à sua conclusão, o argumento acima deveria demonstrar que os documentos e as reformas conciliares excluem positivamente o sacerdócio e a religião católicos, pois enquanto o novo rito puder ser considerado como não excluindo o sacerdócio autêntico, ele poderá servir para ordenar validamente verdadeiros padres.

Infelizmente (para a clareza do debate), a vontade de Paulo VI, tal como aparece em toda as reformas deste pontífice (e, hoje, nas de Bento XVI), é introduzir a nova religião do homem ao lado da religião católica de Deus, incluindo, e não excluindo esta última! Contudo, nenhuma pessoa sã de espírito poderia sustentar a ideia de que dois e dois fazem cinco, sem negar que dois e dois fazem quatro. Mas os espíritos conciliares não são sãos. Eles querem apostatar enquanto permanecem católicos! Assim, o novo rito de ordenação pode omitir muitos traços da ordenação católica, mas ele não introduz nada que exclua positivamente uma ordenação autêntica. Se ao menos fosse o caso! Esse novo rito não poderia, então, levar tantas almas a pensar falsamente que não apresenta problema algum para os católicos; aí reside toda a dificuldade: seu texto ainda pode ser utilizado validamente (2 + 2 = 4), mas tende a invalidar o sacerdócio autêntico (2 + 2 = 5). « Desorientação diabólica »… Kyrie Eleison

La Reja, Argentina

« Postado » por Dom Richard Williamson às 18h56

Palavras-chave: Novo rito de ordenação, Vaticano II


ANEXO – Blog do padre Laguérie – 23 de setembro de 2008[7]

Simples carta ao Sr. padre Christian Bouchacourt

Muito querido senhor padre, obrigado.

Publicado no site oficial do distrito da França, seu editorial sul-americano tem muitas qualidades. A primeira é que é assinado por sua mão, mesmo que se inspire em grande parte, até no plano e na redação, de um panfleto corajosamente anônimo que apareceu nos últimos dias na internet. Quando o intrépido cura que o assinou tiver a coragem de sair do esconderijo... por ora, não tenho tempo a perder com os covardes.

Porque, de fato, você realmente lamenta o destino que está sendo dado ao I.B.P. E, nestes tempos de ditadura do pensamento, é corajoso da sua parte. Esta é, aliás, a única justificativa para suas linhas pessimistas que os porta-vozes não oficiais da Fraternidade, constrangidos, encontram na internet.

Finalmente, e ao analisar bem, você nos faz o mais precioso elogio: é a nossa posição de partida, sua coerência e rigor, que motiva a hostilidade dos bispos e mesmo (sou eu quem diz) o apoio parcimonioso de Roma. Obrigado, caro padre; era necessário que isso fosse dito e, se possível, por alguém que não fôssemos nós.

Suas linhas transbordam de amizade pelo Bom Pastor, em seus começos sempre atuais. Sei, por ter encontrado você naquela época, que não são palavras vazias ou ocas.

As críticas que você parece nos fazer não são absolutamente nada: as bravatas dos bispos de Bogotá e Santiago deveriam, na boca de um padre da Fraternidade São Pio X, superior de distrito, merecer tantos elogios, não? Ou então, caramba, a Fraternidade deve ter mudado muito em quatro anos e deveria rapidamente assinar acordos! Felizmente, Dom Lefebvre não parou por tão pouco, senão nós não seríamos padres, nem você nem eu! Nosso seminário de Écône em 1973, estando em perfeita regularidade canônica, era tratado de “selvagem” por todos os bispos franceses reunidos em Lourdes.

Não vamos misturar tudo também. O bispo de São Paulo nos recebeu de forma muito simpática (como alguns na França), e você é um dos que melhor sabe que nossa retirada deste país se deve apenas à T.F.P. disfarçada de Montfort. Vamos lá, padre...

Último de seus argumentos, que não são, e graças a Deus, o caso do Padre G. que deixa o Instituto para se juntar à Fraternidade. Essa é a única improvisação de seu texto. Você poderia, ao menos, agradecer. Ele celebrava a forma ordinária, há dois anos. Nós lhe ensinamos tudo, regularizamos tudo em Roma, bom trabalho. Por razões de conforto (vocês são ricos e nós somos pobres; estamos perseguidos, vocês não estão mais; sua casa na Argentina é luxuosa e há sua família, nossa casa em Santiago é miserável e o padre Navas está sofrendo), ele decide se juntar a vocês. Vamos lá! Não vou gritar ao cisma e espero que ele não pague caro demais por suas origens. Inútil reordená-lo sob condições e evitem os Kerguelen: vocês têm tantas casas confortáveis onde se vive tão bem.

Até aqui, realmente não há o que contestar em sua prosa. Gostaria de lhe dizer, caro padre, que se você tivesse conhecido os primeiros tempos de sua Fraternidade e os desafios que ela atravessou, você se alarmaria menos rapidamente com as pequenas misérias do início do I.B.P. E embora sua solicitude me toque profundamente, eu a considero excessivamente preocupada; pergunte aos antigos para que lhe contem sobre as "horas mais sombrias de nossa história". Você sabia, por exemplo, que Dom Lefebvre várias vezes quis parar tudo e que em uma ocasião ele decidiu e anunciou isso? Sem a bravura de nosso querido padre Aulagnier, não haveria Fraternidade! Veja, não estou nesse ponto. Você se dá ao luxo, hoje, de despedir seminaristas bastante bons, enquanto na época se mantinham alguns horríveis! Quanto às favores episcopais, seu fundador teve que prescindir deles.

E você passa logicamente para a questão romana. Todos esses pequenos avatares são, de fato, a prova de que Roma não mudou; que o I.B.P. não era mais do que uma armadilha armada por Roma contra a Fraternidade; que se hoje fizéssemos o que eles fizeram ontem, amanhã nos aconteceria o que lhes acontece hoje. “Liberdade vigiada”, etc.

Mais uma vez (decididamente!) estou de acordo com você. Você vê que o importante é a qualidade de um acordo prático, e a Fraternidade deveria ser grata ao Instituto por ter mostrado isso e por suportar os primeiros erros. Você diz muito justamente que a salvação da Igreja não pode vir de Roma e não de qualquer último recurso, porque tirada do lugar certo e no momento certo por algum Robin Hood desconhecido. Você não é dos que sonham à noite que o Vaticano II nunca aconteceu: é o despertar que é pesadelo. Você está bem longe da Europa, senão saberia que o único a lamentar a visita do papa à mesquita é o padre de Tanoüarn, do Bom Pastor. Quando você fala do "desprendimento" do I.B.P., percebe o quanto você nos elogia! É alguém realmente responsável por ser abandonado? Isso exigiria nuances, sem dúvida, mas tudo em sua argumentação tende a equiparar nossos dois institutos e, embora eu não compartilhe totalmente esse ponto de vista, eu o recebo em suas palavras como um belo incentivo. E por fim, se é o papa que não é obedecido, não é dever de todos apoiá-lo. O Cardeal Castrillon-Hoyos, que encontrei na semana passada, me disse e repetiu isso: "principalmente não mudem, permaneçam o que vocês são." Quando M. Christophe Geffroy, de La Nef, justamente criticado por Jean Madiran no Présent (20 de setembro), fala do Instituto como uma "ambiguidade detestável", que "não poderia ter duração", ele se volta resolutamente para o passado, desertando em plena campanha e abandonando o Papa. Além disso, de que ele se mete?

Em 2006, alguns de vocês se contentavam em dizer sabiamente que o jovem instituto deveria provar seu valor com o tempo. Parece-me que essa frenesíe de balanços, que perturba o sono de muitos neste momento, é um tanto prematura. Salomão era mais sábio, não é? "Um tempo para plantar, um outro para colher; um tempo para construir, um outro para habitar"? Seria que a permanência e o tranquilo desenvolvimento do Instituto atormentem as noites de alguns? Não creio absolutamente que você seja um deles: seu texto é magnífico e pressupõe uma profunda estima pelo Bom Pastor. Muito obrigado: aqui, eu o convido para as ordenações do próximo dia 11 de outubro, que aumentarão o número de nossos padres de 18 para 22, e envio um caloroso e fraternal cumprimento ao velho cura de Saint-Nicolas du Chardonnet. Com minha amizade em Nosso Senhor.

Padre Philippe Laguérie.


[1] Veja no final do artigo a lista de referências eletrônicas dos estudos factuais e documentados de Virgo Maria sobre o ex(?)-Anglicano da FSSPX, Dom Richard Williamson à Rosa e sobre seu poder de dano dentro da Fraternidade.

[2] http://www.rore-sanctifica.org/etudes/2007/RORE_Communique-2007-12-28_Hippolyte_Denoyelle.pdf

http://www.rore-sanctifica.org/etudes/2007/RORE_Communique-2007-10-01_Faits_Nouveaux.pdf

http://www.rore-sanctifica.org/etudes/2007/RORE-2007-07-04-FR_Rore_Sanctifica_III_Notitia_1_Tradition_Apostolique.pdf

http://www.rore-sanctifica.org/etudes/2007/RORE-2007-05-10-FR_Rore_Sanctifica_III_Notitia_2_Montage_Avrille.pdf

http://www.rore-sanctifica.org/bibilotheque_rore_sanctifica/01-publications_de_rore_sanctifica/rore_sanctifica-communiques/communique_(2007-04)-avril/RORE_Communique-2007-03-31-Le_Canon_75_des_Orientaux_2.pdf-avril/RORE_Communique-2007-03-31-Le_Canon_75_des_Orientaux_2.pdf)

http://www.rore-sanctifica.org/etudes/2006/RORE-2006-08-05-FR_Rore_Sanctifica_III_Notitia_4_Les_Significations_heterodoxes_de_la_Forme_de_Montini_PaulVI_A.pdf

[3] Este prelato se distingue de fato pelo infantilismo particular de seus discursos e sermões quando se dirige aos fiéis, e pela notória debilidade das metáforas que ele escolhe para eles nessas ocasiões, refletindo bem o extremo desdém com que este bispo considera seus fiéis e suas famílias.

[4] http://www.rore-sanctifica.org/etudes/2006/RORE-2006-08-05-FR_Rore_Sanctifica_III_Notitia_4_Les_Significations_heterodoxes_de_la_Forme_de_Montini_PaulVI_A.pdf

[5] http://www.sodalitium.eu/index.php?pid=28

[6] Durante o último conclave no início de abril de 2005, que "elegeu" o padre apóstata Ratzinger sob o nome de Bento VI, entre 115 votantes, apenas quatro possuíam a plenitude do Sagrado Sacerdócio Sacrificial católico autêntico, tendo sido consagrados bispos católicos antes de 18 de junho de 1968.

[7] http://blog.institutdubonpasteur.org/spip.php?article103