SOBRE O PERENIALISMO (Fernanda Conforto)

CARTA I

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SOBRE O PERENIALISMO (Fernanda Conforto)

CARTA I

Bom dia Alberto Zucchi e membros da Montfort!

Gostaria muito de agradecer pela recomendação da obra Progresso na Vida Espiritual, do padre Faber, cuja leitura tem me beneficiado muito e pelas aulas do curso Apologética Católica.

Apresento algumas informações para que o grupo de estudos da Montfort possa (se disporem de tempo) avaliar a procedência e a relevância:

Como foi citado, na introdução do livro A educação Segundo a Filosofia Perene, se afirma:

"Por filosofia perene entendemos aquela filosofia que, embora transcenda as circunstâncias históricas em que se desenvolveu, tem como seus representantes mais conhecidos Platão, Aristóteles, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, embora a ela pertençam, de fato, a maioria dos filósofos gregos, patrísticos e medievais, além de uma multidão de outros pensadores posteriores e mesmo contemporâneos." (Arquivo PDF com 1061 páginas, disponível em: Link).

Thomas Buford, em sua obra Toward a Philosophy of Education listará quatro principais filósofos como os maiores contribuidores do Perenialismo: Platão, Aristóteles, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.

Theodore Brameld, em sua obra Philosophies of Education in Cultural Perspective, excluíra Santo Agostinho.

A professora Glenn A. Jent, no artigo Perennialism: or, "Give me that old time religion" apresenta boa bibliografia a respeito da proposta educacional do livro de Antônio Donato.

Referente a metodologia proposta no livro A Educação Segundo a Filosofia Perene, aproveito para anexar um excerto sobre como o Olavo de Carvalho tratou do assunto, no artigo O Esoterismo Cristão, na Revista Planeta (que segundo o artigo A derradeira análise da obra de Olavo de Carvalho, para nunca ter de lê-lo, de João Pedro Sabino Guimaraes, publicado pela Época, em Março de 2019 (anexo), seria o "principal órgão de divulgação do espiritismo, da astrologia, alquimia, do hermetismo, tarô, da ufologia e de outros baratos") número 108, de setembro de 1981. Citação na página 11):

"Durante toda a Idade Média, essa simbiose cristão-hermética dominou a cultura superior, que se estruturava em torno de sete disciplinas (gramática, lógica e retórica; aritmética, geometria, astrologia e música) que formavam o trivium e o quadrivium. Apesar da coincidência nominal com disciplinas estudadas ainda hoje, tratava-se de algo inteiramente diverso, pois seus objetos – os números da aritmética, as figuras da geometria, etc. – não eram vistos como simples arranjos convencionais para a medição do mundo sensorial, mas como “suportes simbólicos” para a apreensão, pelo intelecto, de realidades metafísicas de natureza superior. Um número, por exemplo, não era uma simples unidade de contagem, mas uma gigantesca summa articulada de conhecimentos organizados em torno de um padrão lógico representado por esse número; os números eram também representações das diversas ordens de realidades que, desde o Absoluto, se desdobravam na multiplicidade de formas do mundo manifesto. Do mesmo modo, um planeta não era apenas um corpo ou uma forma material, mas o símbolo de um princípio formador do real. A alquimia fechava o trivium e o quadrivium, direcionando todos esses conhecimentos teóricos para uma prática e, portanto, para o conhecimento metafísico".

Com grande alegria li a referência feita por João Pedro Sabino Guimaraes, na última página de seu artigo, na Época:

"A Filiação Perenialista de Olavo de Carvalho foi examinada à exaustão pelo professor Orlando Fedeli, historiador competente e tomista de mão-cheia, em seu devastador artigo "A gnose "tradicionalista" de René Guenón e Olavo de Carvalho" publicado em 2001."

O conteúdo do artigo publicado por Olavo, quando trabalhava para a revista Planeta é muito semelhante ao conteúdo do artigo O Sermão da Montanha Segundo a Filosofia Perene, de Mateus Soares de Azevedo. Nesse mesmo artigo Mateus defenderá:

"O rito eucarístico é esotérico ou exotérico? Ele é claramente esotérico, mas sua plena actualização depende do nível de compreensão doutrinal e de realização pessoal do fiel. Segundo Frithjof Schuon, ele pode, paradoxalmente, ser exotérico para os fiéis exoteristas e esotérico para os esoteristas." (Nota de Rodapé. Página 84).

Na sua obra Men of a Single Book, Mateus novamente afirmará:

"In the Christian tradition things are otherwise: there is no clearly established separation between the exoteric and esoteric domains, which are as it were “fused” by the religion. In fact, in its origins Christianity did not have an exoteric dimension properly so called for it did not possess a legal religious code, which, in Islam, was born with the religion and constitutes the social, moral, and religious legislation for the faithful.

Another way of explaining this point is to consider Judaism and Christianity as two sides of the same coin, that is of the same religious entity, Judaism representing the exoteric and “active” dimension (due to the centrality of the Mosaic law with its diverse prescriptions), and Christianity representing the esoteric and “contemplative” dimension (“for the letter killeth, but the spirit giveth life” [2 Cor. 3:6]). A sacrament such as Christian communion, for example, clearly derives from the esoteric dimension; to partake of the “Eucharistic banquet”, in which one participates in the “body” and “blood” of the Divinity, is to be present at an initiatic sacred act, accessible only to those previously initiated into the mysteries of the religion. But, in a distinctive mark of its originality, every Christian, in principle, has access to this rite, something which is restricted to initiates in other religions. One clearly sees here a variance in the spiritual economy of the two monotheistic traditions". (Pág.26).

E ainda:

"No caso do Cristianismo o que que acontece? A linha ou a fronteira entre o exoterismo e o esoterismo é móvel ou é borrada, não está claramente delimitada como é, no caso, no Islam, a ponto de que o Fritjof Schuon tem um trecho em seu livro que diz o seguinte, que o principal rito da tradição cristã que é o rito da eucaristia ou a comunhão ele é esotérico para os esoteristas e exotérico para os exoteristas, entende? Porque a fronteira entre um campo e outro não está claramente demarcada, então é o mesmo rito, você vê a diferença da tradição cristã para a tradição islâmica. É o mesmo rito que pode ser incorporado tanto pelos religiosos e pelos fiéis exotéricos como pelos fiéis esotéricos, depende da maneira como a pessoa recebe aquilo. O cristão, o católico, o ortodoxo exotérico ele vai receber aquele rito de uma maneira exotérica, de uma maneira exterior, quase de uma maneira social e legal, quase como que uma obrigação tradicional, enquanto que o católico ou o cristão em geral esotérico ele vai receber aquele rito, ele vai participar daquele rito de uma maneira esotérica. De que maneira seria isso? Ora, é um rito extremamente poderoso, porque é um rito em que o adepto ele recebe o corpo e o sangue da divindade, entende? Então ele absorve a graça da divindade, ele absorve o poder da divindade ao participar desse rito, mas é obviamente que a maioria dos fiéis não entende dessa maneira e isso fica claro, basta ir em uma missa dominical em qualquer igreja do Brasil ou do mundo. Então esse rito da comunhão, por exemplo é originalmente um rito iniciático. É um rito que, se houvesse o rito da eucaristia dentro do Islam, por exemplo, só os sufis teriam acesso a ele, porque é um rito iniciático, é um rito esotérico, não é um rito é... Mas o Cristianismo entende essa peculiaridade que ele abre essa possibilidade de participar de ritos altamente poderosos e originalmente obrigam o... Inicialmente iniciáticos e esotéricos para todos os tipos de fiéis, mas a recepção a esse rito vai variar. Tudo isso para dizer que o exoterismo e o esoterismo existem em todas as tradições e existem em todas as civilizações, mas eles estão organizados e encaixados e arranjadas de maneiras muito diferentes: o islam é de uma maneira, o cristianismo de outra, o budismo de outra, o taoismo o xintoísmo, o confucionismo arranjam essas duas dimensões necessárias de toda a tradição, de maneiras distintas." (Palestra Esoterismo tradicional no Século XXI: A visão da Filosofia Perene. Min: 12:03 até 15:07. Disponível em: Link).

Frithjof Schuon registra:

“O Cristianismo não tem, portanto, nenhuma das características normais de um exoterismo instituído como tal, mas apresenta-se antes como uma espécie de exoterismo de fato, não de princípio; além disso, sem mesmo referir-se a certos trechos das Escrituras, o caráter essencialmente iniciático do Cristianismo é sempre reconhecível por certos indícios de primeira importância, tais como a doutrina da Trindade, o sacramento eucarístico e, mais particularmente, o uso do vinho neste rito ou, ainda, por certas expressões puramente esotéricas como “Filho de Deus” e, sobretudo, “Mãe de Deus”. Se o exoterismo é “aquilo que é ao mesmo tempo indispensável e acessível a todos os homens sem distinção, o Cristianismo não poderia ser um exoterismo no sentido habitual deste termo, pois ele não é absolutamente acessível a todos, ainda que de fato, isto é, em virtude de sua aplicação exterior, ele se imponha a todos.” (A unidade transcendental das religiões.Editora IEGert Pág. 142).

Além do conteúdo publicado no artigo As garras da Esfinge - René Guénon e a islamização do Ocidente, na Revista Verbum, Ano I, Números 1 e 2, Julho-Outubro de 2016, por Olavo, que já foi citado por Alberto Zucchi:

"Os sacramentos da Igreja não são meros “ritos de agregação”. São iniciáticos de pleno direito. Não dão acesso somente à comunidade de fiéis – ou à sua “egrégora” ou consciência coletiva, mas, Deo juvante, ao conhecimento mais íntimo da Realidade Suprema a que um ser humano pode aspirar. “Não sou mais eu que existo”, diz o Apóstolo, “é Cristo que existe em mim”.

João Paulo II, no seu Catecismo, declara explicitamente que os sacramentos são os passos “da iniciação cristã”, e não é concebível que, num texto tão formalmente doutrinário, usasse o termo como mera figura de linguagem."

Olavo insistirá:

"Jesus Cristo diz claramente que não ensinou nada em segredo, que tudo que ele ensinou foi diante dos apóstolos e do público inteiro. Para acreditarmos que ele ensinou uma turminha em segredo e isso só veio a aparecer 16 séculos depois, é preciso muita imaginação. Quando, ao contrário, o Frithjof Schuon (e eu não tenho nenhum motivo para gostar dele; pessoalmente, poderia ter queixas contra o cara, mas nesse ponto ele estava coberto de razão) diz que o sentido mais profundo, iniciático e esotérico do cristianismo não estava em iniciações dadas fora da Igreja, mas nos próprios sacramentos, ele disse tudo. Réne Guénon, não tendo o que objetar a isso, simplesmente mandou avisar que se o Schuon fosse visitá-lo, ele não o receberia mais. Olha, eu conheço a psicologia humana: quando o sujeito faz essa pose de dignidade ofendida, é porque você o pegou com calças na mão e ele não tem o que dizer. No caso, o Schuon estava montado na razão: não há nada mais no cristianismo além do que está no sacramento. Se você escavar o sentido, vai encontrar tudo ali dentro." (Arquivo em PDF: Curso Online de Filosofia Olavo de Carvalho - Aula 41 - aula gravada em 16 de janeiro de 2010) (Esse material pode ser também ouvido no arquivo de audio da aula 41 a partir de 39:16 até 40:40).

A relação de Olavo de Carvalho e Mateus Soares de Azevedo é mencionada por Heloisa de Carvalho (filha de Olavo):

"Ele ganhou esse concurso (Prêmio na Arábia Saudita, em 1985, por um livro de 200 páginas, não publicado, sobre Maomé, no qual usou os conhecimentos da simbólica medieval para interpretar episódios da vida do profeta) ele escreveu, era uma monografia sobre o profeta, ele escreveu em... Juntamente com um amigo dele chamado Mateus... Eu... Eu não sei se eu vou inverter, Tá? O sobrenome dele... Mateus Soares Sampaio de Azevedo ou Mateus Sampaio Soares de Azevedo, tá? Mateus frequentava muito a nossa casa, Mateus, cristão... E eles escreveram juntos, ganharam realmente esse prêmio. Esse livro nunca foi mesmo publicado, né? Era uma monografia toda digitada em uma máquina elétrica... De escrever elétrica... E o prêmio, salvo engano foi entre U$1.500 a U$ 2.000 dólares... (...) Que... Que até hoje... Gente! 1985! Hoje, em 2019, o Mateus até hoje não viu a cor de um dólar desse prêmio! Ele não recebeu a parte dele, porque pagaram na mão do Odalisco (Olavo) e o Odalisco.... (...) E daí, as pessoas duvidam, né? Do que a Liana (Liana Dines) conta no processo, mas você vê esse histórico, o do prêmio, né? Que tem no próprio processo da Liana, tem lá o depoimento do Mateus, dizendo que ganharam o prêmio juntos e que ele nunca recebeu a parte dele." (Heloisa de Carvalho & Projeto Ezequiel 33: O Outro Lado do Odalisco. Transmitido ao vivo em 20 de Maio de 2019. Em: Link A partir de 1:02:25 até 1:04:04. Não é recomendável assistir a transmissão inteira, por conter conteúdo pornográfico).

Depoimento de Mateus Soares de Azevedo, mencionado por Heloisa de Carvalho, em seu relato, pode ser acessado aqui:

Observação: O Catraca Livre é uma iniciativa de orientação revolucionária. O conteúdo de seu site não é recomendado.

Mateus Soares de Azevedo, nas palavras de Olavo:

"Eu vi com meus próprios olhos, eu sei que Frithjof Schuon dirigia vários grupos católicos, não na...Na...Sa... Igreja modernista, mas na igreja tradicionalista... Se quer saber, procura esse Seu Mateus Sampaio Soares de Azevedo, tá certo? Que está toda hora na missa, com o terço e Nossa Senhora e não sei o que, não sei o que... Seguindo o Schuon... Não está... Não está mais seguindo o Schuon, o Schuon morreu, está certo? Mas ele não está seguindo o Schuon, está seguindo outro... Então está... Está trabalhando para uma organização islâmica,dentro do movimento tradicionalista.” (Programa Trueoutspeak 16.06.2008. A partir de 18:41 até 19:13. Disponível em: Link).

“Hoje apareceu um artigo de um fulaninho chamado Mateus Soares de Azevedo… Conheço esse cara há muitos carnavais, falando mal da Opus Dei… (...) Daí aparece o tal do Mateus Soares, falando contra a... A.. A Opus Dei... E dizendo: "Não a Opus Dei... É… Tem muita coisa secreta... Eles gostam muito desse negócio de segredo…" (...) O Mateus Sampaio é membro de uma tariqa... Sabe o que é uma tariqa? É uma organização secreta islâmica... (…) E vem falar do segredo dos outros? Quer dizer, ele é um cara cristão que secretamente segue a orientação de um Sheik mulçulmano e isso aí vai fazer trinta anos... (...) E vem falar do segredo dos outros... (...) Eu nem devia falar de você porque você é um (palavrão) tá certo? Mas é... Me trouxeram, me mandaram esse negócio... O que você acha disso? Eu falei, eu acho que isso aí é o seguinte: eu não estou discutindo a sua ideia, eu só estou apenas dizendo que é fingimento... Não estou dizendo que você tem razão ou não. Às vezes, você fingir também tem razão... Se eu falo uma coisa por hipocrisia, o conteúdo daquilo pode até ser... Até verdadeiro.” (Programa Trueoutspeak. 16-02-2009. Disponível: Link De 25:54 a 27:21).

Segundo João Pedro Sabino Guimaraes, no artigo A derradeira análise da obra de Olavo de Carvalho, para nunca ter de lê-lo:

"Nos anos 80, por influência do perenialista Frithjof Schuon (1907-1998), Olavo passou a viver em uma comunidade mística islâmica (tariqa), em São Paulo (...) e aprofundou-se no estudo da gnose sufi."

O próprio Olavo de Carvalho confirma ter também pertencido a tariqa e relata a fatalidade que o teria obrigado a dissociar-se do grupo:

"Fui expulso da tariqa em 1987 por haver desrespeitado o sheikh Schuon." (Facebook. Postagem de 1 de Março de 2014. Disponível em: Link).

A filha de Olavo de Carvalho, desde o início de seus relatos teria manifestado, em diferentes oportunidades, que não se sentia à vontade para responder às perguntas a respeito da relação de Olavo com a maçonaria. No entanto, quando indagada recentemente, a respeito de informações extraídas originalmente de uma publicação do site Prometheo Liberto, cujo autor é identificado como Luís Gonçalves Junior:

"A sua “queridíssima amiga” Maria Elisa Ortenblad, socialite e sobrinha do banqueiro Walter Salles, também confessou – para mais de uma pessoa – que você é grão-mestre da maçonaria, estando vinculado a uma loja maçônica na Romênia. O Papa Pio IX condenou todos os maçons, tendo sido prisioneiros deles durante a proclamação de República Romana no século 19. Logo, nenhum católico pode ser maçom. Eu tenho testemunha para provar o que a Maria Elisa disse sobre o seu passado na Romênia. Se agora ela está velha e não quer se aborrecer, problema dela. Deveria ter ficado com a boca fechada e não ter revelado para ninguém o que sabia sobre o seu passado." (Conteúdo disponibilizado na transmissão, disponível para acesso em: Link).

Teria respondido:

"Sim, é exato. É verdade." (Heloisa de Carvalho & Projeto Ezequiel 33: O Outro Lado do Odalisco. Transmitido ao vivo em 20 de Maio de 2019. Em: Link A partir de 52:14 até 53:34. Não é recomendável assistir a transmissão, em razão do conteúdo pornográfico).

Essa confirmação de Heloisa é, certamente, de difícil (não impossível) comprovação (documental). Porém pode ser útil aos alunos de Olavo de e Antônio Donato a observação de que, em várias ocasiões, ambos procuraram desacreditar o envolvimento da Maçonaria em grandes movimentos anticristãos:

"Um dos argumentos fundamentais é que o movimento revolucionário é um corpo sem alma. Está certo? Ele vem, realiza o Socialismo… Está certo? Mas o Socialismo continua sendo um corpo sem alma. Qual é a alma dele? É o Islam". (Curso Introdução a Filosofia de Eric Voegelin. Aula 05. De 1:42:55 até 01:43:07). Antônio Donato, sempre mais sútil do que Olavo:

"Só que.. Aí... E...Não sei se antes ou depois, né.. Nessa época, ele (Cecil John Rhodes) resolveu entrar na Maçonaria... O John Ruskin... Aliás o Cecil Rhodes, porque ele tinha ouvido falar que a Maçonaria tinha mais ou menos esses mesmos tipos de ideias... E ele entrou na Maçonaria e... E dali a algumas semanas saiu de lá, horrorizado. É... É... Achou que aquilo era uma palhaçada... Que ele tinha ouvido falar que eles queriam conquistar o mundo, civilizar o mundo, etc, mas aquilo era... Era na verdade, era a festa da esquina, porque todo mundo ficava com rito de espada, juramento secreto, reunião disso, hierarquia de não sei das quantas... Ele disse assim: eu sei como é que se faz as coisas! Não é desse jeito! Eu... É... É... Eu virei o milionário que eu sou, que... com as minas de ou... De diamante que eu tenho, não foi desse jeito! Desse jeito não se chega a lugar nenhum! Esse pessoal não sabe trabalhar! Então se alguém tem de conquistar o mundo vai ter de ser eu mesmo! (Risos) Está certo? Com o meu jeito! E não vai ter juramento secreto, não vai ter sociedade secreta e não vai ter... Nada desses ritos, porque eu vou colocar gente competente para trabalhar comigo!" (Curso de Filosofia Moderna. Aula ministrada em 22 de setembro de 2013, na Igreja Nossa Senhora do Brasil com o título Causa das Guerras. Arquivo em áudio número 36: De 01:08:11 até 01:09:28. O site: Link onde anteriormente foram hospedas as aulas - contrariando a restrição de Donato - já não está mais ativo).

Assim como os perenialistas americanos (também chamados neotomistas), Olavo de Carvalho e Antônio Donato apresentam uma proposta educacional de enfrentamento ao Marxismo.

(Quase) Sempre sutil, Antônio Donato mobiliza seus leitores, em seu livro A Educação Segundo a Filosofia Perene:

"Segundo S. Tomás de Aquino, portanto, ordenar o sistema educacional de uma nação ao desenvolvimento econômico e à produção de riqueza como ao seu fim último significa desvirtuar a natureza do homem e da sociedade. É, porém, o que querem, sob o aplauso de muitos, grande parte dos educadores e homens públicos famosos."

E ainda:

" (...) O desenvolvimento econômico dos países subdesenvolvidos exige o trabalho de educadores no sentido de alterar as motivações dos cidadãos que compõem a sociedade para um "comportamento centralizado em bens" em um esforço que "envolve a total transformação da cultura". É assim que tem sido organizado o sistema escolar e, quer queiram, quer não queiram, é para isto que têm trabalhado os professores da maioria das escolas."

As pessoas que frequentam os centros culturais e institutos do Donato são doutrinadas com os fundamentos perenialistas e instruídas a ocuparem cargos estratégicos, na sociedade e nas paróquias para lutarem contra os (outros) "Inimigos da Igreja". Mesmo os padres são coagidos a participarem de formações ministrados por pessoas ligadas aos institutos (de forma que são também eles doutrinados).

Dentro dessas instituições, os membros que muitas vezes são atraídos pelas aulas de filosofia e outros cursos gratuitos são também “alimentados”, regularmente, com terrorismo psicológico. O próprio Donato, em uma palestra que ministrou pessoalmente em um instituto da região (Foz do Iguaçu), começou com os "estudos estranhos" que gravou para o curso Filosofia Moderna (cuja existência também é negada) para só depois apresentar a solução por meio da Educação Segundo a Filosofia Perene. Quisera Deus, isso não fosse uma estratégia (calculismo). O terror psicológico muito colabora para que os católicos sinceros, que não podem ser aprisionados por juramentos de silêncio - semelhantes aos exigidos em sociedades secretas (ou discretas) – colaborem, de boa vontade, para a “proteção” de Antônio Donato, do seu voto de "(humilde) escondimento" e de seus materiais secretos.

Cristo recomendou: "Sejam prudentes como as serpentes.": peçamos a Deus, essa graça.

Nas palavras do jornalista Vitor Vieira, autor do blog VideVersus e que foi colaborador da RadioVox, administrada por Alex Pereira:

"O objetivo dos cursos de Antônio Donato é o de formar gerações de discípulos, boa parte deles tendo cursado cursos de Pedagogia nas universidades convencionais, que possam a seguir estar habilitados a assumir a direção de escolas fundadas pelo seu movimento". (Informações em: Link).

Ainda referente ao livro A Educação Segundo a Filosofia Perene, de Donato, Olavo, no Curso Online de Filosofia, Aula 42, gravada em 23 de janeiro de 2010, o introduz a seus alunos com as seguintes palavras:

"Eu tenho um amigo, o Antônio Donato, que ficou anos estudando filosofia escolástica e traduziu os Comentários de Santo Tomás de Aquino a Aristóteles. Quando estava na Faculdade de Educação, ele decidiu fazer uma tese de mestrado chamada A Educação segundo a Filosofia Perene, isto é, segundo a escolástica, especialmente Santo Tomás de Aquino. Ele fez uma tese de mil páginas com uma bibliografia de trezentas, quando uma tese de mestrado possui em média 80 ou 90 páginas, não passando de 150. Ele colocou aquele tijolo na frente dos professores, que ficaram aterrorizados e o aprovaram sem ler o trabalho. Eles não tinham condição de julgar aquilo; precisariam de uma vida inteira de estudos para fazê-lo. Assim, por via das dúvidas, aprovaram sentindo-se esmagados." (Arquivo de áudio de 47:56 até 48:45).

No início da Idade Média já se pode encontrar registro de pessoas que afirmavam que a doutrina cristã teria relações com doutrinas diabólicas também denominadas de "antigas tradições", como Anicius Manlius Severinus Boethius, em sua obra Consolatiu philosophiae, manuscrito que forneceu importantes contribuições para a Astrologia por abordar questões da vidência, destino, fatalismo e livre-arbítrio. (Mais informações podem ser consultadas na obra A História da Astrologia - Da antiguidade aos nossos dias, de Kocku von Stuckrad. Pág. 200. Bibliografia recomendada por discípulos da Astrocaracterologia de Olavo de Carvalho em: Link).

No entanto, a publicação de uma obra do astrólogo Giloramo Cardano (Jerônimo Cardan) (que foi condenado pela Inquisição em 1570 a prisão domiciliar acusado de heresias e práticas ocultas) com o nome de "De Imortalitate animorum" teria tido grande repercussão e estabelecia longa correspondência entre a "Filosofia" de sacerdotes do Egito até Santo Tomás de Aquino. Girolamo também chega a defender que Moisés teria estabelecido a semana de sete dias para que imitassem os sete planetas, em número e na ordem e que teria conferido autoridade aos astros, por meio da palavra divina. (Mais informações na obra A História da Astrologia - Da antiguidade aos nossos dias, de Kocku von Stuckrad. Pág. 244. Bibliografia recomendada por discípulos da Astrocaracterologia de Olavo de Carvalho em: Link e na obra Alexander of Aphrodisias and his Doctrine of the Soul: 1400 Years of Lasting Significance, de Eckhard Kessler. Pág. 50).

O astrólogo, cabalista e humanista Marsílio Fisino teria sido influenciado pela doutrina de Girolamo a respeito da imortalidade da alma.

O humanista Beato Battista Mantovano, baseando-se em Poemandro de Hermes Trimegistro (traduzido por Marsílio Fisino, que trata-se de um diálogo entre a Mente Poemandro (centelha divina e Hermes) escreveu o "mais virulento ataque ao Tomismo que o autor Paul Kristeller encontrou na literatura do Renascimento Italiano: Opus aureum in Thomistas. Nesse opúsculo o autor condena a excessiva devoção ao Santo e a "velha" teologia fundamentada em suas obras, utilizando-se (além de outras argumentações) da suposta influência dos sacerdotes egípcios, especialmente Hermes Trimegistro na teologia de São Tomás (pag.164 da obra Le Thomisme et la pensee italie, de Kristeller, de Paul Oska).

(Mais informações ainda na Revista Memoire Domenicane. Tomismo e Antitomismo. Volume II. Edição VII, de 1976).

O professor Orlando Fedeli, em sua obra Antropoteísmo, citando Hermes Trimegistro escreve:

"Este é o bem final daqueles que possuem a Gnose: tornarem-se Deus".

Santo Agostinho, na obra A Cidade de Deus, dirá que os demônios falavam por meio da boca de Hermes.

E essa influência da "sabedoria dos sacerdotes egípcios" na teologia cristã (Santo Tomás de Aquino) é defendida por Antônio Donato, que é recomendado por Olavo e também apresentado pelos responsáveis dos institutos culturais onde palestra, como "o maior tomista do Brasil" e "talvez do mundo".

Segundo o maçom José Castellani, em sua obra Maçonaria e Astrologia (pág. 14):

"Na religião egípcia, podiam-se distinguir duas linhas distintas: a popular e a sacerdotal; esta última era representada pelas doutrinas esotéricas dos sacerdotes, inacessíveis ao povo."

Uma vez que Antônio Donato ensina secretamente (foi negado pelos responsáveis do site www.cristianismo.org.br - vinculado ao Donato - a existência das numerosas aulas gravadas, em seus cursos ministrados no espaço da paróquia Nossa Senhora do Brasil) que a teologia de São Tomás de Aquino teria sofrido influência de sacerdotes egípcios, estaria Donato objetivando conduzir seus alunos a uma "iniciação" que lhes proporcionaria o conhecimento da "doutrina esotérica" de São Tomás de Aquino que (apenas) ele e o Olavo de Carvalho teriam compreendido e estariam aptos a "explaná-la"? Esse convite (à iniciação) já teria sido feito, sub-repticiamente, por Olavo, a seus alunos:

"Estava eu fazendo essas observações quando chega o meu vizinho, Antônio Donato, que é o homem mais santo que eu conheci no Brasil, e disse: “você já reparou que na Suma Teológica (ele era um tradutor de Sto. Tomás de Aquino, ele estava traduzindo todos os comentários dele e Aristóteles) tem isso?” Eu falei: “Ó raios, eu estava vendo isso agora mesmo.” E ele, por sua vez, havia percebido isso através de outro autor escolástico que é o Hugo de São Vítor. Ele explica a diferença entre pensar, meditar e contemplar. Ele diz que pensar é transitar de uma ideia a outra. Meditar é recuar, na ordem das idéias, até o seu fundamento. Meditar, então, já não é simplesmente pensar para diante, mas pensar para trás: “de onde eu tirei isso? de onde veio isso?”. E você vai descobrir, assim, a experiência real, o dado intuitivo profundo do qual emergiu seu pensamento. E ele diz que contemplar é quando você fez várias meditações e elas começam a articular-se entre si e você contempla o conjunto. Note bem que expor um pensamento é algo relativamente fácil. Reproduzir uma meditação é muito difícil. Somente grandes artistas da palavra o conseguem. Eric Voegelin é um. Muitos livros dele não são uma exposição lógica, mas uma meditação, um aprofundamento na experiência que está por baixo do pensamento. Já é difícil de você expor. Quando se chega na contemplação, porém, é uma coisa que, ao mesmo tempo, é óbvia, porque você está vendo aquilo, mas é indizível. E quando se vê que Sto. Tomás, no final da vida, disse: “olha, o que eu percebi agora é tão, tão, tão gigantesco que, tudo o que eu escrevi, perto disso, é nada.”

Note bem: eu estou falando do que eu e o Antônio Donato percebemos por trás do que São Tomás de Aquino escreveu. Mas ele não estava falando disso, mas sim, do que está por trás da própria ordem aparente do mundo. Eu, então, falei: “não dá para explicar mais, dá para ver”. Nós não chegamos a isso aí, evidentemente, nós enxergamos, contemplamos, o edifício de Sto. Tomás de Aquino, e entendemos que esse edifício é moldado em um outro edifício, invisível, que ele viu. Não chegamos lá, mas, se Sto. Tomás de Aquino diz que viu, é porque viu. Se ele foi capaz de fazer isso, é porque em algo ele se baseou." (Curso Online de Filosofia - Olavo de Carvalho - Aula 41 - 16 de janeiro de 2010) (Arquivo de áudio de 01:30:03 até 01:33:34).

Publicaram um segundo livro que Antônio Donato estaria divulgando para seus alunos, com o título O que é a Vida? (como o Educação Segundo a Filosofia Perene, não apresenta a indicação do nome do autor da obra) mas, que logo no início apresenta informações idênticas às apresentadas na aula gravada sobre o Concílio Vaticano II, que foi anexado ao artigo Será que as Garras da Esfinge fizeram mais uma vítima? Esse livro e também a pasta com as traduções do Donato de Comentários de São Tomás de Aquino à Aristóteles (que o Olavo mencionou na aula 42 do COF) e outras obras que recomenda aos alunos pode ser acessado diretamente aqui: Link

Material recomendado por Donato: Link Donato-Material-de-Leitura-Recomendado .

Huxley, adotando a terminologia consagrada por Leibniz, popularizou a expressão Filosofia Perene (Philosophia Perennis) e Ananda Coomaraswary (pai de Rama Coomaraswamy, o perenialista que se infiltrou no seminário da Sociedade São Pio X para difundir o sedevacantismo e que por isso foi expulso por Dom Lefebvre) preferia a terminologia Sophia Perennis ou Philosophia Perennis Universalis.

(Informações em: The Supreme Wisdom of the Upaniṣads: An Introduction, de Klaus G. Witz e Galactic Alignment: The Transformation of Consciousness According to Mayan, Egyptian and Vedic Traditions, de John Major Jenkins. Capítulo 12).

Felipe Nery é o presidente do Instituto Sophia Perennis, de acordo com as informações contidas nesse site: Link

Recentemente, se não me engano, na última transmissão da Montfort da última parte da exposição sobre o livro A Casa Varrida pelos Ventos, foi mencionado que há cursos da professora Henriete Fonseca no site Sophia Perennis. Seriam os cursos Santo Rosário e O protagonismo dos pais na formação espiritual dos filhos, que parecem ter sido ministrados no II Congresso Educação de Filhos em Poço de Caldas, evento realizado nos dia 10-11 de Março de 2018, no Hotel Nacional Inn (Mais informações sobre o evento: Link).

Para ter acesso aos cursos o procedimento é muito burocrático. Um curso do site é pago: Curso on-line: A educação das Crianças, com o valor de R$100,00, os demais são todos gratuitos porém é exigido primeiramente uma inscrição no site com nome completo, email e senha. Logo após a inscrição, para ter acesso ao curso é necessário, novamente, preencher um novo cadastro que agora solicita novos dados pessoais como cidade e estado. E apesar de feito o cadastro e a inscrição para os cursos, o Instituto Sophia Perennis, recentemente, não tem liberado o acesso a seus cursos para alguns usuários. Não se pode descartar, todavia, que possa ser um problema técnico do site. Antigamente as aulas dos cursos anunciados no site eram hospedadas no canal Kathechesis Editora, no Youtube. Após a inscrição em um curso o cadastrado tinha acesso aos links dos vídeos não listados.

Olavo de Carvalho desenvolveu uma teoria astrológica que ele denominou de Astrocaracterologia. Segundo informações que foram registradas pelo próprio Olavo em uma obra com o título O Caráter como Forma Pura da Personalidade, Breve Tratado de Astrocaracterologia, 1997, disponível na internet (ou ainda publicado excertos online em Link), foram reunidas "entre as duas capas desse livro, alguns dos textos que distribuí aos alunos do curso de Astrocarectologia em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre 1989 e 1992. O curso foi inteiramente gravado em fita, e transcrito, sobe a quase três mil páginas datilografadas." (Pág 7).

Nessa obra, ele diz:

"Agradeço de todo o coração a Márcia Fonseca, a Meri Angélica Harakava a Henriette (sic) Aparecida da Fonseca e a todos os membros (sic) da Sociedade Brasileira de Astrocaracterologia (SBA) de São Paulo e do Rio de Janeiro, sem cuja colaboração este livro não teria sido escrito nem publicado. (Pág. 10).

Ainda no mesmo livro pode se ler:

"Aproveito a ocasião desta Nota, para agradecer a todos que, como alunos ou assistentes, ou ainda como colaboradores eventuais nos serviços de manutenção e administração Curso, ajudaram na elaboração desta obra. Muitos deles constam aqui como co-autores. Mas na verdade foram todos coautores, mesmo aqueles cujos nomes aqui se omitem pela simples razão de não terem colabora diretamente na redação do texto, e sim de outras maneiras, menos ostensivas porém não menos necesárias. Cinco nomes que não podem no entanto ser omitidos de maneira alguma são os de Roxane Andrade de Souza, Ana Célia Rodrigues Warschauer, Cely Teixeira Vital Brasil, Henriette (sic) Fonseca e Stella Teresa Aponte Caymmi. Sem sua ajuda, não haveria nem Curso nem Tratado. A todos e por tudo, muito obrigado. Rio de Janeiro, Maio de 1995". (Página 173).

De acordo com informações obtidas a partir de um arquivo, também disponível na internet, Henriete A. Fonseca seria responsável pela transcrição de algumas fitas do curso. Soraia Malafaia Gomes teria postado, na data de 24-12-2000 em algum canal de comunicação via internet (infelizmente, não identificável) que estaria colocando "alguns trechos da primeira apostila do curso de Astrocaracterologia (São Paulo - 1990) de Olavo de Carvalho. Como são textos muito extensos, colocarei separados". Nesse documento, que contém apenas alguns trechos das aulas 1 a 16 do curso, consta que Henriete Fonseca seria responsável pela transcrição das fitas 1, 2 da aula 1, fita 1 e 2 da aula 6, fita 1 da aula 12, fita 2, da aula 15, mas ainda seria também responsável por ministrar aula, conforme Olavo: "A repetição consiste na mesma aula dada de novo, de memória, por Henriete Fonseca, que procurará, inclusive, complementar certas noções quanto à linguagem e à técnica astrológica, que estejam faltantes". (Aula 1 - Fita II. Pág. 10 do documento).

A respeito da existência real da autora desse documento com registros de trechos das primeiras aulas do curso, foi possível encontrar uma inscrição no site Soundclound com o mesmo nome Soraia Malafaia Gomes e com divulgação de conteúdo mais recentes, como por exemplo, uma aula do curso de Filosofia de Olavo (COF).

Fora esse arquivo, foi possível ainda encontrar recentemente um novo documento com mais aulas desse curso, cujas transcrições somam mais de 700 páginas. Não pude ainda pesquisar sobre a procedência desse arquivo. Anexarei os dois documentos, mais o tratado escrito por Olavo.

Segundo Ana Maria M. González a escola Júpiter (Escola de Astrologia fundada por Olavo, em 1979) fechou em 1980, por dificuldades financeiras. (Mais informações: Link).

Em 13 de Novembro de 2010 Olavo teria gravado a aula nº 83 do COF com o tema "Doze Camadas da Personalidade" que nada mais é do que a exposição de sua Astrocaraterologia, com nova roupagem. Nessa aula, chega a mencionar que ministrou "esse curso" há vinte anos, porém omite qualquer referência direta à Astrologia.

O professor Orlando em seu artigo A Gnose "Tradicionalista" de René Guenón e Olavo de Carvalho, explica:

"René Guénon, tratando desse problema da dissimulação do pensamento esotérico, e de sua adaptação à linguagem religiosa dominante num lugar, escreveu: "Que, em certos casos, a prudência imponha efetivamente uma espécie de dissimulação, ou o que pode passar por tal, isso não se pode negar, e se poderia encontrar muitos exemplos disso em outros lugares tanto quanto no Oriente; a linguagem de Dante e de outros escritores da Idade Média daria exemplos em abundância disso; mas há também, para fatos desse gênero uma outra razão totalmente diferente, de uma ordem muito mais profunda, e que parece escapar completamente aos ocidentais modernos. A verdade é que este desapego das formas exteriores implica sempre, pelo menos em algum grau, a consciência da unidade essencial que se dissimula sob a diversidade dessas formas (...) passar de uma forma a outra não tem então quase mais importância do que trocar de roupa, conforme os tempos e os lugares, ou de falar línguas diferentes conforme os interlocutores com os quais tratamos" (René Guénon, artigo - relatório Les Religions et les Philosophies de l ‘Asie Centrale - 1928, apud Marie France James, op. cit. p. 294).

Não foi possível ainda ver todo o conteúdo relacionado a Astrocaracterologia (tratado, transcrições, aulas gravadas após os anos 2000) mas a doutrina difundida por Olavo aborda inconfundivelmente fundamentos gnósticos descritos pelo professor Orlando na obra Antropoteísmo (pág 188):

"O pneuma, espírito divino, centelha da divindade no homem, parcela da alma universal, constituiria propriamente o eu do homem.

Dessa composição tripartite do homem, deduziam os gnósticos, como já dissemos, os três tipos de homens. Conforme fosse o elemento constitutivo preponderante, os homens seriam:

1. Hílicos ou materiais;

2. Psíquicos ou racionais;

3. Pneumáticos ou espirituais."

A teoria das 12 camadas da personalidade está fundamentada nas doze casas de cada signo do zodíaco (cujos precursores foram as doze constelações principais).

Nas palavras de José Castellani, em seu livro Maçonaria e Astrologia (pág. 12):

"Notaram (os mesopotâmios) também que, a cada duas horas, as constelações se deslocavam 30 graus no firmamento, ou seja, a duodécima parte do círculo completo. Um outro sistema de doze divisões, sem ligação com o primeiro, tinha suas doze casas numeradas a partir da inclinação oriental sob o horizonte e representavam áreas da existência."

Na internet há a divulgação de muitos eventos do Encontro (anual) Astrológica, organizado pela Gaia, Escola de Astrologia (considerado mais importante evento astrológico de São Paulo, segundo o site Constelar) e "os mais agitados eventos da Astrologia", segundo o site Gaia.

Henriete teria ministrado palestras, nesses Encontros, até 2016:

2004: Astrologia antiga. (com participação de Adalgiza Botelho da Costa). Informações: Link

2008: Presença confirmada. Não foi possível encontrar informações sobre o título da paletras. Mais informações: Link

2010: Entre o Céu e a Terra, Apresentação do Sistema Planetário segundo os modelos astrológicos tradicionais. Astrológia 2010 - Gaia, Escola de

Astrologia. Mais informações: Link, Link e Link

2012: Astrologia Teórica, Clínica e Aplicada. Gaia. Escola de Astrologia. Mais informações: Link

2013: Alquimia da Felicidade. Gaia. Escola de Astrologia. Mais informações: Link, Link e Link

2014: Não participou do Encontro Astrológica, porém ministrou o Curso O Trauma da Emergência da Razão, Conhecimento, razão e felicidade. (Onde consta a informação: Astróloga desde 1981.)

Realizado no Gaia Cultural, no Auditório Júpiter, na data de 08-10-2014. Informações: Link

2016: A questão astrológica no medievo cristão. Astrológica 2016. Gaia, Escola de astrologia.

Mais informações: Link, Link e Link

A partir de 2017 já não consta o nome de Henriete Fonseca entre o corpo de palestrantes do Evento Astrológica.

Como mencionado, Henriete participou como palestrante no Astrológica 2016, no dia 17 de Julho, com o tema "A questão astrológica no medievo cristão."

A descrição da palestra, pode ser lida em: Link e Link) e diz:

"Sem dúvida, a palestra mais densa do evento foi A questão astrológica no medievo cristão, apresentada pela professora universitária Henriete Fonseca. Ao contrário da visão convencional da Idade Média como uma era de atraso e superstições, Henriete descreveu um mundo lógico, organizado e racional, presente em especial na obra de São Tomás de Aquino, mas também de Raimundo Lúlio (ou Ramón Llul), São Boaventura e outros teólogos católicos. A palestra terminou com um convite para um mergulho mais intenso na filosofia medieval, indispensável, segundo Henriete, para uma adequada contextualização histórico-filosófica das concepções astrológicas. segundo Henriete, para uma adequada contextualização histórico-filosófica das concepções astrológicas).

E exatamente nove dias depois dessa participação no maior evento de Astrologia de São Paulo, ela daria a primeira aula do curso de "Introdução ao Cristianismo Segundo as obras de Hugo de São Vitor e São Tomás de Aquino, em uma paróquia católica, também de São Paulo.

Informações extraídas do site da Paróquia Santa Generosa:

"Desde 26 de julho de 2016 - Todas as quartas-feiras, das 19h30 às 21h30 - Curso gratuito.

Descrição do curso:

Todas as quartas-feiras, das 19h30 às 21h30. O curso é ministrado pela Profa. Henriete Fonseca, que assim explica: “Empreendendo um estudo metódico e profundo embasado principalmente no patrimônio filosófico e teológico desenvolvido a partir dos Santos Padres e das Escrituras, pretendemos acender um pequeno luzeiro que permita um vislumbre da verdade a que se refere o Evangelho e que possa servir-nos como referência para nossa caminhada.

Santo Tomás de Aquino, assim como Hugo de São Vitor que o precede, representam dentro desse patrimônio, também conhecido como Filosofia Perene, os mais altos pontos de seu desenvolvimento, permitindo aos que buscam sinceramente entender o Evangelho não só uma compreensão teórica, mas uma vivência profunda da verdade ali depositada como Água Viva”.

(Mais Informações: Link).

Em uma palestra disponibilizada pelo Centro Dom Bosco (cujo idealizador é Antônio Donato) Henriete teria assim explicado a sua fé:

"Minha prática de oração, de mais de vinte e cinco anos é uma prática ligada ao Carmelo, então eu me formei dentro de uma espiritualidade carmelita, tive orientação, nesse sentido, da vida de oração, um pouco diferente do que a gente tem e eu conhecia a devoção do rosário... De vez em quando rezava por devoção porque a gente tem esse amor à Virgem Maria... O Terço! Então eu rezava o terço, como todo mundo, mas eu não tinha uma prática do rosário. O que nós estamos propondo, não é o terço. É o rosário. E o Rosário, inclusive, a gente está chamando de... É... O Rosário Perene." (Entenda os mistérios do Santo Rosário - Henriete Fonseca. A partir de 13:44 até 14:27. Disponível em: Link).

Também é possível encontrar cursos novos com os alguns dos professores do Instituto Sophia Perennis (Henriete Fonseca, Pe. José Eduardo, Fernanda Takitani, Rodrigo Gurgel) em sites como: Link ou palestras em outros Centros do estilo Dom Bosco: Link .

No início de sua carreira como astróloga (Henriete é astróloga desde 1981: informações em: Link) também ministrou cursos no Centro de Estudos Astrológicos Girassol, criado em 1987, que Segundo a Gazeta de Pinheiros, data de 22-06-88, era um "novo centro de estudos" que queria "garantir formação de nível para os "bruxos" de Vila Madalena".

(Informações: Link e Link .

Nessa escola, Henriete era professora de cursos como Estudo do simbolismo astrológico e Interpretação (Informações em:

astrologiaecompanhia.com.br/site/wp-content/uploads/2015/02/Jornal-girassol.jpg astrologiaecompanhia.com.br/site/wp-content/uploads/2015/02/jornal2.jpg

Segundo Antônio Brito "Dessa ação pioneira (Escola Girassol) participaram outros astrólogos (além dos fundadores Maurice Jacoel e Constância Nader): Sônia Barros, Maria Alice Camargo, Amâncio Friaça, Valdenir Benedetti, Henriette Fonseca, Ricardo Riseck, Ion de Freitas, Valderson, Beto Botton, Bárbara Abramo; entre outros. Ainda segundo o autor do texto "a escola Girassol funcionou até o ano de 1992 No entanto, seus integrantes continuam na ativa como astrólogos até hoje".

Mais informações: Link

Antonio Brito é Astrólogo Profissional titulado pela Gaia Escola de Astrologia (Mais informações: astrologiaecompanhia.com.br/sobre/).

A Palestra com o tema: Realidade e Pessoa: o conhecimento de si e a questão da felicidade, pode ser assistida diretamente no canal da Paróquia Santa Generosa, em: Link

Mais informações: Link generosa e Link Nessa palestra, tanto Henriete como Antônio Donato na aula sobre o Concílio Vaticano II (anexada ao artigo "Será que as garras da Esfinge fizeram mais uma vítima?" da Montfort), quanto Olavo de Carvalho (na aula 83 do COF) defenderão que somente é possível ser feliz o homem sábio (Henriete e Donato) ou o intelectual (Olavo). O Olavo, inclusive afirmará que é um intelectual (iniciado) e irá expor fundamentos que são mencionados também por Mateus Soares de Azevedo, em sua obra "Inteligência da Fé", cujas referências, pela falta de tempo, não serão citadas (nesse momento).

A maioria dos materiais citados nesse texto (arquivos em formato PDF, áudios e vídeos) anexarei (também) no email que enviarei, em seguida.

Peço perdão pelos erros ortográficos e imprecisões nas transcrições mas, infelizmente, não disponho, nesse momento, de tempo suficiente para revisar o texto.

Muito obrigada pela atenção!