SOBRE O PERENIALISMO (Fernanda Conforto)

CARTA III

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SOBRE O PERENIALISMO (Fernanda Conforto)

CARTA III

Bom dia a Alberto Zucchi e a todos os membros da Montfort!

Antes de tudo: peço desculpas por ter escrito o nome de Alberto Zucchi errado, nos emails anteriores.

Peço para que verifiquem, apesar da grande quantidade de cartas que recebem - se disporem de tempo - se alguma das informações contidas nesse novo email podem ser úteis. Escrevo, novamente, como aluna e amiga da Montfort, com a intenção de auxiliar nos estudos que o grupo já está desenvolvendo. Foi primeiro a Montfort que nos alertou a respeito das obras do Olavo e, recentemente, sobre as gravações do Antônio Donato. Devido a extensão desse texto e por causa da dificuldade de tempo para finalizá-lo, a conclusão dessa exposição enviarei nos próximos dias (se Deus o quiser). A conclusão estará mais focada nas aulas gravadas do Donato, com os títulos Sabedoria Segundo Aristóteles, de 27 de setembro de 2011 e Santo Agostinho I, de 2 de outubro de 2011, que são as aulas seguintes àquela que já foi exposta pela Montfort.

Começo fazendo uma exposição mais detalhada sobre o que foi relatado no email anterior: o ensino de astrologia, também por Antônio Donato.

Primeiro ponto: A respeito da anedota sobre Tales de Mileto contada por Antônio Donato, na aula Concílio Vaticano II:

Trata-se de uma história que foi escrita por Aristóteles, que é considerado "a maior fonte de conhecimento" a respeito de Tales:

"According to Aristotle, Thales studied the stars to make unusually accurate predictions about future weather conditions, coming to the conclusion that the olive crop would be “bountiful,” in other words, there would be an excellent season in the fall. Thales was clever enough to take advantage of his prediction. Although he didn’t have a lot of money, he quietly approached the owners of the olive presses (the presses were used to convert olives into olive oil) to make an offer.
He paid each owner a deposit (or premium) to reserve the olive presses during the harvest. For a small deposit, the owners would hold or reserve the olive presses exclusively for Thales during the autumn. Because no one believed that Thales could predict the weather nine months into the future, no one bid against him. Therefore, Thales paid very little for the right to reserve the olive presses.
As it turned out, Thales’s prediction was correct. It was an excellent year for olives, and the demand for the olive presses was enormous. Thales sold his option contract (which was the right to use the olive presses) to the olive farmers for a huge profit." (Excerto retirado do livro Understanding Options, de Michael Sincere. Pág. 17).

Essa anedota já foi objeto de defesa da astrologia, pelos astrólogos e de crítica, pelos cientistas - muitas vezes - ao longo dos séculos. É possível encontrar a repetição dessa história em muitos livros de astrologia e também em muitos escritos de críticos que, no caso, limitam-se a encerrá-la na repreensão feita pela mulher a Tales (no site Wikipedia há algumas referências dos críticos):

"The Astrologer who Fell into a Well is a fable based on a Greek anecdote concerning the pre-Socratic philosopher Thales of Miletus. It was one of several ancient jokes that were absorbed into Aesop's Fables and is now numbered 40 in the Perry Index. During the scientific attack on astrology in the 16th–17th centuries, the story again became very popular." (Excerto extraído de: Link).

Antônio Donato poderia assegurar que descreveu apenas uma proeza astronômica ou ainda que seria muito difícil definir Tales - hoje - apenas como um astrônomo (como postulam vários autores racionalistas) ou sustentá-lo apenas como um astrólogo, desconsiderando-se a realidade da época em que ele viveu.

Olavo de Carvalho concordaria:

"Se você acompanhar tanto o debate que houve... Entre o século XVI e XVII... Como aquele que reaparece no século XX... Você verá que... É... A... A necessidade de impulso... De tomar posição pró ou contra foi tão forte... (...) O mais interessante aí... É que todo o debate, tanto naquela época, quanto no... No século XX... Se trava em torno da explicação... Ou da teoria... Que estaria subentendida na astrologia. Sem prestar muita... Vamos dizer... Na verdade, sem prestar mais mínima atenção... Ao fenômeno em si... Ou seja... O que... A impressão que o debate dá... É que... Existe um corpo de doutrinas, chamado astrologia... Está certo? Que inclui... Uma... Vamo... Uma... Uma justificação das técnicas usadas pelos astrólogos e que por outro lado, existe... Um corpo de objeções... A... A essa teoria... Mas... Na verdade, até a época... É... De... Em que aparece... Esse debate... Não havia teoria astrológica alguma! Ahm? O próprio... O próprio Weil o reconhece... Vamos ver... (foleando o livro A Filosofia de Pietro Pomponazzi. Pico Della Mirandola e a Crítica a Astrologia, de Eric Weil) Ele diz aqui... É... É... Não existe... Não existe... "Não existia filosofia da astrologia, nem mesmo metodologia. Os profissionais se atinham aos limites de sua técnica e evitavam, cuidadosamente, toda a reflexão sobre os princípios e sobre suas consequências possíveis. Em consequência, a astrologia, havia se tornado no fim da idade média, uma construção das mais curiosas, sem plano, sem unidade, sem organização." (Raízes da Modernidade. Aula 3. A partir de 02:08 até 06:21).

Inclusive Olavo, nessa aula, pode sutilmente ter recomendado Pico Della Mirandola a seus ouvintes, uma vez que, em mais de uma oportunidade, o apresenta como crítico da astrologia. No entanto, em uma das obras indicadas pelos discípulos da Astrocaracterogia de Olavo (Mais informações em: Link ) recomenda-se que não se deve “precipitadamente” considerar a possibilidade de Pico ter sido inimigo da astrologia:

"Em seu polêmico escrito Disputationes adversam, astrologiam divimtricem (“Crítica à adivinhação astrológica”), que, na edição de 1495, contém não menos que 360 páginas in-fólio, Pico desenvolve, sobre o pano de fundo de seu projeto sobre a liberdade do homem, uma crítica fulminante à astrologia. Porém, como no caso de Ficino, não deveríamos fazer precipitadamente uma crítica rigorosa ou uma separação entre o Pico “anterior” de orientação mítico-cabalística — Pico foi um importante transmissor da cabala judaica para o cristianismo — e o Pico “posterior”, que, agora purificado e esclarecido, condena a astrologia como superstição.

Antes de tratar das características básicas dessa argumentação, é importante lançar um olhar sobre a biografia de Pico. De início, era o festejado sábio da academia platônica dos Medici em Florença, mas viu-se em dificuldades quando o papa Inocêncio VIII proibiu-lhe um debate público no qual pretendia expor a conciliabilidade da filosofia platônica com a cabala judaica e a religião cristã. Assim, desde cedo, sentiu aversão pela influência dos poderosos da Igreja sobre a liberdade científica; no que concerne à crítica à astrologia, uma profecia elaborada por três astrólogos, entre eles seu adversário Lucius Bellantius, um médico de Siena, deve tê-lo atiçado ainda mais.

Previram que não sobreviveria a seu 33º aniversário. Quando Pico morreu, pouco antes da publicação de Disputationes, em 17 de novembro de 1494, ou seja, com quase 32 anos de idade, muitos logo admitiram que “os astros haviam contestado Pico”. Também o seu amigo e aliado na luta contra uma astrologia que oprimisse o homem, o monge dominicano florentino Girolamo Savonarola (1452-98), seria apanhado por um trágico fim, pois foi queimado publicamente em Florença. Críticos da astrologia eram freqüentemente também inimigos da autoridade eclesiástica, e, enquanto Ficino buscava uma síntese entre cristianismo, platonismo e ciência dos astros, Pico e Savonarola, ao insistirem na liberdade humana, tornaram-se forçosamente alvo do poder cristão." (História da Astrologia - Da antiguidade aos nossos dias. Kocku Von Stuckrad. Pág. 231 e 232).

Essa mesma “prudência” foi proposta para Marsilio Ficino:

"Sua relação (Marsilio Ficino) com a astrologia não é fácil de ser decifrada, pois redigiu escritos claramente contra a astrologia e, por outro lado o que foi demonstrado por Paul Oskar Kristeller, um importante intérprete de Ficino — , ateve-se até a sua morte a uma forma prática de astrologia que se poderia designar de filosófico-mágica. (...) O que Ficino, como muitos de seus contemporâneos, rejeitava como ofício desonroso era a mera fabricação de mapas astrais. Essa rejeição, no entanto, não obstava uma intensa ocupação com a astrologia, o que se pode perceber nos seus interesses relativos à medicina e também na sua correspondência." (História da Astrologia - Da antiguidade aos nossos dias. Kocku Von Stuckrad. Pág. 228 e 229).

No entanto - ainda na aula 3 do curso Raízes da Modernidade - se obtém, a partir de Olavo, um precioso esclarecimento sobre a época de Tales:

"Ele (São Tomás de Aquino) segue, de modo geral, a orientação de Aristóteles que diz que tudo o que se move no mundo sublunar... É predeterminado.. Pelos movimentos... Dos astros no céu, está certo? É... No entanto... Vamos dizer... No contexto antigo, greco-romano, essa ideia estava associada a divindade... Dos astros." (Raízes da Modernidade. Aula 3. 21:04 até 21:34).

Como Antônio Donato (com a narração da anedota de Tales) Olavo de Carvalho também oferece a seus alunos, um exemplo bem-sucedido de prática astrológica. Todavia, ele é bem menos sutil que Donato:

"Existiu aqui, nos Estados Unidos, um famoso.... Meteorologista... Da rádio RKO... É... Que durante trinta anos, fazia... Previsões meteorológicas... Com critério puramente astrológico... É... E o homem era de uma exatidão formidável!" (Curso Raízes da Modernidade. Aula 3. De 40:59 até 41:15).

Curiosamente a aula Vaticano II e Grécia Antiga foi gravada um mês antes (18/09/2011) de Olavo de Carvalho disponibilizar o seu curso Raízes da Modernidade (17 e 22 de outubro de 2011) (Ver mais informações em: Link ). Ambos ensinam, quase que simultaneamente (diferença de poucos dias), a mesma doutrina de astrologia e recomendam exemplos bem-sucedidos que a praticaram. E ainda: ao longo da aula 3 do curso Raízes da Modernidade, Olavo discorrerá sobre conceitos alquímicos (alquimia espiritual) que já ensinou em 1996 - explicitamente - em seu curso de Alquimia. Donato, por sua vez, ensinará conceitos alquímicos, embiocados, na sua aula seguinte, em 27/09/2011 que tem o título Sabedoria Segundo Aristóteles.

Veja a Montfort que o que é alegado por Antônio Donato não é verdadeiro: considerando-se o material que estou citando - nesse texto - não somente Olavo e Donato ensinaram a mesma doutrina como ainda a ensinaram em um período de poucos dias de diferença.

Olavo e Donato planejam juntos suas iniciativas, visando um objetivo comum?

Na obra The Jesuits II, no capítulo em que menciona-se que ensinava-se astrologia e quiromancia, nas aulas de matemática no colégio jesuíta Santo Antão, em Lisboa (o primeiro colégio jesuíta fundado em Portugal) no século XVII e XVIII, um professor jesuíta - favorável a astrologia - teria se preocupado em fazer uma distinção a respeito da astronomia e da astrologia:

"The Jesuit teacher then addresses the difference between astronomy and astrology. This is an important point, because prior to being exposed to these lessons on astrology the students had studied cosmography and astronomy.
‘Astronomy is a science that speculatively considers the number, order, and movement of the starry bodies using the certain and evident demonstrations of geometry and arithmetic. Astrology is like a practical science that, from these speculations, declares the effects that the celestial bodies cause.’ Thus, one more clarification: astrology is a practical science. The epistemological content of astrology is not questioned, but it is clearly distinguished from the ‘certain and evident’ mathematical foundation of astronomy. Astrology is therefore defined by its triple characterization as a natural, mixed, and practical science. Moreover, astrology is subordinate to astronomy, because it is from the ‘speculations’ of astronomy that the effects of the planetary configurations can be established." (The Jesuits II, Cultures, Sciences and The Arts 1540-1773. Editado por John W. O’Malley, S.J. Gauvin Alexander Bailey, Steven J. Harris, T. Frank Kennedy, S.J. Pág. 376).

E logo a seguir, o professor afirma que Tales de Mileto foi beneficiado pela astrologia:

" Commenting on the benefits of astrology, the teacher mentions the rather prosaic, but by no means unimportant, fact that, ‘with astrology, Thales of Miletus was able to guess the scarcity of olive oil, and in that way was able to make so much money that he became extremely wealthy.’" (The Jesuits II, Cultures, Sciences and The Arts 1540-1773. Editado por John W. O’Malley, S.J. Gauvin Alexander Bailey, Steven J. Harris, T. Frank Kennedy, S.J. Pág. 379).

Observação: O autor do texto salienta que eram poucos os professores jesuítas que ensinavam essas doutrinas e que Companhia de Jesus condenou a astrologia e a quiromancia em algumas obras:

"Following these papal condemnations (Bull Coeli et terrae of Pope Sixtus V, issued on 5 January 1586, condemning astrology and bull of Pope Urban VIII Inscrutabilis judiciorum Dei, of 31 March 1631) several members of the Society of Jesus wrote important anti astrological and anti-divinatory books. Among the various Jesuit works against these practices the two most famous and influential were the Adversus fallaces et superstitiosas artes (1591) by Benito Pereira, and the In astrologos coniectores libri quinque (1615) by Alessandro de Angelis." (The Jesuits II, Cultures, Sciences and The Arts 1540-1773. Editado por John W. O’Malley, S.J. Gauvin Alexander Bailey, Steven J. Harris, T. Frank Kennedy, S.J. Pág. 373).

Em um dos livros recomendados pelos discípulos da Astrocaracterologia de Olavo de Carvalho (Mais informações em: Link) pode-se ler sobre a importância de Tales para o desenvolvimento da astrologia na Grécia (que é considerado por alguns autores como o primeiro dos astrólogos/astrônomos):

"Se cuenta de Tales de Mileto, el primer filósofo de la historia occidental, que mientras paseaba contemplando absorto las estrellas cayó en un pozo, del cual fue rescatado por una hermosa sirvienta, quien se burló de el debido a que por estar tan ocupado indagando lo que habia en el firmamento no veia lo que estaba ante sus pies: una observación nada desatinada a un filósofo. Quizas a causa de su experiencia con el pozo, Tales dijo que todas las casas estaban hechas de agua. Otro de los primeros filósofos griegos sostuvo que la materia primordial del universo era el aire, y otro que el fuego. Añdase la tierra a estos tres y tenemos los cuatro elementos -tierra, aire, fuego Y agua- que encontraremos una y otra vez en esta exposición.
Tales vivió en el siglo VI a.C., antes de que la astrologia se introdujera en el mundo griego. Empero, ni el, ni la contemplaci6n de las estrellas, ni la filosofia, ni tampoco el que fuera rescatado porla joven sirvienta carecen de importancia.
La contemplación de las estrellas es, por supuesto, mucho mas antigua que la filosofia Y mas que la historia; y los filósofos absortos estan aun entre nosotros, lo mismo que el sentido comun de las sirvientas. No obstante la conjunción de la contemplación de las estrellas, la filosofia y Grecia nos conduce en la forma debida a las raices de nuestro
tema, ya que se trata de la historia de la astrologia europea occidental, y este supuesto arte antiguo sigue siendo hoy muy similar a como lo concibieron los griegos. Fueron ellos quienes a Ia contemplación de las estrelias, a su magia y sus conjuros aiiadieron Ia filosofia, añadieron la geometria y el pensamiento racional sobre ellos mismos y su universo, para crear asi el arte de la astrologia. Tambien fueron ellos quienes escribieron los antiguos textos de dicho arte en los cuales se sustentaria toda la astrologia posterior." (Historia de La Astrologia Occidental. S. Jim Tester. Pág. 11).
Ainda segundo Jim Tester, a astrologia se desenvolveu tardiamente na Grécia e Pitágoras (escolas pitagóricas) (discípulo de Tales de Mileto) contribuiu para "preparar o terreno" para que as ideias astrológicas fossem aceitas pelos gregos:
"El pitagorismo, Platon y Aristoteles, y en cierto grado la religion orfica (proveniente del este y que tambien influyo en Platon), prepararon el terreno para la recepcion de las ideas astrologicas." (Historia de La Astrologia Occidental. S. Jim Tester. Pag. 29).

Teria sido oportuno que Antônio Donato - que é recomendado como um professor católico e que se preocupa em registrar que (ao menos algumas de) suas aulas (gravadas) estão sendo realizadas no espaço da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, em São Paulo - após a narração da anedota - considerando a possibilidade de se haver interpretação inconsciente favorável à astrologia - fizesse uma pequena observação a respeito das condenações que a Igreja fez a essa falsa ciência (e que não são poucas). Alberto Zucchi já havia exposto que Donato deveria ter condenado as doutrinas diabólicas dos egípcios.

Considerando-se que teria sido uma desatenção do Donato, teria ele, em suas manifestações recentes, se preocupado em fazer a condenação, após a observação da Montfort?

Questionado a respeito dessa nova desatenção (ou omissão) será que Donato silenciaria ou até mesmo alegaria que não há nada de errado com uma "astrologia natural" assim como o professor do Colégio Santo Antão, em Lisboa justifica que a condenação feita pela Igreja refere-se apenas a uma "astrologia supersticiosa", enquanto cita, entre outros autores, Girolamo Cardano (Jerônimo Cardan), como referência de uma astrologia boa (ou legal):

"The lawfulness of astrology is defended not only by Aristotle, Ptolemy, and many other ancient astrologers, but also by many Catholic authors of the present time, such as Luca Gaurico, Giuntini, Miguel de Petrasancta, Cardano, Firmico, Stöfler, and Stadius. Among the ancient Fathers can be found important eulogies of astrology. The list of these is impressive: Eusebius, Origen, Jerome, Albert the Great, Bonaventure, and, above all, Thomas Aquinas." (The Jesuits II, Cultures, Sciences and The Arts 1540-1773. Editado por John W. O’Malley, S.J. Gauvin Alexander Bailey, Steven J. Harris, T. Frank Kennedy, S.J. Pág. 377).

Olavo de Carvalho recomenda Girolamo, sutilmente, a seus alunos:

"Foi ele (Juan Alfredo César Müller) quem me indicou as raízes da psicologia moderna na alquimia e na astrologia da Idade Média e da Renascença, fazendo-me estudar Paracelso e Fludd, Jacob Boehme, Morin de Villefranche e Jerônimo Cardan." (Excerto retirado da descrição do Curso Conceitos fundamentais de psicologia. Disponível para acesso em: Link).

Aproveito a oportunidade para recordar que, para alguns autores, o astrólogo Cardano foi a primeira pessoa (relevante) a estabelecer elo entre as doutrinas dos sacerdotes do Egito e a teologia de São Tomás, em seu tratado De Immortalitate Animorum:

"Cardano`s attempt to confute Alexander (despite his repeated assurantes that he equally adheres to the way of argumentation that is specific to the philosophy of nature looses its ways and enters the field of theology , where it proceeds to identify Peripatetic doctrines that correspond with Christian dogmata and establishes a very-far-reaching correspondence between philosophy and religion, which is said to cover all of philosophy from Hermes Trismegistos to Thomas Aquinas." (Alexander of Aphrodisias and his Doctrine of the Soul: 1400 Years of Lasting Significance, de Eckhard Kessler. Pág. 49 e 50).

Veja a Montfort, o excerto do Immortalitate Animorum:

"Sic igitur animi natura philosophis innotuit, sensim initio, ut diximus, facto a Trismegisto, inde per Pythagoram, Anaxogoram, Pherecidem, Alcmeonem, Socratem, Platonem, Aristotelem, Theophrastem, Photinum, Iamblicum, Synesium, Michaelem Ephesium, Themistium, Amonium, Simplicium, Ioannem Grammaticum, Avicennam, Averroem, Albertum et Thomam, adeo res haec proxima ad veritatem accessit, ut in naturali lumine iam nil amplius desiderare possimus, cum ad scopum ferme pervenerint." (Alexander of Aphrodisias and his Doctrine of the Soul: 1400 Years of Lasting Significance, de Eckhard Kessler. Pág. 50).

E Antônio Donato? Teria ele coragem de recomendar abertamente o astrólogo Cardano? Donato - assim como Girolamo Cardano - recomenda Iamblichus em sua exposição a respeito do elo desde a "sabedoria" dos sacerdotes do Egito (representado, por Cardano, por sua figura mais eminente: Hermes Trimegistro) até Santo Tomás de Aquino (conforme se verifica no excerto citado acima).

E o astrólogo, cabalista e alquimista Marsílio Fisino? Donato recomendaria expressamente a seus alunos? No livro Philosophia Perennis - Historical Outlines of Western Spirituality in Ancient, Medieval and Early Modern Thought, Wilhelm Schmidt Biggemann pode-se ler que Ficino - assim como Donato - também recomenda Iamblichus:

"In his letter “Concordia Mosis et Platonis”, Ficino adopts this theory and claims all Presocratic philosophy to be part of the Mosaic theology of creation. He founds his claim on the philosophical and theological interpretation of the prologue to St. John’s gospel: “In the beginning was the Word, and the Word was with God, and the Word was God. He was in the beginning with God. All things were made through him, and without him was not anything made that was made.” For Ficino, this prologue provides the framework for a coherent reading of the Bible, Plato, Philo, Plotinus, Iamblichus, and Proclus." (Philosophia Perennis - Historical Outlines of Western Spirituality in Ancient, Medieval and Early Modern Thought. Wilhelm Schmidt-Biggemann. Pag. 34).

Segundo ponto: A doutrina astrológica da influência astral compartilhada por Olavo e Donato:

Conforme citei no contato anterior, no artigo A Gnose "Tradicionalista" de René Guénon, o professor Orlando Fedeli - citando um artigo publicado na revista Planeta - mostra que Olavo defende que:

"A astrologia tem, sobre a ciência histórica corrente, justamente a vantagem de permitir um estudo mais amplo, pois o modelo dos ciclos planetários pode articular, numa moldura única e coerente, as várias correntes de causas - econômicas, políticas, culturais, etc. - que contribuem para a elaboração da história: onde o historiador comum se perde ante a variedade dos fatores, o astrólogo (ou o historiador versado em astrologia) elabora rapidamente uma síntese viva e dinâmica do conjunto." (Olavo de Carvalho, A Década de 80. Com que Direito estão Prevendo o Fim do Mundo? artigo in Planeta, Dezembro de 1979, no 87 p.40).

Donato por sua vez, em sua aula Concílio Vaticano II e Grécia Antiga, gravado em 18 de setembro de 2011:

"O que se requer do... Do homem sábio, é uma reflexão profunda... Sobre todas as realidades e ele consiga dizer o que é a essência da coisa. (...) Então o homem sábio ele tem de ser alguém que consiga olhar todas as realidades... Analiticamente, profundamente... E saber exatamente o que cada coisa é.... (...) E existe uma ciência... Para se fazer isso. E essa ciência começou a dese.. Ser desenvolvida entre os gregos e teve um desenvolvimento dentro da Igreja, absolutamente fora do comum! Por incrível que pareça, existe isso! Existe uma ciência que é capaz de... Justamente (...) Ignorar os detalhes e ir para a essência das coisas... E discutir... E aprofundar o que é cada coisa até a gente chegar a um quadro... Exato... Do que é o universo, o cosmos inteiro, com todas as suas realidades: humanas e divinas. E quando o indivíduo consegue fazer isso... Está certo? Quando o indivíduo consegue fazer isso... E para fazer isso, ele não precisa usar de microscópio, ele não precisa usar de (...) não precisa usar de vetores... Não precisa usar dessas coisas... Nada disso. Uma coisa dessas... Quando o indivíduo ele sabe como... E... Dizer o que cada coisa é, ele deu o primeiro passo... (...) O segundo passo é o seguinte: que... Se você souber o que todas as coisas são... Você ainda... Tem... Ideia muito pálida... Do universo... Porque o universo... Não é, simplesmente... A soma de um monte de coisas. Assim como, por exemplo... Se você.. Conhece... A bibliografia de todos os homens, você não sabe o que é a história. É... A História é... É... Possui... Além de.. do mundo... Uma inter-relação entre todos os fatos... Que é mais profunda... Do que cada um dos fatos em si. Então a... Você saber o que é... Cada uma das coisas... É... Não é um... Um... Uma imagem fiel do universo. Você tem de saber como que as coisas se relacionam umas com as outras. E as coisas se relacionam umas com as outras... É... Por relações... relações, principalmente causais... Então, além de saber o que são as coisas, você tem que, também, leva... Levar... É... Essa investigação ao conhecimento das causas dessas coisas. Não das causas dos detalhes, porque aí, nu... Aham... Não se acabaria nunca. (...) Mas, além de saber o que é cada coisa você tem de entender a inter-relação causal de todas as coisas. E aí, você começa a entender não só o que são as coisas, mas começa a entender a ordem do universo. " (Concílio Vaticano II e Grécia Antiga. Antônio Donato. Aula gravada em 18/09/2011. A partir de 01:01:45 até 01:06:37).

Conforme mencionei no início do texto, Olavo e Donato ensinaram a mesma doutrina para seus alunos, em curto espaço de tempo.

Parece que Olavo não estava brincando, quando em uma aula do COF de 19 de dezembro de 2009, afirmou:

"Eu sou amigo do Donato faz 30 anos, e entre nós nunca houve a mais mínima divergência sobre nada. Eu estou fazendo aqui o meu serviço, ele fazendo o dele lá, e nós estamos indo para o mesmo lugar." (COF. Aula 37. Arquivo em PDF (transcrição). Pág. 29).

Veja a Montfort, o seguinte excerto que foi extraído da aula número 3 do curso Raízes da Modernidade, gravado entre os dias de 17 e 22 de outubro de 2011 (Mais informações em: Link ):

"Por um lado, a questão da influência astral... Ela é de uma importância objetiva... Enorme! Ahm? Então... Saber se isso existe ou não existe... Deveria ser do interesse de todo mundo, ahm? Afinal de contas, nós estamos vendo acontecer... Né? Acontecer coisas no domínio histórico... No domínio médico... No domínio econômico... Né? E... Eu digo: Muito bem! Nós sabemos que existem forças causais, atuantes ali... E... Nós queremos saber quais são, uai? Para saber para aonde as coisas vão..." (Raízes da Modernidade. Aula 3. A partir de 40:20 até 40:55).

Olavo faz uso de dois exemplos, nessa mesma aula, para sustentar a validade da sua doutrina a respeito da influência astral:

"Existiu aqui, nos Estados Unidos, um famoso.... Meteorologista... da rádio RKO... É... Que durante trinta anos, fazia... Previsões meterológicas... Com critério puramente astrológico... É... E o homem era de uma exatidão formidável!" (Curso Raízes da Modernidade. Aula 3. De 40:59 até 41:15).

E ainda:

"Existiu um analista de mercado, chamado... Eu não me lembro do primeiro nome dele... O segundo era Jensen (Luther James Jensen) não sei se era Edward Jensen, ou coisa assim... Que era... Vamos dizer... É... Fazia previsões de mercado... Absolutamente fantásticas... Está certo? Todo mundo seguia as recomendações dele e quando ele se aposentou... Ele escreveu um livro contando como ele fazia... Era um método astrológico..." (Curso Raízes da Modernidade. Aula 3. De 41:16 até 41:37).

E a finalidade da Astrocaracterologia:

"Quando... Eu... Inventei aquele negócio que eu chamei de Astrocaracterologia... Para que que era aquilo? É para criar... Vamos dizer... Um critério de investigação... Que lhe permita, tirar a limpo a questão... Vamos dizer... Da... Chamada influência astral... Por meios não astrológicos... Quer dizer... Por... Através de... De um critério que não corres... Critério de... De... De investigação... Que não corresponde as técnicas astrológicas... Porque se você vai seguir as mesmas técnicas astrológicas... Bom... Então você está dando... A resposta para o pressuposto, né? E... Se você nega tudo... Também você está... Fazendo a mesma coisa. Então qual é a única solução? Bom, primeiro, nós temos de divi... Separar a questão das influências astrais da questão da astrologia. Se as tais influências astrais existem ou não existem, isso tem que poder... Tem, absolutamente, que poder ser averiguado... Por meios não astrológicos... Totalmente diferentes daqueles que a astrologia emprega..." (Curso Raízes da Modernidade. Aula 3. De 01:40:15 até 01:41:11).

Prossegue Olavo:

"Por que que eu dei o curso de Astrocaracterologia... Digamos... Eu falei: Será que é possível... Vamos dizer... Criar um grupo de pessoas... (...) Numeroso... Que estejam interessadas no fato em si mesmo... E que possa continuar investigando e talvez algum um dia descobrir alguma coisa... Né? De modo que entre nós, possa se travar um debate eficiente..." (Curso Raízes da Modernidade. Aula 3. De 01:40:15 até 01:46:20).

Em uma das obras recomendadas pelos discípulos da Astrocaracterologia de Olavo (Mais informações em: Link) se lê que a astrologia se tornou a disciplina mais importante para o esoterismo:

"Devemos, portanto, considerar a enorme importância da astrologia para a história da religião e da cultura europeias, visível também no fato de ter se tornado uma disciplina central do que hoje chamamos de “esoterismo”." (História da Astrologia - Da antiguidade aos nossos dias. Kocku Von Stuckrad. Pág. 17).

Na apostila As doze camadas da personalidade humana - E as formas próprias de sofrimento (Como mencionado em contatos anteriores, a nova "A Teoria das Camadas" é a velha "ciência" Astrocaracterologia, criada por Olavo de Carvalho) disponibilizada a seus alunos pode-se ler que Olavo faz referência a muitos autores diferentes, porém Szondi, exerceu grande influência sobre seus estudos astrológicos. Ele mesmo o afirma:

"Alguns desses psicólogos (psicólogos do século XX) foram fundamentais para mim. Aliás, esse é mais ou menos o programa do curso que vou dar aqui de 14 a 19 de setembro: “Conceitos Fundamentais da Psicologia.
Houve uma época na minha vida em que eu praticamente só estudava isso. Acho que fiquei pelo menos três anos orbitando em torno disso aí, graças ao meu amigo Juan Alfredo César Müller. (...) Eu tinha uma sessão semanal com ele, fazia um monte de perguntas e ele me dava uma pilha de livros para ler. Foi ali que descobri o Szondi, que era o grande guru dele."(Olavo de Carvalho. COF. Aula 12. 27 de junho de 2009. Arquivo em PDF com transcrição da aula, pág. 27).

E Müller confirma:

"Em 1965, quando a Editora Mestre Jou publicou minha tradução da obra do Dr. Ungricht, já tinha em mente o trabalho que agora apresento. Em 1970, no Congresso Internacional dos Szondianos, em Zurique, prometi ao velho mestre que em nosso próximo congresso - a ser realizado em Paris, em setembro deste ano - entregaria o livro vertido ao português, comemorando meus trinta anos de discipulado. De fato, iniciei, como discípulo de Szondi, em 1946, e a partir daí venho empregando e expandindo sua metodologia que, finalmente, agora está recebendo uma aceitação cada vez maior no Brasil. E é visando incentivá-la e enriquecê-la que apresento esta tradução." (Introdução à psicologia do Destino. Lipot Szondi. Obra traduzida por Juan Alfredo César Müller. Pág. 6).

Veja a Montfort, que Olavo se referiu a Szondi como "Guru" de Müller.

Olavo reinvindica para si e para seu mestre astrólogo Juan Alfredo Müller (Ver mais informações em: Link e Link) e também alquimista (Ver mais informações na obra publicada pelo próprio autor: Alquimia Moderna) a legítima compreensão da obra de Carl Jung:

"Só conheci um único sujeito que compreendeu Jung, o dr. Juan Alfredo César Müller. E ele resumia suas conclusões assim: – Não existe nenhuma "teoria de Jung". Tudo o que Jung escreveu são recordações pessoais e observações clínicas. Quanto mais leio os livros do eminente psiquiatra suíço, mais sinto que isso é verdade." (Postagem via Facebook. 4 de abril de 2015. Disponível para acesso em: Link).

Mais informações sobre o envolvimento de Müller com a astrologia:

"Dentre suas grandes realizações a ABA, Associação Brasileira de Astrologia realizou a 14, 15 e 16 de Abril de 1978 o PRIMEIRO COLÓQUIO BRASILEIRO DE ASTROLOGIA, um marco fundamental da Astrologia Brasileira -- onde foram apresentados trabalhos de alto valor para a comprovação científica de nossa ciência e com a participação de grandes nomes da Astrologia do País.
No encerramento do Colóquio redigiu-se a: DECLARAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ASTROLOGIA, ancorada nos princípios defendidos pela ABA e redigida em seu texto final pelos astrólogos Olavo de Carvalho, Vera Facciollo e Juan Alfredo César Müller." (Informações disponíveis em: Link).

E:

"En 1979 (Raúl Varella Martínez) ayudó al astrólogo y psicólogo argentino Juan Alfredo Cesar Muller a impartir el primer Curso de Extensión Universitaria de Astrología Aplicada en Brasil, en la Pontificia Universidad Católica de São Paulo." (Mais informações em: Link).

Olavo, em outra oportunidade, novamente assegura que Müller foi seu instrutor:

"Jamais tendo frequentado um curso universitário de psicologia, fui iniciado nessa área de estudos pelo psicólogo clínico Juan Alfredo César Müller, argentino de nascimento, criado na Suíça, terra de seu pai, onde estudara em Zurique, então ainda a capital da ciência psicológica no mundo. Ali viveram e ensinaram, entre inumeráveis outros pioneiros, Carl-G. Jung, Lipot Szondi, Max Pfister, Marie-Louise von Franz, Jolande Jacobi.
A erudição de dimensões faraônicas e a habilidade quase mágica com que esse meu amigo transformava seus conhecimentos em meios de cura – com uma verdadeira obsessão de aliviar o sofrimento humano, o que fazia dele o homem mais bondoso que jamais conheci –, não impediam que, como explicador, colocado diante de uma plateia de alunos, o dr. Müller fosse um desastre pedagógico.
(...) Para piorar, não tinha ordem nenhuma, ia espalhando ideias e evocações conforme lhe apareciam na cabeça, sugeridas pelas mais fortuitas circunstâncias do dia. Ninguém entendia coisa nenhuma, evidentemente.
Saíam todos mais ou menos aterrorizados, só não falando mal do conferencista porque ele tinha uma espécie de autoridade natural (Marte em Leão na Casa X deve servir para alguma coisa, asseguram os astrólogos)" (...)
Como o dr. Müller não tinha a menor ambição teorizante e só lhe interessava a prática de consultório, e eu, ao contrário, só me sentia à vontade entre os conceitos gerais e tremia de horror ante a hipótese de viver como ele, fechado numa sala com malucos o dia inteiro, vi-me um dia na obrigação de tentar apreender e expressar os princípios subjacentes que o orientavam nessa prática, princípios que ele jamais buscara esclarecer nem mesmo para si próprio.
Daí resultou, numa série de mais de cem encontros no seu consultório ou na sua casa no Parque da Cantareira, em São Paulo, um verdadeiro curso de psicologia, sustentado pelas leituras que ele me recomendava, abrindo-me os horizontes de um dos períodos mais férteis na busca do ser humano pelo autoconhecimento, a primeira metade do século XX europeu."(Excerto retirado da descrição do curso de Conceitos Fundamentais da Psicologia. Disponível para acesso em: Link).

No contato anterior, mencionei que alunos do COF de Olavo de Carvalho recomendam o curso Conceitos Fundamentais da Psicologia "para quem tem interesse em estudar mais profundamente a teoria das 12 Camadas da Personalidade de Olavo de Carvalho” (Ver mais informações em: Link).

A própria foto de Müller estampa a capa do curso.

Olavo também informa que Müller ensinou-lhe astrologia:

"Quando apareceu a questão da astrologia e ela sur... Surgiu para mim... Em uma série de conversações com o doutor Juan Alfredo César Müller... No qual ele... Me impor... Me...
Mostrava a importância do simbolismo astrológico para a compreensão da história da arte, das construções dos templos... Etc... Etc..." (Curso Raízes da Modernidade. Aula 3. A partir 09:03 até 09:20).

E também alquimia (conforme já foi exposto pelo professor Orlando Fedeli, no artigo "A gnose "tradicionalista" de René Guénon e Olavo de Carvalho):

"Devo muito, no entanto, aos estudos de religião comparada e simbólica tradicional (René Guénon, Frithjof Schuon, Titus Burckhardt, Seyyed Hossein Nasr) e às noções de alquimia natural e espiritual que recebi de dois amigos, Juan Alfredo César Müller e Michel Veber." (Olavo de Carvalho, entrevista ao Embaixador Caius Traian Dragomir - novembro de 1998).

A filha de Olavo, Heloisa de Carvalho, também confirma que Müller foi professor de Olavo:

"Nessa clínica (quando Olavo foi internado pela família, após ter tido um surto, dentro da redação do jornal, na ocasião em que os colegas de trabalho zombaram de um erro cometido em uma matéria) ele acabou fi... Pegando amizade com o psicólogo... Müller... Né? Que foi uma pessoa que... Eu... Eu praticamente cresci, convivendo com o Müller... Meu pai ia muito na casa do Müller, na... Na... Cantareira em São Paulo... (...) E que eu ficava muito... Muitas horas brincando ali no jardim do Müller, enquanto o Olavo ficava...
Aprendendo, né? Algumas técnicas aí... De... PNL e mais outras com o Müller..." (Quem é Olavo de Carvalho? Bate-papo com Heloisa de Carvalho. Transmissão ao vivo feita no dia 3 de dezembro de 2018 pelo canal Henry Bugalho. Disponível para acesso em: Link A partir de 23:07 até 23:55).
Muller foi discípulo de Jung (MAS pela escola de Szondi):
(...) (O) IPA Instituto Paulista de Astrologia (1969), fundado por Antônio Facciolo Neto e Ivan Moraes. Transformado em Associação Brasileira de Astrologia (1971), com o vital apoio de Alfredo César Muller, descendente direto de Johanes Muller, o famoso astrólogo de cognome Regiomontanus.
Muller, psicólogo formado em Zurich, discípulo de Jung, mas seguidor da escola de Szondi assistiu ao primeiro curso de Astrologia ministrado em uma universidade européia, desde o decreto de Colbert, que em 1666, baniu a Astrologia das cátedras universitárias. Muller, até o final de sua vida, seria um ferrenho defensor da Astrologia, dividindo com a psicóloga e astróloga Regina de Aquino de Brasília, a primazia em assumir publicamente o uso da Astrologia na prática terapêutica."(Informações disponíveis em: Link).

Carl Jung é também o responsável pelo "redescobrimento" do Tratado de alquimia Aurora Consurgens, falsamente atribuído a São Tomás. As interpretações alquímicas do tratado foram manuscritas por Jung e confiadas a responsabilidade de Marie-Louise von Franz, para a organização e edição de um livro. Como também escritos e avaliações do próprio organizador (Marie-Louise von Franz) para alguns críticos, o volume 14.3 da Coleção Mysterium Coniunctions, não deveria fazer parte da coleção completa das obras de Jung.

Como mencionei no contato anterior, Henriete Fonseca ecoa conceitos do Aurora Consurgens, em sua palestra sobre o Santo Rosário, disponibilizada pelo Instituto Sophia Perennis (que abordarei novamente na carta seguinte).

Mais informações a respeito da obra:

"Volume III is an edition and study by Marie-Louise von Franz of Aurora Consurgens, a thirteenth-century treatise traditionally attributed to Thomas Aquinas and rediscovered by Jung, which has been issued in English as a companion volume to Mysterium Coniunctionis, but outside the Collected Works." (Mysterium Coniunctionis (Collected Works of C. G. Jung, Volume 14. Pág. 7). E ainda:
"The third part is an account of, and commentary on, an alchemical text, which, evidently written by a cleric, probablydates from the thirteenth century and discloses a highly peculiar state of mind in which Christianity and alchemy interpenetrate. The author tries, with the help of the mysticism of the Song of Songs, to fuse apparently heterogeneous ideas, partly Christian and partly derived from natural philosophy, in the form of a hymnlike incantation."(Mysterium Coniunctionis (Collected Works of C. G. Jung, Volume 14. Pág. 21).

Brevemente, cito algumas palavras de Carl Jung a respeito da importância do inconsciente:

“Há (...) certos acontecimentos de que não tomamos consciência. Permanecem, por assim dizer, abaixo do seu limiar. Aconteceram, mas foram absorvidos subliminarmente, sem nosso conhecimento consciente." (O Homem e seus símbolos. Carl G. Jung. Pág. 24.).
"Parte do inconsciente consiste, portanto, de uma profusão de pensamentos, imagens e impressões provisoriamente ocultos e que, apesar de terem sido perdidos, continuam a influenciar nossas mentes conscientes." (O Homem e seus símbolos. Carl G. Jung. Pág. 43).
"O médico observa claramente todo esse processo (percepção do insconsciente) quando hipnotiza um paciente. (...) Lembro-me de uma mulher que chegou à clínica em estado de completa letargia. Quando, no dia seguinte, recobrou a consciência, sabia quem era mas não sabia onde estava, nem como e por que ali se encontrava; não se lembrava sequer da data. No entanto, depois que eu a hipnotizei, disse-me por que ficara doente, como chegara à clínica e quem a recebera. Todos esses detalhes puderam ser comprovados. Ela foi capaz inclusive de dizer a hora em que chegara à clínica, porque havia um relógio no hall de entrada.
Hipnotizada, sua memória mostrava-se tão clara como se tivesse estado totalmente consciente o tempo inteiro."(O Homem e seus símbolos. Carl G. Jung. Pag. 45).
"Assim como o conteúdo consciente pode se desvanecer no inconsciente, novos conteúdos, que nunca foram conscientes, podem “emergir”. (...) Além de memórias de um passado consciente longínquo, também pensamentos inteiramente novos e ideias criadoras podem surgir do inconsciente — ideias e pensamentos que nunca foram conscientes."(O Homem e seus símbolos. Carl G. Jung. Pag. 53).
"(...) Qualquer coisa que tenhamos ouvido ou experimentado pode tornar-se subliminar — isto é, passar ao inconsciente."(O Homem e seus símbolos. Carl G. Jung. Pag. 56).
"Em suma, todo conceito da nossa consciência tem suas associações psíquicas próprias. Quando tais associações variam de intensidade (segundo a importância relativa desse conceito em relação à nossa personalidade total, ou segundo a natureza de outras ideias e mesmo complexos com os quais esteja associado no nosso inconsciente), elas são capazes de mudar o caráter “normal” daquele conceito. O conceito pode mesmo tornar-se uma coisa totalmente diferente à medida que é impulsionado abaixo do nível da consciência." (O Homem e seus símbolos. Carl G. Jung. Pag. 60).
"Esses aspectos subliminares de tudo o que nos acontece parecem ter pouca importância em nossa vida diária. Mas (...) são aspectos relevantes, pois se constituem nas raízes quase invisíveis dos nossos pensamentos conscientes." (O Homem e seus símbolos. Carl G. Jung. Pág. 62).

Mas Antônio Donato já andou desmotivando seus alunos a serem mais atentos. Engenhoso:

"Se o fulano tem medo de morrer... Ele não tem só medo de morrer, ele também tem medo de perder o emprego... Tem medo de perder a mulher... Tem medo de perder um monte de outras coisas... Então ele vai ser ciumento... E... Por mais que a mulher dele explique que... Ele... Ela fez uma coisa justa, ele vai achar que tem tinha segundas intenções... Ele sempre vai achar segundas intenções onde não existe... Essas segundas intenções não é porque ele é inteligente ou não é... É porque as paixões estão falando mais alto... E não deixam seguir... É... Subliminarmente... O que a inteligência tenta mostrar... E às vezes ele não enxerga... Então se não pri... Primeiro não ordenar as paixões, não existe justiça." (Sabedoria Segundo Aristóteles. Antônio Donato. Aula gravada em 27 de setembro de 2011. A partir de 49:56 até 50:39).

Donato não ignora a possibilidade de se valer do inconsciente para doutrinar: está, antes, preocupado com isso.

A filha de Olavo, Heloisa de Carvalho, em muitas oportunidades afirmou que Olavo utiliza-se de técnicas de programação neurolinguística para doutrinar seus alunos:

"(...) E que eu ficava muito... Muitas horas brincando ali no jardim do Müller, enquanto o Olavo ficava... Aprendendo, né? Algumas técnicas aí... de... PNL e mais outras com o Müller..." (Quem é Olavo de Carvalho? Bate-papo com Heloisa de Carvalho. Transmissão ao vivo feita no dia 3 de dezembro de 2018 pelo canal Henry Bugalho. Disponível para acesso em: Link. A partir de 23:43 até 23:55).

“Sim, ele... Ele tem muito conhecimento na técnica (PNL) né? Até ele tem aquele livro lá, que ele fez a introdução do Schopenhauer, la... Né? (...) Eu tenho o livro inclusive, que ele mandou para mim... De presente, né? Eu tenho esse livro... É... Sim, as técnicas são maravilhos, usadas para o bem, né? Porque quando usadas para o mal... E eu, inclusive, quando ele mandou esse livro... É... Eu estava fazendo o... Um trabalho sobre... Dialética e retórica... Na faculdade... E eu pedi para ele, indicação de algum... Alguns livros... Ele não só indicou como ele comprou, acho, que uns cinco ou seis livros para mim e me enviou... De presente, né? E um é esse. Eu li as técnicas tudo... São... Técnicas interessantes... Mas usadas para o bem, né? A gente não pode, por conta de um conhecimento, dominar para o mal... Né?” (Quem é Olavo de Carvalho? Bate-papo com Heloisa de Carvalho. Transmissão ao vivo feita no dia 3 de dezembro de 2018 pelo canal Henry Bugalho. Disponível para acesso em: https://www.youtube.com/watch?v=sRTO9tcEgas . A partir de 24:13 até 25:14).

O livro mencionado por Heloisa é Como Vencer um Debate sem Precisar Ter Razão, de Arthur Schopenhauer, que foi prefaciado por Olavo de Carvalho.

Em outro depoimento:

"(...) Müller... Né? Psicólogo... Amigo dele... Uma pessoa que eu tive muito contato, na vida... Tá? Muito contato... (...) Então, essa questão... É... É... Do... Do Olavo... Ele conseguir esse séquito... Está na cara e evidente que as técnicas de PNL, lavagem cerebral... E hipnose... Ele domina... O Müller dominava essas técnicas... Olavo foi um aluno... Você entendeu? Ímpar! Na vida do Müller... Porque a… A frequência de... De encontros... Era... Muito grande... Muitos des... Muitos desses encontros eu estava junto... Eu era criança, mas assim... Meu pai sempre me levou para cima e para baixo... Né? Então assim... Muitas vezes eu fui até a casa do Müller, na cantareira e.. E ficava lá... Enquanto ele ficava tendo treinamento... Não é aula! Porque para mim isso não é aula! É treinamento... Se... Te... Te... Fazer um treinamento para virar um guru." (Heloisa de Carvalho Martin Arribas & Projeto Ezequiel 33: A Verdade Escondida. Transmissão ao vivo realizada em 13 de mai de 2019. Disponível para acesso em: https:// www.youtube.com/watch?v=qLOqB5Sch2g . A partir de: 40:01 até 41:20).

Olavo já criticou a maneira como Jung abordou a alquimia:

"Aí é que entra o problema do Jung; porque o Jung confunde o processo alquímico como o seu equivalente psicológico. Que só afeta o indivíduo. Ele só fala da imagem da Alquimia na Psique, não no processo como tal. É mais ou menos como você descrever uma coisa no espelho. Ele faz um corte. Este assunto, não tem jeito de abordá-lo desde fora i.é; você projetá-lo numa tela e fazer disso uma ciência teórica. Daí porque Jung cai freqüentemente numa inversão total do processo. Ele vai dizer que tudo, tudo é psíquico; ele universaliza o conceito de Psique. Inverteu tudo. (...) A posição alquímica é que a psique tenha uma posição muito modesta no processo. O problema do Jung é esta: ele tem um conhecimento monstro deste negócio mas é tudo exterior. Esse conjunto não pode ser olhado de fora senão distorce". (Olavo de Carvalho. Curso Alquimia. Terceira aula. 1996).
Sobre a influência da astrologia e da alquimia nas obras de Carl G. Jung:
"Paradoxalmente a psicanálise, que foi taxada de "mecanicista-materialista", ocupou-se de modo relativamente mais intenso com o destino humano que a psicologia espiritual demoníaca, esotérica-astrológica de Jung."
(Introdução à Psicologia do Destino - Liberdade e Compulsão no Destino do Homem (na escolha da profissão, amigos, esposa, doenças). L. Szondi. Tradução de Juan A. César Müller. Pag. 24).

E ainda:

"Pode-se então entender porque Jung - Esse grande alquimista e mago do século XX - raras vezes iniciava um tratamento sem antes examinar o horóscopo do paciente." (Introdução à Psicologia do Destino - Liberdade e Compulsão no Destino do Homem (na escolha da profissão, amigos, esposa, doenças). L. Szondi. Tradução de Juan A. César Müller. Pag. 26).

Seria Olavo também um alquimista? Ele mesmo o responde, em seu curso Alquimia, ministrado em 1996:

"(...) Em alquimia não existe uma distinção rígida entre teoria e prática; ela já é uma disciplina prática desde seu começo. Desde o momento em que você apreende as primeiras noções de alquimia, já está metido nela até o pescoço. Em astrologia e em outras ciências esotéricas essa distinção existe, mas aqui não. Na alquimia, a partir do momento que você começa a formar os primeiros conceitos, já está penetrando num certo mundo simbólico, num certo modo de pensar e de ver que já é o terreno propriamente dito da prática alquímica. E a alquimia é, pela sua própria autodefinição, uma ciência prática: ela não visa à descrição ou à explicação de um ser ou de uma área do ser, mas visa a uma mutação, a uma alteração a ser realizada no sujeito que a pratica, e que pode se ampliar em modificações do mundo físico em torno, embora não necessariamente." (Olavo de Carvalho. Curso Alquimia. Primeira aula. 1996).
Qual a importância da alquimia para o misticismo? De acordo com Titus Burckhardt:
"A essência e o objetivo do misticismo é a união com Deus. A alquimia não fala disso. O que tem relação com o caminho místico, entretanto, é a meta alquímica de reconquistar a nobreza original da condição humana e o seu simbolismo; porque a união com Deus é possível apenas em virtude daquilo que, a despeito do abismo incomensurável entre a criatura e Deus, une o antigo ao mais recente – e isso é o 'teomorfismo' de Adão, que foi 'deslocado' ou se tornou inefetivo pela Queda.A pureza do homem simbólico deve ser reconquistada antes que a forma humana possa ser reassumida no seu arquétipo infinito e divino. Compreendida em seu aspecto espiritual, a transmutação do chumbo em ouro não é nada além da reconquista da original nobreza da natureza humana. Assim como a inigualável qualidade do ouro não pode ser produzida pela soma exterior das propriedades dos metais tais como massa, dureza, cor etc., assim a perfeição 'adâmica' não é uma mera assimilação de virtudes. É tão inimitável quanto o ouro. E o homem que tenha 'realizado' esta perfeição não pode ser comparado com os outros. Tudo nele é original, no sentido de que o seu ser está completamente acordado e unido com a sua origem. Na medida em que a realização desse estado necessariamente pertence à via mística, a alquimia pode, de fato, ser considerada como um ramo do misticismo." (Alquimia - Ciência do cosmos, ciência da alma. Titus Burckhardt. Pág. 21 e 22).

De acordo com Olavo, a alquimia é uma "astrologia operativa"):

"(...) A alquimia não é outra coisa senão uma astrologia "operativa." (Olavo de Carvalho, Astros e Símbolos, p. 83).

Essa definição do Olavo já havia sido exposta pelo professor Orlando, no artigo A Gnose "tradicionalista" de René Guenón e Olavo de Carvalho.

E Antônio Donato? Teria ele também recebido influência de Szondi? Na aula gravada Sabedoria segundo Aristóteles, pode-se ouvir:

"Os maiores apóstolos da humanidade... Foram pessoas que tinham um irascível tremendo... E que aprenderam a ser pacientes... Por exemplo: Moisés... Está certo? Na... No Êxodo... Está escrito que Moisés... Era o homem mais manso que havia sobre a terra. Se você parar para pensar... Mas como que Moisés pode ser o homem mais manso que havia sobre a terra? Moisés, quando ele estava no Egito, ele viu uma briguinha... Ele matou um fulano... Ele teve de fugir... É... Para o deserto do Sinai... Por causa... Daquele assassinato... E esse era o homem mais manso que havia sobre a terra? Depois... Quando ele foi... Recebeu os dez mandamentos... E subiu no monte... Quando... Ele desceu e viu todo mundo... É... Adorando bezerro de ouro... Ele pegou as placas... Que Deus... Tinha... Escrito... E quebrou como se... Fosse a sogra que tivesse escrito... E... E... E no livro do Êxodo... Disse: ele era o homem mais manso que havia sobre a terra... E era mesmo! Só que ele devia ser... É... Ele devia ter um irascível... Imenso... Como ele aprendeu a ser manso... Todo aquele irascível... Alguma vez dava uma escapada... Mas... Todo aquele irascível, que é o desejo do bem árduo... Já que ele num... Não... Podia matar... ninguém... Que ele era manso... Com os homens... Aquele desejo do bem árduo... Foi... É... É... Foi acumulado, para libertar o povo de Israel, quando... Deus mandou... É... "Nossa!" Mas... Eu..." É... "Adoro esse tipo de coisa! É comigo mesmo!"... Certo?" (Sabedoria Segundo Aristóteles. Antônio Donato. Aula gravada em 27 de setembro de 2019. A partir de 01:08:15 até 01:10:13).

Olavo já havia escrito a respeito da "transmutação" de Moisés, na revista Planeta, em 1978:

"(...) Szondi afirma que o Complexo de Caim, tal como está descrito no mito bíblico, é um fenômeno mais profundo e abrangente do que o Complexo de Édipo descrito por Freud segundo a mitologia grega. Mas Caim não é apenas o impulso assassino, é também o desejo de autoafirmação, o desejo de poder, de ter e de ser. Por isso, pode transformar-se numa foca civilizadora, transmutando-se em Complexo de Moisés: o Homem violento e passional a serviço da justiça divina." (O Carma Familiar, Chave do Destino Humano? Olavo de Carvalho. Revista Planeta, 67, abril de 1978. Texto disponível para acesso em: Link).

Prossegue Donato:

"Outro... Também... Caso assim... É o apóstolo São Paulo... É... O apóstolo São Paulo... É o único judeu... Que... Fez o que devia... Quando os judeus, resolveram botar... O cristianismo no ostracismo... Na... Ninguém levantou uma palha... "Está tudo bem! Se eles nos incomodarem a gente chama o guarda." E os ju... E os cristãos estavam lá, pregando o Evangelho... E... Mas os... Os judeus... Apesar de terem condenado... Eles num... Num... Não estavam querendo... É... Se envolver com pepino... Agora, São Paulo... Que não tinha nada a ver com o assunto... Ele foi lá, pedir licença... E... Para poder persegui-los, no mundo inteiro... E... Pegar... Uma tropa e... Ir de cidade, em cidade... Buscar aonde eles estavam... E... Quando pen... O... Santo Estevão foi preso... Um dos que estavam apedrejando Santo Estevão... Era o São Paulo... Então... Ele não era uma figurinha fraca... Um dia... Ele se converteu... E em uma das cartas que ele escreve... É... Quando ele faz a despedida, ele escreve uma despedida absolutamente fantástica... (...) Ele diz na carta... É... "Meus irmãos... Eu quero que fiquem com vocês... O amor de Deus e a paciência de Cristo..." Veja! As duas maiores virtudes... Que ele coloca... É o amor de Deus e a paciência de Cristo... Quer dizer... Para um homem desses... Elogiar a paciência acima de tudo é porque ele aprendeu... A ter uma paciência enorme... Mas a paciência não acabou com o irascível... (...) E a gente tem mais um monte de exemplos..." (Sabedoria Segundo Aristóteles. Antônio Donato. Aula gravada em 27 de setembro de 2019. A partir de 01:10:14 até 01:12:06).

Para Szondi, Paulo (Saulus) também tinha o "Complexo de Caim" que foi transmutado em "Complexo de Moisés":

"Eine zweite Eigenschaft des jungen Mose ist sein leidenschaftliches Ungestüm, dessen jähes Wetterleuchten uns auch später noch oft anblitzt.» Mit anderen Worten: das Volk hatte bereits in den frühesten Zeiten geahnt, daß zwischen einem Kain und einem Religionsstifter eine enge Wesensähnlichkeit besteht. So war es ja auch bei Mohammed, Saulus-Paulus, Luther usw." (Moses, Antwort auf Kain. Lipot Szondi. Pág. 50).

Para Olavo:

"(...) a terapia szondiana é um trabalho verdadeiramente alquímico de transmutação interior, no qual a mesma força que desequilibrou o paciente é usada para curá-lo." (O Carma Familiar, Chave do Destino Humano? Olavo de Carvalho. Revista Planeta, 67, abril de 1978. Texto disponível para acesso em: Link).
"Transmuta", "rito", "ritual", "sacerdote"... Olavo usa termos extraordinários para descrever Szondi e sua psicoterapia:
"Numa era de racionalismo, esse trabalho (culto dos antepassados já não pode ser feito mediante práticas rituais que as pessoas julgariam entre bárbaras e cômicas. Tem de ser feito por meios científicos. A psicoterapia szondiana cumpre hoje esse papel, e ela o tem feito com brilhantes resultados. Ela recupera um antigo conhecimento e o transmuta em linguagem científica, reconstituindo e reinstaurando um rito de purificação dos instintos para a libertação do Homem. E, nesse rito, Szondi é o sumo sacerdote." (O Carma Familiar, Chave do Destino Humano? Olavo de Carvalho. Revista Planeta, 67, abril de 1978. Texto disponível para acesso em: Link).

Como foi mencionado anteriormente, Olavo disse que Szondi havia sido o guru de Müller. (Mais informações em: (Olavo de Carvalho. COF. Aula 12. 27 de junho de 2009. Arquivo em PDF com transcrição da aula, pág. 27).

Em 5 de Agosto, Olavo publicou em seu perfil pessoal do Facebook:

“Bem lembrado pela Iara Faria -- para acabar de vez com as frescuras dos (palavrão) -- montfaibleanos, especialmente -- que dizem que sou um "perenialista", seguidor dos muçulmanos Guénon e Schuon.”

A imagem compartilhada por Olavo na mesma postagem, apresenta uma mensagem anterior dele, republicada por outro usuário do Facebook:

"Dos livros do Pe. Juan Gonzalez Arintero concluí que o sufismo nos vende a alto preço algo que Nosso Senhor Jesus Cristo já nos deu de graça."

O professor Orlando já havia denunciado, no artigo a Gnose "Tradicionalista de René Guénon e Olavo de Carvalho" que:

"Praticamente tudo o que ele diz se encontra em Guénon, em Schuon, ou em qualquer outro dos membros dessa escola gnóstica."

Após o professor Orlando, outros leigos têm retificado a denúncia, divulgado inclusive, documentos com informações muito precisas a respeito do envolvimento de Olavo com turuq sufis (inclusive a Maryamiyya do Schuon).

Para continuar iludindo os católicos, veja a Montfort, os malabarismos que o Olavo andou fazendo, na videoconferência de lançamento do livro O Enigma Quântico de Wolfgang smith, em 22 de fevereiro de 2011 (Mais informações sobre a data do evento: Link):

"O professor Wolfang Smith... É um dos... Poucos autores que eu tenho a alegria de dizer que eu sempre concordei com tudo o que ele escreveu..." (...) Não só... Vamos dizer... Pelo... Pelo trabalho desmistificante que ele faz, com relação... É... A certos dogmas... Da... Da modernidade e sobretudo da ciência moderna... Mas... Por justamente, por aquilo que o diferencia.. Dos demais críticos... Da modernidade, ligados a escola, dita tradicionalista". (Olavo de Carvalho: Palestra sobre "O Enigma Quântico", de Wolfgang Smith. Disponível para acesso em: Link. A partir de 1:04 até 2:20).

"Ele recebeu influência dessa escola tradicionalista, sobretudo através de René Guénon e Frithjof Schuon... Eu creio que inclusive, mais Frithjof Schuon... É... E a partir disso, começou.. A meditar a ciência moderna luz de ensinamentos das cosmologias tradicionais e da metafísica tradicional". (Olavo de Carvalho: Palestra sobre "O Enigma Quântico", de Wolfgang Smith. Disponível para acesso em: Link . A partir de 2:58 até 03:17).

"Quando nos observamos a... A obra do professor Smith... Nós vemos que embora... No domínio teórico... Ela si... Siga mais ou menos os critérios fixados por Guénon e Schuon... Ela não tem nada... Nada... Nada a ver com a parte iniciática... Né? Ele se mantém estritamente dentro de um quadro de referência católica. E é o único autor ligado a essa escola, que faz isso."(Olavo de Carvalho: Palestra sobre "O Enigma Quântico", de Wolfgang Smith. Disponível para acesso em: Link . A partir de 13:23 até 13:48)."Qual a cultura que vai substituir... Né? Esse império do... Racionalismo-cientificismo... Moderno... Aham? Será a escola tradicionalista de Guénon e Schuon? Que representa, no fim das contas... Vamos dizer... A hegemônia islâmica... Né? E a implantação de... Vamos dizer... Um tecido de mentiras que é ainda mais fabuloso do que... Do que... Estes com os quais se impôs a modernidade? Será que é isto? Ou... Será então... Vamos dizer... A dissolução do cristianismo... Em um gnosticismo esotérico... Que no fim das contas não passa de sufismo sob diversos nomes... Será que é isso?" (Olavo de Carvalho: Palestra sobre "O Enigma Quântico", de Wolfgang Smith. Disponível para acesso em: Link . A partir de 19:05 até 19:54).

Veja a Montfort que o Olavo manifesta aqui, onde ele queria chegar, quando disse, em 19 de dezembro de 2009:

"Eu estou fazendo aqui o meu serviço, ele (Donato) fazendo o dele lá, e nós estamos indo para o mesmo lugar." (COF. Aula 37. Arquivo em PDF (transcrição) pág. 29).

Que seria (se Jesus o permitisse):

"A dissolução do cristianismo... Em um gnosticismo esotérico... Que, no fim das contas não passa de sufismo sob diversos nomes". (Olavo de Carvalho: Palestra sobre "O Enigma Quântico", de Wolfgang Smith. Disponível para acesso em: Link. A partir de 19:44 até 19:54). Olavo converteu muitas pessoas ao islamismo (sufismo):
"Olavo, ao longo desse período (período em que Olavo viveu uma comunidade islâmica) converteu quase cinquenta pessoas... Entre São Paulo e Rio de Janeiro" (Heloisa de Carvalho Martin Arribas & Projeto Ezequiel 33: A Verdade Escondida. Transmitido ao vivo em 13 de Maio de 2019. Disponível para acesso em: Link . A partir de 51:59 até 52:07. O conteúdo completo desse vídeo não é recomendado porque apresenta exposição pornográfica).

Converteu sua filha:

"Já é público que ele (Olavo) me casou no islamismo... Que eu fui convertida por ele...
Apesar de nunca ter sido seguidora... De nunca ter aprendido uma oração sequér... Sei três ou quatro palavras, em árabe... Até por conta de televisão... Né? (...) Toda a questão do Olavo... Quando ele fala do islamismo... Foi sempre ligado à seita (seitas sufis)" (Heloisa de Carvalho Martin Arribas & Projeto Ezequiel 33: A Verdade Escondida. Transmitido ao vivo em 13 de Maio de 2019. Disponível para acesso em: Link . A partir de 21:42 até 22:54. O conteúdo completo desse vídeo não é recomendado porque apresenta exposição pornográfica).

Converteu o Tales, seu filho:

"O Tales, quando meu pai iniciou a gente no islam... O Tales tinha... Eu... Eu... Eu que... Quinze... Acho que o Tales, uns dez... Onze... Né? Quatorze... Treze... É... Uns dez... Onze... Vamos dizer aí... Entre dez a doze anos de idade... O... Quando o Tales... Teve aí... Contato com o islamismo... Né? E ele acabou... É... Seguindo aí... Até... Os... Os passos... Literalmente do meu pai... Virando chefe de tariqa... Representante... No Brasil" (Heloisa de Carvalho & Projeto Ezequiel 33: O Outro Lado do Odalisco. Transmitido ao vivo em 20 de maio de 2019. Disponível para acesso em: Link . A partir de: 47:07 até 47:46. Não é recomendável assistir a todo o conteúdo do vídeo em razão de exposições de teor pornográfico).

O próprio esposo de Heloisa foi um aluno convertido por Olavo:

"Era aluno dele... Foi um dos alunos que ele converteu... Você entendeu? Foi um a... Um dos alunos que ele... Porque ele converteu quase... Em uma... Em uma totalidade de umas cinquenta pessoas, na época... Né? E esse aluno era aluno dele... Se converteu também". (Heloisa de Carvalho Martin Arribas & Projeto Ezequiel 33: A Verdade Escondida. Transmitido ao vivo em 13 de Maio de 2019. Disponível para acesso em: Link . A partir de 1:28:11 até 1:28:26. O conteúdo completo desse vídeo não é recomendado porque apresenta exposição pornográfica).

Olavo era muçulmano, quando casou a filha em uma mesquita islâmica:

"Eu casei... Em dezembro de 1985... Ham... Eu tinha acabado de fazer... dezesseis anos... Né? Dezesseis anos... Eu sou de Novembro... de 1969.. (...) Por ser um rito islâmico... É... As testemunhas... Só podem ser homens... Tá? Então assim: não pode ter uma testemunha mulher, ali, naquela certidão (certidão de casamento de Heloisa)... Né? Quem entrega a noiva... Normalmente o pai... Se é islâmico... Né? Ou um parente islâmico... Um primo... Um tio... Ou o próprio... Alguém da comunidade... Vamos supor que eu não tivesse ninguém... É... Muçulmano na minha família... Só eu... Então o que que podia? Alguém da comunidade islâmica... Né? Ser responsável por mim, como noiva... Para me casar... (...) (Olavo entregou Heloisa) Como pai islâmico... Até pelo fato de eu também ser menor de idade... Porque o que que acontece? Se... Se... Fosse o caso... Né? Do meu pai... Não ser muçulmano... E não pudesse... O que que a mesquita pedia... Uma autorização judicial... (...) Ele (Olavo) disse que eu falsifiquei essa assinatura (assinatura de Olavo na certidão de casamento de Heloisa)... Né? Eu estou aí correndo atrás aí de... De... Umas questões em relação a essa assinatura... Vai ficar muito bem provado... Totalmente provado... Né? Eu já tenho até o depoimento de uma dessas testemunhas aí, que assinaram... " (Heloisa de Carvalho Martin Arribas & Projeto Ezequiel 33: A Verdade Escondida. Transmitido ao vivo em 13 de Maio de 2019. Disponível para acesso em: Link . A partir de 1:23:58 até 1:26:43. O conteúdo completo desse vídeo não é recomendado porque apresenta exposição pornográfica).

Para Olavo, Maomé:

"Foi o homem mais carismático... Carismático da história... Pô! Não tem outro... Ele nã... Eu não conheço outro personagem mais interessante do que esse... Tá certo? (...) Se você estudar a vida de Maomé... Você vê que primeiro... O senso de justiça... De equilíbrio... De bondade desse cara... Era um negócio do outro mundo... O sujeito era um santo, pô!". (Heloisa de Carvalho Martin Arribas & Projeto Ezequiel 33: A Verdade Escondida. Transmitido ao vivo em 13 de Maio de 2019. Disponível para acesso em: Link . A partir de 20:50 até 21:26. O conteúdo completo desse vídeo não é recomendado porque apresenta exposição pornográfica).

Dando seguimento a palestra de lançamento do livro O Enigma Quântico, Olavo continua:

"A obra do professor Smith di... Deixa... Aberta outra perspectiva... Né? Tudo aquilo que há de mais valioso e de mais importante... Nessa escola tradicionalista sempre esteve dentro do cristianismo... E René Guénon e Schuon, não fazem... Senão, apresentar com outros nomes, coisas que... Já estavam dadas na doutrina cristã desde o início... Particularmente isso tem sido mostrado nos trabalhos de Jean Borella... Jean Borella é um sujeito que começou como um ator tradicionalista como outro qualquer... Mas, aos poucos... Ele também... É... Ele percebeu que... Ele não queria desistir do seu catolicismo... Não queria dissolver o seu catolicismo em uma pasta esotérica... Né? É… E na medida em que foi descobrindo... Que os elementos fundamentais da doutrina tradicional já estavam todos dados no cristianismo, com outro nome... Ele foi percebendo que tinha alguma coisa errada na obra de Schuon... Na obra de Schuon e Guénon... Hum? E... O professor Smith... Que é... Dentro dos autores... Que trabalharam... Autores da escola tradicionalista que trabalharam... Na parte da crítica da ciência moderna... Ele é... Sem dúvida... O mais vigoroso... O mais bem informado... o mais capacidado... E... O menos comprometido com o... Aspecto iniciático-esotérico... O mais estritamente católico". (Olavo de Carvalho: Palestra sobre "O Enigma Quântico", de Wolfgang Smith. Disponível para acesso em: Link . A partir de 19:56 até 21:18).

E finaliza o aboiz:

"Tem de haver uma terceira... Alternativa... Tá certo? Que eu não sei se tem... Vamos dizer... Uma grande chance histórica de vigorar... Mas pelo menos, como alternativa pessoal, para nós... Ainda é... A... A mais... É... Mais saudável. (...) O Smith é um autor... Católico... E não autor tradicionalista, no sentido guenoniano... Schuoniano". (Olavo de Carvalho: Palestra sobre "O Enigma Quântico", de Wolfgang Smith. Disponível para acesso em: Link . A partir de 22:20 até 23:04).
A obra O Enigma Quântico, de Wolfganf Smith, cuja edição (ao menos a brasileira) apresenta prefácio de Olavo, também conta com o prólogo de Seyyed Hossein Nasr.
Quem é Nasr? Segundo Mario Alves da Silva Filho, Seyyed Hossein Nasr (ao menos até 2011) era chefe da tariqa Maryiamyya (que tem sede em Washington):
"Ela (Maryimiyya) é conhecida como a Tariqa dos intelectuais e acadêmicos. Em seus quadros podemos destacar o poeta e literato inglês, Martin Lings *(Abu Bakr Siraj al-Din) e os filósofs Seyyed Hossein Nasr (um dos atuais shaykh da Tariqa), destacado acadêmico e Titus Burckhardt (Ibraim 'Isa al-Din), especialista em artes religiosas. Esses três, considerados como muçulmanos exemplares, tiveram e tem papel destacado na condução da Tariqa Maryamiyya, em especial Seyyed Hossein Nasr e Mating Lings, principalmente após a morte de Schuon ocorrido em 1998". (A mistica islâmica em Terrae Brasilis. Mario Alves da Silva Filho. Tese de Pós-graduação. PUC/SP. Disponível para acesso em: Link . A partir da pág. 157 até 160. Mais informações a respeito da tese: Link).

Olavo foi um dos fundadores da tariqa Maryiamyya, no Brasil:

"A busca de Sidi Muhammad 'Isa (nome islâmico adotado por Tales, fiho de Olavo de Carvalho) pela Tariqa 'Alawiyya se deveu a uma questão familiar. Um parente seu, muito próximo, foi um dos membros fundadores da Tariqa Maryamiyya (um ramo da Tariqa 'Alawiyya, do qual falaremos mais a frente) no Brasil, da qual se afastou por questões pessoais." (A mistica islâmica em Terrae Brasilis. Mario Alves da Silva Filho. Tese de Pós-graduação. PUC/SP. Disponível para acesso em: Link . Pág. 146. Mais informações a respeito da tese: Link).

E:

"Uma das Sedes brasileiras (da tariqa Maryiamiyya) esta ligada a Sede de Londres, que era dirigida pelo literado Martin Lings e outra é ligada à Sede de Washington, dirigida pelo filósofo Seyyd Hossein Nasr. É a primeira Tariqa trazida ao Brasil por brasileiros, que foram para Indiana, nos Estados Unidos, e se iniciaram com o criador da Tariqa, o filósofo Frithjof Schuon". (A mistica islâmica em Terrae Brasilis. Mario Alves da Silva Filho. Tese de Pós-graduação. PUC/SP. Disponível para acesso em: Link . Pág. 112. Mais informações a respeito da tese: Link).

E ainda:

"A Tariqa Maryamiyya é uma das raras Turuq secretas, possuindo, hoje, todas as características de uma Ordem Maçônica. Acreditamos que isso tenha acontecido pela influência que René Guénon teve em Schuon, pois Guénon pertencia a inúmeras Ordens iniciáticas de cunho secreto; inclusive de cunho maçônico". (A mistica islâmica em Terrae Brasilis. Mario Alves da Silva Filho. Tese de Pós-graduação. PUC/SP. Disponível para acesso em: Link . Pág. 124. Mais informações a respeito da tese: Link).

Em relação a mensagem de Olavo que foi republicada (por ele próprio):

"Dos livros do Pe. Juan Gonzalez Arintero concluí que o sufismo nos vende a alto preço algo que Nosso Senhor Jesus Cristo já nos deu de graça."

Olavo esclarece:

"Guénon jamais veio a entender que, justamente, essa distinção de esoterismo e exoterismo, ela não funciona para o cristianismo... Ela não tem nada... Nada... Nada a ver.. com cristianismo porque... Você... O que... Qual é a essência do cristianismo? A essência do cristianismo é a encarnação de Deus, em um ser humano... O qual vem para revelar os mistérios a toda a humanidade. O Cristo veio para abolir a fronteira entre esotérico e exotérico." (Olavo de Carvalho: Palestra sobre "O Enigma Quântico", de Wolfgang Smith. Disponível para acesso em: Link . A partir de 9:17 até 9:42).

Mateus Soares de Azevedo, tradutor e difusor das obras de Schuon, no Brasil, concorda:

"(...) O cristianismo surge no contexto de uma civilização já constituída, isso é: O Império Romano. E porque o patrimônio fundamental que Jesus legou constitui uma mensagem... Eminentemente de transcendência, de aperfeiçoamento espiritual pessoal, de ascese. É... Só a posteriori é que essa mensagem também se fez secular. Mas... Além disso, essas palavras indicam... Para usar a terminologia da Filosofia Perene, que o Cristianismo... Nasce como puro esoterismo. O domínio do exoterismo ficava a cargo de César ou de Roma. É este domínio exotérico, o da ação... Em oposição a contemplação, se tornou como que um apêndice profano, como notou o mesmo Schuon... Da religião." (Vídeo com o título: Mateus de Azevedo Prévia do Evoliano. Disponível para acesso em: Link . De 2:00 até 3:25).

E ainda:

"Os ensinamentos do Sermão da Montanha pertencem à dimensão espiritual ou “esotérica” da prática religiosa e, por essa razão, foram chamados de “conselhos de perfeição”; somente os santos e os santificados os põem plenamente em prática. Mas, como o Cristianismo constitui em princípio uma “via esotérica” tornada religião mundial e integral, o Sermão se aplica simultaneamente a todos os tipos de homem, e não somente aos santos.
De fato, ao final, Cristo mesmo diz que sua prática é requerida de todos. Desse modo, o aparente paradoxo representado por prescrições que se dirigem aos santos, mas são, simultaneamente, requeridos de todos pelo próprio fundador da religião, resolve-se pelo recurso à doutrina dos graus de realização espiritual. Sim, apenas uma “elite contemplativa”, ou “esotérica”, sabe como praticar integral e plenamente os conselhos, mas todos os fiéis -- as “camadas exotéricas” -- são chamados a trilhar essa via de perfeição, de acordo com seus melhores esforços e capacidades, e com a ajuda da graça."
(Sermão da Montanha. Mateus Soares de Azevedo).

Segundo Olavo:

"Como diz o Pe. Arintero, ele (o cristianismo) trata da divinização do ser humano... Da sua transfiguração... No próprio Cristo." (Olavo de Carvalho. Curso Esoterismo na História e Hoje em dia. Aula 5. A partir de 00:28:00 até 00:28:08).

Ainda, segundo Olavo, a transfiguração deve ser entendida da seguinte forma:

"Transfiguração que não tem o sentido de uma absorção... Que abole a sua individualidade. Você não pode interpretar isso, em termos do vocabulário budista... Né? Que fala que tem que destruir o Eu, etc, etc... Eu falo: Olha, a única coisa divina que tem em nós, é o Eu... (...) Como é que Deus Pai se auto definiu: "Eu Sou o Eu Sou". Portanto, ter um eu não é um elemento natural no ser humano... Usar a palavra eu é outra coisa. Qualquer um pode usar, né? (...) Mas, ter um eu no sentido de ser um centro decisório... E de ser portanto, não um reflexo passivo das causas que agem sobre nós, mas ser, nós mesmos causas... Isso só o ser humano tem... Está certo? E... Não há nenhuma explicação natural para isto, mas há uma explicação divina: Deus é o eu sou... Aham? Deus é o único eu... Pleno e verdadeiro e permanente". (Olavo de Carvalho. Curso Esoterismo na História e Hoje em dia. Aula 5. A partir de 00:28:09 até 00:30:00).

Mateus Soares de Azevedo explica melhor a respeito do que Olavo está falando:

"A própria colocação do Mestre Eckhart que foi... que eu já citei aqui e que foi... É... É... Censurada pelo Vaticano: Há algo na alma que é eterno. Há algo na alma que é incriado e incriável... Ela... Joga luz sobre esse conceito do Darma ("A dever sagrado do homem é realizar Deus") certo? Por quê? Porque o Mestre Eckhart está dizendo que há algo na alma que pode realizar Deus... Que pode se... Contatar diretamente com Deus e que pode se relacionar diretamente com Deus... Que é o Intelecto. Então, segundo Mestre Eckhart, o homem é feito de corpo, alma e espírito ou intelecto. O corpo e a alma são individuais... O espírito... É universal... O espírito está além do ego... Né? O espírito ou intelecto estão além do ego... Eles conseguem ver as coisas com objetividade, independentemente de... Do... Dos interesses do nosso... É... É... Próprio... Próprio... É... Do nosso próprio interesse". (Palestra com o título Esoterismo tradicional no Século XXI: a visão da Filosofia Perene. Realizada no IV Encontro Internacional Evoliano, em São Paulo, em 10 de setembro de 2014. Disponível para acesso em: Link . A partir de 15:46 até 16:35).

O professor Orlando esclareceu como os perenialistas entendem o termo intelecto:

"O que ele, Schuon, afirma sobre o "Coração" ou "Intelecto", como instrumento do Conhecimento, demonstra que ele emprega o termo exatamente como a Gnose tradicional empregava esses termos: intelecto era, para a Gnose, a partícula divina no homem, o Atma, o pneuma divino, o éon. O "proprium" de que fala Ibn Arabi." (A Gnose "Tradicionalista" de René Guénon e Olavo de Carvalho. Orlando Fedeli).

Olavo não está falando de transfiguração em Cristo, mas de transmutação alquímica. O professor Orlando já havia denunciado:

"(...) Mais do que transmutar chumbo em ouro, a Alquimia visa colocar em contato a partícula divina oculta no homem com a própria Divindade, a fim de realizar a Identidade Suprema, isto é, transmutar o alquimista em Deus." (A gnose "tradicionalista" de René Guénon e Olavo de Carvalho. Orlando Fedeli.)

Olavo prossegue com sua exposição:

"O nosso eu... Ele... Tem uma presença intermitente... Ele é... Escandido... Cortado... Ele... Volta e meia é neutralizado por outros fatores, mas nós o reconquistamos de novo, e de novo e de novo... E... O que assegura... Vamos dizer... A permanência desse eu... É somente a ação do Espírito Santo... Hum? Esta ação do Espírito Santo, tem... De... Passar... Sobre uma barreira de resistência material... Do nosso corpo. E como é que nós.. Vencemos isso? Aham? Lendo a Bíblia? Eu falo: não! Você tem tomar o corpo e o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, fisicamente... Senão as coisas não acontecem." (Olavo de Carvalho. Curso Esoterismo na História e Hoje em dia. Aula 5. A partir de 00:30:22 até 00:31:08).

Veja a Montfort que Jung, explicando a doutrina do tratado falsamente atribuindo a São Tomás de Aquino - o Aurora Consurgens - diz que para a alquimia, o Espírito Santo tem a mesma conotação que o "fogo secreto" do simbolismo hermético:

"O equivalente do Espírito Santo - se é que se pode dizer assim - é o fogo secreto, o "spiritus igneus" do Mercurius, cujos opostos consistem num "agens" (agente), o fogo, e num "patiens" (paciente), o mercúrio." (Psicologia e Alquimia. Carl Jung. Pág 473).

Conclui Olavo:

"A transfiguração do homem... No Verbo Divino... Do ser humano no Verbo Divino... Só acontecia por um único meio (a eucaristia) ... Então eu digo: mas meu deus! Esse é o único rito iniciático que existe! O resto não é iniciático, é apenas esotérico!" (Olavo de Carvalho. Curso Esoterismo na História e Hoje em dia. Aula 5. 00:32:53 até 00:33:09).

Para Schuon, o sacramento da Eucaristia não deve ser interpretado de forma católica:

"Que não haja mal-entendidos: não temos nenhuma opinião preconcebida contra a ideia da Transubstanciação, mas se alguém diz que a prova dessa ideia está nas próprias palavras de Cristo, não temos escolha a não ser responder que estas palavras em si não implicam o significado atribuído a elas." (O Mistério Cristão da Transubstanciação segundo a Filosofia Perene. Mateus Soares de Azevedo).

Mateus Soares de Azevedo explica:

"(...) A teologia convencional, por outro lado, diz que o pão deixa de ser pão, e passa a ser única e exclusivamente "Corpo" após o processo de Transubstanciação. Igualmente, diz que o vinho deixa de ser vinho, e passa a constituir única e exclusivamente “Sangue" (isso pelo menos do ponto de vista católico, pois o Cristianismo oriental prefere o termo "transmutação").

A Filosofia Perene nunca pôs em xeque este mistério cristão. Pelo contrário, Frithjof Schuon nos ensinou a olhar para ele com olhos novos, mais universalistas e "desinteressados" que os convencionais e “exotéricos”. O que está em jogo, segundo ele, é a "interpretação literal e quase matemática de certas palavras da (Logique et Transcendance, p. 107). E Schuon é o primeiro a compreender e a ressaltar que a ideia católica da Transubstanciação "tem o valor de um argumento propulsivo, feito para evitar qualquer interpretação naturalista ou psicologista do mistério".

Quando Jesus, que era um oriental, nota Schuon, diz: "Tomai e comei, isto é o meu corpo" e "Bebei todos dele, pois este é o meu sangue" (Mateus 26: 26-28), isso significa no entendimento oriental que estes elementos "são equivalentes ao corpo e ao sangue de Jesus no contexto da inerência Divina e do poder salvífico (....); mas, em linguagem ocidental, no entanto, as palavras do Cristo não têm senão o sentido de uma equação física rigorosa e massiva, como se tal equação comportasse a menor vantagem metafísica ou sacramental" (p.107)." (O Mistério Cristão da Transubstanciação segundo a Filosofia Perene. Mateus Soares de Azevedo).

Para os perenialistas, Jesus não é Deus (ato puro):

"O Sermão em princípio pertence ao campo esotérico e somente o Cristo, os santos e os santificados fazem a passagem da “potência ao ato”, como diriam os escolásticos." (O Sermão da Montanha. Mateus Soares de Azevedo).

É apenas um mestre iniciático, um homem divinizado:

"The Hesychast “geront” (staretz) when found will discharge all the normal functions of a guru according to the Indian conception of the word. In Hinduism one’s spiritual master is acknowledged as the direct representative of the supreme Sad-guru, the Divine Self. In Buddhism the same holds. The present writer was repeatedly told, in Tibet, that he should look on his lama as if he were “the Buddha himself.”
Hesychasm says the same: The disciple should behave toward his “geront” as if he were in the presence of Christ.
One function only the “geront” will not assume—that of “initiator.” According to the Christian spiritual economy Christ, as synthesizing the avataric function exclusively in his own person, is the only possible initiator— hence the sacraments Christ instituted are the only conceivable supports in the initiatic, as well as the exoteric, path from its inception until the goal is reached. A man may envisage these supports with greater or lesser understanding—he may use the opportunity they provide to the full or only by halves—but in principle they remain objectively all-sufficing and indivisible at the level of form, and no subjective qualification or its absence can modify the fact. Hence a human teacher, though representing Christ in a certain way, will always efface himself in principle by stressing the indirect character of the function he exercises." (We Shall Know the Truth. Mateus Soares de Azevedo. The Veil of the Temple: A Study of Christian Initiation. Marco Pallis. Pág. 50).

Schuon ensinava que Jesus não podia ser Deus:

"Se o Cristo tivesse podido ser a manifestação única do Verbo, supondo-se que esta unicidade de manifestação fosse possível, seu nascimento teria tido como efeito reduzir instantaneamente o universo a cinzas." (A Unidade transcendente das religiões. Frithjof Schuon. Pág. 36).

E, para Mateus Soares de Azevedo a encarnação do Verbo de Deus precisa ser compreendida de forma esotérica e não "fundamentalista" (católica):

"Deus se fez homem para que o homem se faça deus. Ele (Santo Irineu) está dizendo... Ele está... Relacionando isso a encarnação do verbo... Através de... De Jesus Cristo ... Também precisa ser entendido... De uma maneira esotérica e não fundamentalista... Não... É... Literal... Ou seja: porque o homem não é deus... O... O homem nunca vai ser deus... O homem não é onipotente... O homem não é onisciente... O homem não é eterno... Então logo o homem não vai ser deus, mas o homem segundo... Todos os fundadores de religião... Segundo todos os grandes mestres espirituais... O homem pode se engajar no caminho da deificatio... O caminho da divinização... O caminho da perfeição... Jesus mesmo disse: Sedes perfeitos, como... Aham... Deus é perfeito." (Palestra com o título Esoterismo tradicional no Século XXI: a visão da Filosofia Perene. Realizada no IV Encontro Internacional Evoliano, em São Paulo, em 10 de setembro de 2014. Disponível para acesso em: Link . A partir de 17:01 até 17:42).

De acordo com Marco Pallis e Mateus Soares de Azevedo, pode-se depreender que: UMA VEZ QUE OLAVO DEFENDE QUE OS SACRAMENTOS SÃO INICIÁTICOS, PARA ELE, JESUS NÃO É DEUS. Olavo está ensinando, sorrateiramente, que Jesus deve ser compreendido - esotericamente - como um iniciador e por isso, os sacramentos da Igreja Católica são iniciáticos (tal como Schuon, cujas doutrinas ele diz denunciar):

"Afirmo com todas as letras que as únicas iniciações válidas são os sacramentos da Igreja Católica." (Postagem via Facebook. Perfil pessoal de Olavo de Carvalho. Em 28 de fevereiro de 2018).

E ainda:

"Se ele (Guénon) diz que uma tradição só é completa quando seu exoterismo está fundado no seu esoterismo e que toda a Igreja Católica é apenas um exoterismo e que o esoterismo correspondente é a maçonaria, então eu sei que tipo de catolicismo ele quer. E isso é absolutamente inaceitável, isso contradiz as palavras do próprio Cristo. Quando Schuon sugeriu que havia um conteúdo iniciático nos próprios sacramentos católicos, Guénon ficou louco da vida, porque isso invalidava tudo o que ele tinha feito. E, no entanto, é claro que esse sentido iniciático do sacramento existe, porque eles são tudo o que há no cristianismo; não há mais nada além deles. O que você não obteve através dos sacramentos, não será através de um rito maçônico que irá obter." (Olavo de Carvalho. COF. Aula 19. 15 de Agosto de 2009. Excerto retirado de transcrição da aula, em arquivo PDF, pág. 18 e 19).

Essa concepção de Cristo como iniciador, ele mesmo confirmou - mais escancaradamente - quando retificou a publicação:

"O sufismo nos vende a alto preço algo que Nosso Senhor Jesus Cristo já nos deu de graça".

O que Olavo tenta sustentar para seus alunos é que lhe parece opção melhor o "esoterismo" que Cristo "abriu a todos", do que a opção "criteriosa" do sufismo.

O Sufismo para Guénon é gnóstico. Cristo seria, consequentemente, um mestre iniciático gnóstico:

"As tariqas são... Organizações esotéricas que treinam pessoas, supostamente para chegar aos maiore... Aos mais altos... É... Graus de realização espiritual, né? Culminando, segundo Guénon, em um negócio que se chama identidade suprema, na qual, a individualidade é totalmente rea… Reabsorvida no Absoluto e cessa de existir, como tal." (Olavo de Carvalho: Palestra sobre "O Enigma Quântico", de Wolfgang Smith. Disponível para acesso em: Link . A partir de 7:16 até 7:38).

Quanto ao seletismo do sufismo, Olavo narrará nessa mesma videoconferência, que teve de aproximar-se primeiro do braço direito do chefe da tariqa que ele tinha interesse de ingressar (Rama Coomaraswamy) para só depois conseguir contato com Sheik (Frithjof Schuon) e, a partir daí, ser admitido.

Mario Alves da Silva Filho, confirma o rigor seletivo da tariqa Maryiamyya, que foi criada por Schuon, por volta de 1965:

"Na Tariqa Maryammiyya não há acesso livre para que alguém participe de seus rituais sem que seja membro da própria Tariqa; para ser iniciado há um longo processo de admissão, que constará de uma avaliação do material que lhe é entregue para estudo, bem como seu conhecimento sobre o Islã, especialmente a Shari'ah." (A mistica islâmica em Terrae Brasilis. Mario Alves da Silva Filho. Tese de Pós-graduação. PUC/SP. Disponível para acesso em: Link . A partir da pág. 124. Mais informações a respeito da tese: Link).

Para os perenialistas, a Virgem Maria também não é a Mãe de Deus, mas uma iniciadora:

"An exception, more apparent than real, might be made in the case of the Latin rosary, if this were ever taken as the support of a fully initiatic way, which it certainly could be by one endowed with the proper understanding and dispositions; in that case, it would be logical for the Holy Virgin, as original communicator of the rosary to Saint Dominic, to appear in the role of initiator, a privilege due to her in her capacity of Coredemptrix, and which no other creaturely figure can possibly share. Evidently, there is no departure from Christian principle here." (We Shall Know the Truth. Mateus Soares de Azevedo. The Veil of the Temple: A Study of Christian Initiation. Marco Pallis. Nota de rodapé. Pág. 50).

Wolfgang Smith, o perenialista "mais católico" (segundo Olavo) defende teses favoráveis ao geocentrismo e o terraplanismo, que Olavo tem tentado difundir:

"O fato é que... Por exemplo... No confronto entre geocentrismo e heliocentrismo, não existe nenhuma prova... É... Definitiva... Definitiva... De um lado, nem... Nem do outro... E você pode usar um sistema de referência, como pode usar o outro... Mas, se você insinuar... Que a... Terra não se move... Que ela é o centro, as pessoas vão internar você imediatamente..." (Olavo de Carvalho: Palestra sobre "O Enigma Quântico", de Wolfgang Smith. Disponível para acesso em: Link . A partir de 17:22 até 17:39). Recentemente:"É estranho haver tanta discussão em torno da “teoria da terra plana”, quando a rigor essa teoria não existe ainda. Modelos hipotéticos imaginativos não são teorias. O que há, por enquanto, é um vasto — e, pelo menos até certo ponto, eficiente — esforço de desconstrução do paradigma copernicano, esférico-heliocêntrico.
Essa discussão ainda vai longe." (Olavo de Carvalho. Publicação via perfil pessoal do Facebook. 9 de agosto de 2019).

Olavo, já manifestou, em 1996, porque o conceito geocêntrico é tão importante para a alquimia:

"A conquista do estado humano é a conquista de uma centralidade. E neste sentido que se deve entender o simplismo do geocentrismo. Quer dizer: o que está no centro do universo não é a Terra. É o homem? E essa centralidade, primeiro temos que entender o sentido vertical para entender depois o horizontal. E o sentido vertical significa que o homem é exatamente o mediador entre o mundo físico e o mundo espiritual. Quer dizer que entre o conjunto de leis que rege este mundo espiritual e este mundo físico só tem um ser no meio que capta os 2 lados por eqüidistância e compreende a relação entre um e outro." (Curso de Alquimia. 1996. Quinta aula. Pag 56 e 57).

Na aula com o título Santo Agostinho I, gravada em 02 de outubro de 2011, Antônio Donato introduz a seus ouvintes, Raimundo Lúlio:

"Eu lembro... Que... Eu tenho um amigo... Que deve ser amigo de vocês, também... De alguns de vocês... Que... É... Muito tempo atrás... Me mostrou os livros de um franciscano... Muito erudito... Nos anos 1300... Se chama Raimundo Lúlio... O Raimundo Lúlio... Uma das coisas surpreendentes que eu encontrei no Raimundo Lúlio... É que ele... Inúmeras vezes, ele fala... Nos livros dele: "vocês já perceberam que um quer... Um católico praticante... Ele é capaz de aprender, em um ano, estudando filosofia... Mais do que um pagão... Estudando cinco ou seis anos, sem parar... A facilidade que ele tem... De entender a verdade das coisas... Só porque ele é católico praticante... E ele estava falando de estudos acadêmicos." (Santo Agostinho I. Antônio Donato. Aula gravada em 02 de outubro de 2011. A partir de: 01:31:35 até 01:31:58).

Quem seria esse "amigo", cujo nome, Donato não considerou oportuno mencionar?

Antônio Donato e Henriete Fonseca, constam como fundadores (além de outras pessoas) do Instituto brasileiro de filosofia e ciência Raimundo Lúlio. Essa informação pode ser verificada na ata de constituição do instituto, em 1998: Link

Alguns fundadores iniciais deixaram o instituto, todavia, Donato ainda permanece membro: Link

Veja a Montfort a descrição de um dos livros que o presidente do Instituto Raimundo

Lulio (até 2014) Esteve Jaulent se ocupou de traduzir e publicar (em 2011):

"Lúlio respeita a atividade própria de cada criatura, as assim chamadas "causas segundas" do universo. Sem esquecer, porém, o poder infinito de Deus, mestre e governador do mundo, o filósofo catalão admite que cada realidade possui uma capacidade de atuar, definida e delimitada por sua natureza concreta. Nos seres dotados de alma inteligente esta capacidade atua livremente e é desta maneira que se tornam responsáveis de todas suas ações.

É assim que o ser humano se torna bom ou mal. Admite, portanto, a existência de uma corrente de causalidade que vai da Primeira Causa ao último efeito. A influência dos astros e das constelações sobre a humanidade integra também essa corrente de causas e se explica, sobretudo pela sua composição elementar. A medicina deve tê-la em conta em seus diagnósticos e prescrições. Contudo, a livre vontade do homem pode se opor às influências astrais.

Medicina, geomancia e astrologia, três disciplinas que apaixonaram a Idade Média, reencontram-se neste Novo Tratado de Astronomia, obra clássica da astrologia medieval, que expõe o conjunto desses saberes em uma nova perspectiva."

Livro Astrologia Medieval (o novo tratado de astronomia de Raimundo Lúlio - Ramón Llullio) traduzido por Eteve Jaulent. (Disponível para acesso em: Link).

Aqui se encontra novos indícios a respeito da doutrina astrológica da influência astral, de Olavo de Carvalho, que o professor Orlando já havia denunciado quando comentou uma edição da revista Planeta. Doutrina que até mesmo o Antônio Donato ecoou na aula Concílio Vaticano II Grécia Antiga.

Assim que esse livro estiver escaneado, enviarei a Montfort.

Anexarei uma pasta com livros e artigos, disponibilizados pelo instituto. Há muitos materiais que abordam temas como o diálogo inter-religioso entre cristãos, muçulmanos e judeus, além de legitimarem obras pseudo-lulianas. (Mais informações em: Link, Link e Link.