Ratzinger prepara a « síntese » dos dois missais
O projeto de Anglo-Tridentinismo
Sexta-feira, 29 de junho de 2007
Tradução em português de um artigo de Traditio.com
Um jornal italiano confirma que Ratzinger quer aplicar o « Indulto » à « missa de 1967 », que é inválida – Os « conservadores » da Igreja conciliar chocados com a revelação de uma comissão secreta de Ratzinger
Endereçado por Pierre, correspondente litúrgico canadense da rede TRADITIO
Em sua obra monumental, P.-H. Omlor demonstrou a invalidade da « missa de 1967 ». Agora, acaba de ser divulgado o relatório de uma comissão secreta que revela que Ratzinger votou a favor de um « Indulto » relativo não à « missa de 1962 », mas à « missa de 1967 », que é inválida.
Senhores padres,
O jornal italiano Il Giornale acabou de confirmar uma revelação impressionante. Esta deixou em estado de choque os conciliares que se entusiasmavam com a perspectiva de um novo « indulto » para a « missa de 1962 » modernizada por Bugnini e que consideravam erroneamente Ratzinger como um papa « tradicionalista ».
Acontece que, em 1982, ano em que se começou a falar de um « indulto », Ratzinger, então Prefeito da Doutrina da Fé, presidiu em 16 de novembro uma reunião onde foi preconizada a adoção de um « indulto » não para a « missa de 1962 », mas para a « missa de 1967 », que é inválida. Esta « missa de 1967 » já continha, de fato, as três ondas de modificação da Santa Missa que a Comissão de Hannibal Bugnini havia publicado sob forma de Instruções após o Vaticano II (1963-1967) e antes da imposição definitiva do serviço Novus Ordo, em 1969.
A « missa de 1967 » inclui as « orações de intercessão » emprestadas dos serviços protestantes (« Pelos gays e lésbicas, que os católicos acolham sua sexualidade e sua diversidade: Senhor, ouvi nossa oração »), a supressão das orações no altar e do último Evangelho, o abandono das vestes litúrgicas tradicionais e a abolição das genuflexões, entre outras « reformas » resultantes do Vaticano II. O mais notável, entretanto, é que a « missa de 1967 » também se caracterizava pela infame corrupção do Cânon e de sua Consagração, além da adição das três novas « orações eucarísticas » elaboradas por Hannibal Bugnini.
É essa mesma « missa de 1967 » que incentivou P.-H. Omlor a publicar em 1968 seu best-seller « Questioning the Validity of the New, All-English Canon » (Valididade contestável do novo Cânon totalmente anglicano), o primeiro livro a lançar publicamente um desafio à Igreja conciliar e a apresentar sua « missa » como uma perversão da teologia sacramental católica romana. Para mais informações, consulte a FAQ05 « Que livros católicos tradicionais você recomenda ? », na « Biblioteca de Arquivos » do site TRADITIO (FAQs & Apologética Tradicional).
As recomendações da Comissão secreta presidida por Ratzinger nunca haviam sido publicadas até que Il Giornale conseguisse obter a ata confidencial da reunião em questão, onde se aprende também que Ratzinger estava acompanhado pelos seguintes prelados: os cardeais conciliares Sebastiano Baggio, Prefeito dos Bispos, William Baum, Prefeito da Educação Católica, Agostino Casaroli, Secretário de Estado e primeiro personagem do Vaticano após o papa, e Silvio Oddi, Prefeito do Clero, além do arcebispo conciliar Giuseppe Casoria, Prefeito dos Sacramentos e do Culto Divino.
A comissão secreta de Ratzinger, nomeada por João Paulo II, recomendou que « o Missal romano na forma em que permanecia em uso até 1969 [ano em que foi imposto o serviço Novus Ordo] … seja admitido pelo Santo Sé para todas as Missas [sic] celebradas em língua latina ». Duas condições estavam atreladas a essa recomendação:
1. que qualquer « indulto » relativo à « missa de 1967 » exija que aqueles que dela participam professam a « aceitação total das normas publicadas após o Vaticano II » e afirmem que essas normas não são* « heréticas ou inválidas »;
2. que as missas « Indulto » celebradas nas igrejas paroquiais aos domingos e dias de festa respeitem o calendário do Novus Ordo.
Ainda mais chocante foi a recomendação da comissão secreta de Ratzinger de que fosse realizada no futuro « uma síntese dos dois Missais » [o Missal tradicional e o missal do Novus Ordo]. Em outras palavras, o Missal tradicional, ou pelo menos o Missal de 1962, deveria então ser integrado ao serviço Novus Ordo de 1969, elaborado por Hannibal Bugnini e sua comissão de seis protestantes.
Constata-se que as recomendações da comissão secreta de Ratzinger, cujas atas mostram que foram adotadas por unanimidade dos membros presentes, não foram todas consideradas quando João Paulo II publicou o primeiro « indulto » para a « missa de 1962 » em sua carta apostólica Quatuor abhinc annos de 3 de outubro de 1984, e depois o segundo « indulto », em sua carta apostólica Ecclesia Dei de 2 de julho de 1988, sem dúvida devido às ameaças do arcebispo Marcel Lefebvre, fundador da Sociedade Sacerdotal São Pio X, assim como de outros padres e organizações independentes, muitos dos quais se recusavam a ter qualquer relação com o missal modernizado de Bugnini de 1962.
É evidente que caso Bento Ratzinger publicasse um novo « indulto », não o faria por « tradicionalismo », mas apenas porque veria nisso uma fase transitória na aplicação das prescrições modernistas do Vaticano II. Aqui, vemos claramente a mão escrevendo na parede… A Igreja conciliar de Bento Ratzinger irá, de forma astuta, levar vários grupos « conservadores » a negociar com ela, e uma vez que estejam acostumados com os acordos assim estabelecidos, ela os « integrará » pouco a pouco ao serviço Novus Ordo. Dada tal revelação, Dom Bernard Fellay, Superior Geral da FSSPX, se realmente for um tradicionalista e não um vassalo da Igreja conciliar de Bento Ratzinger, deverá responder ao fogo com fogo, rejeitando a « missa de 1962 » e retornando à Missa tradicional em latim anterior a 1951, ou seja, anterior às modificações modernistas de Bugnini.